balde branco

OPINIÃO

José Otávio Menten

Engenheiro agrônomo, professor sênior da Esalq/USP e presidente do Conselho Científico Agro Sustentável

Agro e a balança comercial do Brasil

O agro brasileiro vem se destacando nos últimos 50 anos, colocando o Brasil como um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos, fibras naturais e bioenergia. A produção de grãos na safra 2022/23 deve ultrapassar os 310 milhões de toneladas. O VBP (Valor Bruto da Produção) agropecuário em 2022 foi de R$ 1,189 trilhão. Para 2023, a estimativa é de que o VBP alcance R$ 1,263 trilhão. O PIB (Produto Interno Bruto) do agro brasileiro em 2022 foi de R$ 500 bilhões. São indicadores robustos e consistentes, que demonstram a importância do agro para o desenvolvimento do Brasil.

A balança comercial mede a relação entre as exportações e importações de um país e constitui importante indicador econômico. O saldo da balança comercial resulta da diferença entre as exportações e importações. Estes valores são produzidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Em 2022, o agro brasileiro exportou US$ 159 bilhões e importou US$ 58 bilhões. O superávit da balança comercial do setor foi de US$ 101 bilhões. As exportações do agro representaram 47,6% do total que o Brasil vendeu para fora. O superávit na balança comercial em 2022 foi de US$ 61,8 bilhões.

As exportações do agro em 2022 superaram em 32% o obtido em 2021, graças ao aumento do volume (mais 8,1%) e aos bons preços internacionais. Os setores exportadores que mais se destacaram em 2022 foram o complexo soja (US$ 60,95 bilhões, com 38,3% do total); carnes (US$ 25,67 bilhões, com 16%); produtos florestais (US$ 16,49 bilhões, ou 10,4%); cereais, farinhas e preparações (US$ 14,46 bilhões, ou 9,1%), e complexo sucroalcooleiro (US$ 12,79 bilhões, ou 8%).

Os principais destinos das exportações do agro em 2022 foram China (32%), União Europeia (16,1%), Oriente Médio (15%), Estados Unidos (6%), Irã (2,7%) e Japão (2,7%). É importante, além da consolidação desses mercados, ampliar a exportação para outros países. Assim como ampliar os produtos exportados, incluindo a agregação de valor por meio do processamento dos produtos in natura.

O Brasil deve ficar atento às variações no comércio internacional. Nenhum país é autossuficiente em todas as suas necessidades, havendo espaço para trocas comerciais. Por exemplo, o Brasil deverá liderar as exportações mundiais de milho em 2023. As exportações de soja deverão ser 18% maiores em 2023.

É importante lembrar que o Brasil é líder mundial nas exportações de soja, café, açúcar, suco de laranja, carne bovina e carne de frango, e o 2º maior exportador de etanol, milho e algodão. No suco de laranja, é responsável por 79% das exportações globais e, na soja, por 54%. Entretanto, existe espaço para ampliação deste mercado internacional.

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