Produtor decidiu apostar na atividade leiteira ao investir no sistema de ordenha voluntária, em mapeamento genômico e tecnologias que tornem a atividade cada vez mais eficiente e melhor para trabalhar
Por Edson Lemos
O ano de 2017 marca uma mudança de perfil na vida da Fazenda Vó Anália, na divisa dos municípios de Piraí do Sul e Ventania, no Paraná. Aprofundando uma vocação leiteira descoberta ainda em 2006 com a chegada de quatro vacas Jersey à propriedade, Paulo Cezar e Paulo Eduardo Tonon, pai e filho, apostam agora na alta tecnologia para produzir mais leite, com melhor qualidade. A propriedade acaba de implantar duas unidades da tecnologia de ordenha voluntária, ingressando definitivamente na era moderna da exploração leiteira de nível mundial.
Na verdade, trata-se da arrancada de um projeto de longo prazo que prevê 750 vacas em lactação, 1.500 animais no rebanho, toda comida para o gado produzida em casa, a produção de queijos finos, manteiga, iogurte, agregação de valor à produção através do comércio de novilhas prenhas de boa genética, e o uso de 8 a 10 robôs dentro de cinco anos.
“Eu quero ser uma fábrica de proteína. Deixar de ser cereais e passar a ser proteína, seja na forma de queijo, seja na forma de leite. Ao invés de vender grão de milho e grão de soja, eu quero vender proteína”, informa o produtor, que mantém área agrícola expressiva na fazenda, trabalhando em 250 ha próprios e outros 250 ha arrendados.
O novo perfil que se antevê para a propriedade com a chegada dos dois primeiros robôs do sistema de ordenha voluntária (Voluntary Milking System), da DeLaval, é motivo de orgulho e felicidade para os Tonon, que trabalham em família. O pai exerce o planejamento e a supervisão geral; o filho Paulo Eduardo, que estuda veterinária, cuida do operacional do dia a dia; a filha Marcela ajuda no administrativo. Apenas a filha Renata, médica, não está envolvida diretamente com a propriedade.
Paulo Eduardo detalha que a transição para o novo sistema não exigiu grande mudança de estrutura. As camas das vacas são as mesmas, os bebedouros e os canzis também. Instalou-se um raspador automático, que antes não havia. O antigo free-stall ganhou 10 m de ampliação e teve os dois robôs instalados, substituindo uma ordenhadeira duplo 6. Vacas de pré-parto continuam sendo mantidas em compost barn e logo depois de parir voltam para o free-stall. São 300 animais no rebanho e 122 vacas em ordenha atualmente.
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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 635, de setembro 2017