Foram visitadas sete fazendas dos Estados Unidos, além de laticínio, fábrica de rações e maior exposição de gado leiteiro do mundo
Produtores de leite das principais bacias leiteiras do Brasil tiveram a oportunidade de conhecer o sistema de produção e as tecnologias utilizadas em fazendas dos Estados Unidos, país que tem a maior produtividade por animal do mundo, atingindo 9.900kg de leite por vaca/ano segundo dados do Anuário do Leite 2018 da Embrapa. Esse índice está acima de outros grandes produtores, como o Canadá (9.300 kg/ano) e a Holanda (8.900 kg/ano), e também do Brasil, cuja produtividade está em torno de 1.600kg/ano.
Os 10 produtores brasileiros, acompanhados da equipe técnica da Semex – considerada a maior central de inseminação artificial do mundo – passaram por dois estados norte-americanos entre os dias 5 e 9 de outubro. A primeira parada foi na tradicional exposição World Dairy Expo, em Madison, no estado de Wisconsin, que recebeu mais de 70.000 pessoas de 100 países. Durante dois dias, eles puderam acompanhar o julgamento da raça Holandesa e conhecer as novidades do setor lácteo mundial. Segundo o gerente do programa Semex Progressive Flávio Junqueira, esta é a maior exposição de gado leiteiro do mundo e mais uma vez a Semex foi o grande destaque, com filhas dos touros da central conquistando diversas categorias, incluindo um dos prêmios mais cobiçado, o de Campeã Vaca Adulta e Grande Campeã da World Dairy Expo 2018.
De Madison, os brasileiros seguiram para a Califórnia e por lá visitaram sete grandes fazendas produtoras de leite, como a Moonshine Dairy, cuja média diária de produção é de 46 litros de leite por vaca, a Diamond J Dairy Farm, focada na criação da raça Jersey, e a Coelho Dairy Farm, que foca seu trabalho em touros de elevada produção de leite, mérito líquido e sistema mamário e conta com 2.000 vacas na ordenha. Outra propriedade que chamou a atenção dos brasileiros foi a De Jager Dairy, que utiliza somente sêmen de touros Semex e tem 6.400 vacas em ordenha. Há cinco anos a propriedade monitora, em tempo real, a saúde e a reprodução de todo o rebanho por meio do programa Semex Ai24. “Pudemos observar a filosofia de trabalho dos produtores americanos, que utilizam muita tecnologia para obter o máximo de eficiência reprodutiva e elevar a produtividade. Há também uma grande preocupação com custos de produção. Na parte genética, os produtores norte-americanos utilizam vários programas da Semex, como o Optimate (acasalamento), Herdview (resumo genérico do rebanho), e o Elevate (programa genômico) e o Immunity (saúde animal), para selecionar os touros de alta eficiência. As características que os produtores mais focam para o melhoramento genético são sólidos, produção de leite e fertilidade das filhas“, diz Hilton Ribeiro, Distrital da Semex na Região ABCW do Paraná. Outras fazendas visitadas foram Rock Shar Dairy Farm, Red Rock Dairy Farm e Diepersloot Ranch Dairy Farm.
Além das sete fazendas visitadas, os brasileiros conheceram na Califórnia a fábrica de rações Associated Feed & Supply Co, que atua há mais de 40 anos no mercado americano e conta com 250 lojas espalhadas por todo o país, uma estrutura totalmente automatizada, com poucos funcionários e um negócio totalmente diferenciado, que inclui instalação dedicada para a alimentação livre de antibióticos. Outro local visitado foi o Laticínio Hilmar Cheese Company, responsável pela produção de 20% de todo o queijo chedder dos EUA. O laticínio recebe cinco milhões de litros de leite por dia.
Este foi o 10° ano da realização do tour técnico do Grupo Progressive pela Semex. Para Flávio Junqueira, a iniciativa vem contribuindo ao longo desses anos para colocar os produtores brasileiros em contato com as mais modernas tecnologias de produção. “A visita foi muito produtiva, possibilitando a todos os participantes conhecer um sistema de produção altamente eficiente. A Califórnia é uma região extremamente competitiva na pecuária leiteira, com fazendas bem manejadas e com produções bastante significativas. Elas têm entre 3 e 11 mil vacas em ordenha e conseguem médias diárias de 38 a 46 kg/leite“, acrescenta. Hilton Ribeiro ainda destaca que o produtor brasileiro poderá aplicar em seus rebanhos as tecnologias vistas nos Estados Unidos. “Além disso, os mesmos materiais genéticos utilizados nas fazendas da Califórnia estão à disposição dos brasileiros, o que ajudará a melhorar a rentabilidade do negócio”, garante.