Para transpor o crítico período de transição da vaca leiteira, o produtor já conta com novas estratégias preventivas, que incluem a suplementação com aditivos e vitamina D
A designação ‘período de transição’ já traz embutido o seu significado, ao indicar o tempo de preparação da vaca para produzir leite. Só que essa prática nem sempre é seguida com rigor pelos produtores. Consequências: vacas com doenças metabólicas, baixa produção, problemas na fertilidade, e ainda um custo alto com tratamentos para contornar distúrbios que poderiam ser evitados. Para prevenir esses tropeços com cuidados nutricionais, entra em campo a suplementação com vitaminas e com aditivos, à base de óleos essenciais mais biotina.
Durante o 2º International Symposium on Vitamins and Technologies, promovido pela DSM-Tortuga, dois especialistas foram convidados para falar sobre o tema: Jörg Aschenbach, professor na Free University of Berlin, e Corwin D. Nelson, da University of Florida. O primeiro destacou dois pontos: a cetose, doença decorrente do balanço energético negativo (BEN), que tem forte impacto no desempenho e saúde das vacas em lactação, e os benefícios de um composto de óleos essenciais+biotina na prevenção de problemas metabólicos.
“Este composto substitui os antibióticos e ionóforos na alimentação, enquanto a biotina traz diversos benefícios à saúde das vacas”, cita, observando que no período do pré-parto a vaca reduz a ingestão de alimentos. No entanto, já no pós-parto precisa ingerir muito mais energia, para dar conta da lactação. “Não sendo possível ingerir a energia suficiente para atender a essa exigência, ocorre o balanço energético negativo. É esse desequilíbrio que desencadeia problemas metabólicos, como a cetose”, assinala.
Observa que nas primeiras semanas de lactação, na situação relatada, a vaca perde peso. “Esse período se torna um grande desafio para o metabolismo da vaca. Para ter energia, ela precisa mobilizar gordura corporal, porém o problema maior é que nem todos os tecidos e células podem metabolizar os ácidos graxos. Então, seu organismo precisa criar as cetonas, que em nível elevado desencadeiam a tal cetose, que se se traduz por vários efeitos colaterais prejudiciais à sua saúde, produção de leite e fertilidade”, complementa.
A cetose tem origem na disponibilidade deficiente de glicose. “A vaca metaboliza toda a glicose no rúmen e qualquer desequilíbrio energético pode rapidamente levar à cetose. Isso é bastante comum logo após o parto”, diz o professor alemão. Explica que os corpos cetônicos aumentam no sangue do animal, desencadeando a cetose clínica ou a cetose subclínica. A primeira versão é um estágio em que os corpos cetônicos estão tão elevados que provocam sinais, como problemas neurológicos (tremores, apatia, cegueira); nutricionais (recusa por alimentos) e produtivos (redução do leite).
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 630, de abril 2017