Conhecer os fatores de risco para lesões de casco, assim como definir quais as mais prevalentes e saber monitorá-los é fundamental para um bom controle da doença
Por Emerson Alvarenga
As afecções de cascos, juntamente com mastite e problemas reprodutivos, são os problemas que mais acometem a bovinocultura de leite, levando a grandes perdas econômicas. Cada vez mais, animais estão sendo descartados precocemente por problemas de casco. E antes mesmo dessa decisão, as perdas e os gastos já se fizeram presentes de maneira impactante.
São vários os prejuízos decorrentes das afecções de casco. A queda de produção é um deles, provocada pelo estresse causado pela dor, o que faz com que reduza o consumo de alimentos, já que o animal evita se locomover. Outro prejuízo está na reprodução, pois animais com afecções de casco não realizam a monta, o que prejudica a identificação do cio. A concepção em animais mancos é menor. E como os animais passam mais tempo deitados, muitas vezes em locais inadequados, acabam tendo maior incidência de mastite.
No que se refere ao tratamento, o alto custo com medicamentos, descarte de leite com resíduos de medicamentos, necessidade de mão de obra especializada e aumento da mão de obra na rotina ganham destaque especial. Com isso, compromete-se a longevidade de animais e, algumas vezes, resulta até mesmo em mortes decorrentes de complicações das afecções. No gráfico 1, nota-se que as vacas com lesão apresentam maior período de serviço, maior número de serviços para emprenhar, maior ocorrência de mastite e metrite.
Assim, as perdas econômicas decorrentes das afecções de cascos devem ser um somatório de gastos com tratamento (medicamentos + mão de obra), perdas reprodutivas e mastite. Para se ter uma noção completa das perdas, deve-se considerar as perdas por vaca e por ano no rebanho.
Embora muitos pensem que o gasto maior dos problemas locomotores esteja no tratamento, este valor é o menor quando comparado com as perdas produtivas, reprodutivas e os descartes involuntários. As perdas são ainda maiores quando os problemas não são identificados no início, pois quando já estão em grau avançado, além das perdas na produção, existe o gasto com medicamentos a fim de conter as infecções.
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 623, de setembro 2016