Dois anos depois de retomar a exportação de leite para a China, com o envio ao país asiático de um lote experimental, em 2021, com vários tipos de leite em pó por uma cooperativa gaúcha, novas expectativas tomam conta do setor lácteo e do agronegócio, com a missão governamental em visita àquele país por esses dias.
Afinal, a China, apesar de ser o terceiro maior produtor de leite do mundo, com 34 milhões de toneladas em 2020, atende apenas a 70% das necessidades do seu mercado. Ou seja, enquanto mantém um crescimento no consumo de lácteos de mais de um litro/habitante/ano, a produção chinesa tem dificuldade em manter o mesmo ritmo.
Produzir leite, aliás, exige preparo e familiaridade com tecnologias para garantir boa produtividade alta qualidade. Isso, porém, muitas vezes só se torna acessível a alguns produtores, quando a assistência técnica é oferecida seja pelo Estado, por cooperativas e associações, seja por outros organismos.
É o que nossa reportagem de capa mostra, com a história de duas produtoras do norte de Mato Grosso, que jamais conseguiriam alcançar algum êxito na atividade não fosse, nos últimos anos, um projeto financiado pelo Fundo Amazônia, que proporcionou aumento na produtividade de mais de cem pequenas propriedades, com a adoção de piquetes rotacionados, entre outras práticas.
Também é a tecnologia, aliada ao espírito empreendedor, que serve para aproximar as duas pontas da cadeia produtiva, quando queijeiros e queijistas de pequeno e médio portes utilizam a internet e as mídias sociais para interagir com seus clientes.
Muito mais poderá ser lido nesta edição da Balde Branco: a meta ousada do Ceará, de dobrar a produção em uma década; a sustentabilidade traduzida pelo experimento que permite fazer as contas e calcular o número de árvores necessário para mitigar impactos ambientais da atividade, ou o uso da energia fotovoltaica ou da bioenergia para redução de custos.
O entrevistado da edição é Vagner Miranda Portes, presidente do Conselho Brasileiro de Qualidade do Leite (CBQL), que, com sua sólida formação científica, traz ainda uma longa experiência junto à entidade. E temos uma novidade: a partir desta edição, a caprinovinocultura de leite ganha espaço na revista – assim como no Portal Balde Branco –, com uma coluna específica sobre o assunto.
Boa leitura.
João Antônio dos Santos
Editor
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