Qual o teor de proteína bruta (PB) ideal do concentrado durante o período de aleitamento? Esse teor muda depois do desaleitamento da bezerra?
O NRC (2001) recomenda 18% de proteína bruta (PB) na matéria seca do concentrado para bezerras em aleitamento. No entanto, trabalhos mais recentes sugerem 20% de PB. Pode-se trabalhar com concentrados com teores superiores, com respostas positivas em ganho de peso até por volta de 24%, quando aliado ao fornecimento de altos volumes de dieta líquida. Após o desaleitamento, a dieta das bezerras passa a ter maior inclusão de volumosos, diariamente. Dessa forma, após o desaleitamento, o ideal é calcular o teor de proteína na dieta total, devendo ser mantido em 18% a 20% até 4 meses de idade; de 4 a 9 meses, de 15% a 16%; de 9 a 13 meses, de 14% a 15%.
Quanto maior o teor de proteína bruta do concentrado fornecido às bezerras, melhor?
Não. Trabalhos de pesquisa avaliando maiores teores de PB mostram que existe limite para essa resposta, que está em torno de 24% de PB. A partir desse porcentual, ocorre redução de consumo e os ganhos em desempenho são cada vez menores, de forma que não existe benefício do fornecimento de concentrado mais proteico quando se considera o aumento no custo.
Existe consumo máximo de concentrado, por bezerra, durante a fase de aleitamento?
Não. O que se busca nessa fase é exatamente maximizar o consumo de concentrado de forma que o animal tenha seu rúmen desenvolvido para que o desaleitamento ocorra sem prejuízos ao desempenho animal. O consumo de concentrado é modulado basicamente por três fatores: o volume de fornecimento de dieta líquida, o peso do animal e a qualidade do concentrado. Quanto maior o volume de dieta líquida fornecida, menor será o consumo de concentrado, de forma que animais em aleitamento intensivo devem ser desaleitados de forma gradativa. O peso do animal também afeta o seu consumo, uma vez que define suas exigências nutricionais. Assim, quando se têm animais em aleitamento com volume fixo de dieta líquida, à medida que os animais aumentam seu peso, o consumo de concentrado também deve aumentar. O último fator que define o consumo é sua qualidade. Os concentrados devem ser compostos por ingredientes de alta digestibilidade e palatabilidade. Além disso, quando se utilizam concentrados farelados, estes devem ser grosseiros, apresentando tamanho de partícula de 1,19 mm. Concentrados finamente moídos reduzem o consumo.
É importante fornecer concentrado com textura mais grosseira?
Sim. Concentrados finamente moídos podem reduzir o consumo. Os concentrados farelados devem ter tamanho de partícula de 1,19 mm. Quando finamente moídos, os ingredientes têm maior taxa de degradação e, dependendo da quantidade ingerida, podem levar o animal à acidose. Por isso, as grandes variações no consumo de concentrado.
Existe diferença de desempenho quando se fornece concentrado farelado em vez do peletizado?
Não, desde que se esteja comparando concentrados com a mesma formulação. A forma física não afeta o consumo ou o desenvolvimento ruminal e, consequentemente, o ganho de peso dos animais, desde que o tamanho de partícula seja grosseiro (>1,19 mm). O que normalmente ocorre é a percepção do produtor de que o peletizado é melhor que o farelado. Isso ocorre quando o produtor deixa de usar farelado com formulação caseira e sem controle de qualidade de ingredientes e passa a fornecer concentrado comercial peletizado, formulado para atender às exigências dos animais e produzido com controle de qualidade de ingredientes.
A utilização de ração micropeletizada no aleitamento é recomendada? Até que idade?
Não. A ração micropeletizada, normalmente, tem altas taxas de degradação, podendo levar à acidose ruminal. Esses concentrados são finamente moídos antes de sofrer peletização e, como o pellet é muito pequeno e tem baixa estabilidade, quando cai no rúmen, acaba sendo degradado como uma ração finamente moída.
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