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Além dos cuidados com a manutenção preventiva, as máquinas precisam de operador capacitado

MÁQUINAS

A qualificação do operador deve acompanhar a evolução das

máquinas e equipamentos

Também muito importante, além da manutenção preventiva, é a capacitação dos operadores para a eficiência dos trabalhos e preservação da vida útil da máquina

João Antônio dos Santos

Quando se pensa nos cuidados necessários para garantir a eficiência e maior vida útil das máquinas e equipamentos de uma fazenda, a primeira coisa que vêm à mente é a correta manutenção preventiva. Certíssimo. Porém, não é só isso. É muito importante, não só o conhecimento de todo o processo de manutenção de cada tipo de máquina, mas também de seu uso correto. Ou seja, o operador de estar devidamente capacitado sobre como operar a máquina de acordo com suas características e aos trabalhos que serão efetuados. “A utilização fora das especificações pode acarretar uma série de problemas, com o correr o tempo, como maior desgaste da máquina, quebras de peças e também ineficiência do trabalho”, destaca Felipe Gabriel Lorenzoni Martins, engenheiro agrícola com mestrado em máquinas e mecanização agrícola, e instrutor no Senar-MG, na área de operação e manutenção de máquinas agrícolas.

A evolução dos processos produtivos trouxe um incremento de produtividade enorme, colocando o Brasil entre os países mais produtivos evidenciando nossa fama de celeiro do mundo. Desde a década de 1960, a acelerada evolução tecnológica, cada vez mais complexa, da genética, manejo nutricional, cuidados sanitários, produção de alimentos para os animais, uso de softwares de gestão, etc., têm exigido colaboradores adequadamente treinados e capacitados para efetuar suas tarefas com eficiência e segurança.

Ou seja, para o aproveitamento efetivo de toda esse arsenal de avanço tecnológico é preciso o aprimoramento permanente dos funcionários, cada um em sua área específica, para executar seu trabalho com competência – sabendo o porquê, o como e os resultados a serem obtidos. Tais requisitos também são indispensáveis quanto à operação dos equipamentos e máquinas, também cada vez mais complexos, informatizados, com recursos digitais, que requerem para seu uso eficiente funcionários altamente qualificados para operá-los.

Ele lembra ainda que o produtor, ao adquirir uma máquina, precisa fazer uma avaliação cuidadosa quanto ao dimensionamento da força, da capacidade e versatilidade do equipamento. Isso é importante para evitar a subutilização, uma máquina com dimensionamento superior às necessidades da fazenda, ou a superutilização que significa submetê-la a um esforço e carga superiores a sua capacidade. No primeiro caso, o produtor estará empatando um capital desnecessário; no segundo, provocando um desgaste maior da máquina, com riscos de quebra de peças, entre outros problemas. Martins assinala que, no geral, os fabricantes e concessionárias prestam esse serviço de orientar seus clientes para a compra certa do equipamento. Porém, nunca será demais alertar para o comprador ficar atento.

Felipe Gabriel Martins: Erros de operação podem, além de anular os recursos da máquina, causar danos catastróficos e caros para o produtor

“Os recursos disponíveis em máquinas agrícolas deram um salto de evolução com o incremento de tecnologias como eletrônica embarcada e GPS tornando esses equipamentos mais eficientes e produtivos, por outro lado complexos e exigentes para operar. Erros de operação podem, além de anular os recursos da máquina, causar danos catastróficos e caros para o produtor”, alerta Martins, enfatizando que nesse sentido é nítida a necessidade de adequação por parte dos operadores que cada vez mais devem conhecer os equipamentos para que possam operá-los corretamente sem gastos inesperados.

 

Equipamentos de ordenha – Merece atenção essa área na fazenda leiteira, pois é justamente o momento da colheita do resultado de todas as ações realizadas na fazenda: leite de qualidade. E aqui vale notar que se trata de uma operação que envolve o equipamento, o ambiente e os animais, ou seja, uma relação entre máquinas, o homem e os animais. Por isso, é correto dizer que a ordenha é uma operação muito complexa e que exige um operador à altura dessa complexidade.

Detalhando: é uma operação complexa, tanto pela alta tecnologia e operação do equipamento, que exige profundo conhecimento de seu funcionamento, em suas diferentes etapa do processo e as boas condições de seus componentes, como também dos protocolos de higiene na ordenha e os cuidados de tudo isso na interação com as vacas, de modo a garantir seu bem-estar. E claro, depois da operação, os protocolos de limpeza e higiene dos equipamentos e da sala de ordenha.

O instrutor do Senar-MG diz que o treinamento pode ser obtido de diversas formas, como através da entrega técnica fornecida pelo fabricante do equipamento, que dá todo suporte para a instalação e operação após a compra da máquina. “Após o período de garantia da máquina, o treinamento pode ser realizado por qualquer profissional habilitado, diversas empresas particulares realizam esse trabalho”, nota, fazendo questão de reforçar que o proprietário ou gerente da fazenda não pode descuidar dessa capacitação dos funcionários.

Outra opção que Martins destaca é o Senar, uma instituição de direito privado, paraestatal, mantida pela classe patronal rural. Desde 1992, atua na formação profissional rural e na promoção social de pessoas ligadas ao meio em todo território nacional. “Oferece mais de 300 cursos nas mais diversas áreas produtivas inclusive na pecuária. Cursos de cria e recria de bezerros, inseminação artificial, manutenção de ordenha mecânica, entre outros se destacam no catálogo. Já nas máquinas utilizadas na produção de forragens se destacam os cursos de manutenção e operação de tratores e diversos implementos”.

Segundo dados da associação, as vacas Pardo-suíças produzem, em média, 7.838 litros de leite em 305 dias de lactação, o que dá 25,70 litros de leite/vaca/dia

O produtor rural deve ter a compreensão de que ao comprar máquinas modernas e sofisticas, com pacote incrível de tecnologias, faz um alto investimento e que para operar tais equipamentos precisa contar com um profissional altamente capacitado. Vale ainda destacar a questão da segurança no trabalho, válido não só para o operador quanto para os demais funcionários, pois um pequeno erro devido à inabilidade na operação da máquina pode provocar um desastre irreparável.

“A evolução das máquinas e equipamentos segue um ritmo acelerado e a qualificação se torna uma excelente opção para que o produtor e seus colaboradores possam se manter atualizados e aproveitar cada recurso disponível aumentando a produtividade, eficiência e reduzindo os custos de manutenção de suas máquinas”, finaliza Martins.

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