Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas (SP), a referência para o milho está em R$ 97,00 por saca de 60 quilos (19/3), sem o frete, recorde nominal. Houve valorização de 10,1% em março, em relação à média de fevereiro deste ano e, na comparação com igual mês do ano passado, o cereal está custando 69,2% mais este ano.
Os fatores de sustentação foram as altas do dólar no início do mês, os atrasos na colheita da safra de verão e atrasos na semeadura da segunda safra de milho (safra de inverno) no País.
Para o curto prazo (abril), a expectativa é de preços firmes no mercado brasileiro, considerando o câmbio ainda em patamar elevado, apesar das quedas ao longo da segunda metade março, além dos atrasos na colheita da safra de verão e na semeadura da segunda safra, que mantêm os agentes de mercado atentos.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, no dia 11 de março, o sexto levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos 2020/21. Com relação à soja, a área semeada e a produtividade média foram revisadas para cima em 0,5%, frente às estimativas de fevereiro último. Com isso, está prevista a produção de 135,12 milhões de toneladas do grão na temporada atual, em fase de colheita.
O volume é 1% maior que o estimado anteriormente e 8,2% acima dos 124,84 milhões de toneladas colhidas na safra passada (2019/20), recorde até então. Com relação ao milho de primeira safra (safra de verão), a área foi revisada para cima em 1,9%, mas o rendimento médio caiu 2,5% frente à estimativa anterior.
Com isso, é esperada a produção de 23,49 milhões de toneladas do cereal na primeira safra 2020/21, cuja colheita está em andamento no Brasil. Esse volume é 0,6% menor que o estimado no relatório passado para esse ciclo e 8,6% abaixo do colhido na temporada passada (2019/20).
Para a segunda safra de milho (safra de inverno), em fase de semeadura, a Conab aumentou a estimativa com relação à área plantada (+2,2%) e a produtividade média (+1,1%) no ciclo atual, em relação ao estimado em fevereiro. Estão previstos 82,8 milhões de toneladas de milho na segunda safra 2020/21, 3,4% mais que o estimado anteriormente e 10,3% acima do colhido na segunda safra 2019/20.
Com relação ao milho total (1ª, 2ª e 3ª safras), são esperados 108,06 milhões de toneladas no Brasil em 2020/21, 5,4% mais que o colhido no ciclo passado. A produção total será recorde, se confirmado esse volume.
Depois das fortes altas do dólar na primeira semana de março, o câmbio recuou, afetando os preços da soja em grão no mercado brasileiro, em reais. A moeda norte-americana, que chegou a ser cotada em R$ 5,83 no dia 9 de março, fechou em R$ 5,66/US$ no dia 17/3.
Além do câmbio, o avanço da colheita no Brasil e a expectativa de safra recorde nesta temporada (2020/21) tiraram a sustentação dos preços da soja. No caso do farelo de soja, as cotações acompanharam os recuos do grão e também o aumento do esmagamento e a maior oferta do alimento concentrado.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o farelo de soja está cotado, em média, em R$ 2.818,95, por tonelada, sem o frete, uma queda de 3,8% na comparação com fevereiro deste ano. Apesar da queda, o insumo está custando 84,9% mais este ano na comparação com março de 2020.
Para o curto prazo, se o câmbio seguir mais frouxo, a expectativa é de que os preços da soja em grão e do farelo de soja sigam mais frouxos no mercado brasileiro, mas com as quedas limitadas pela boa demanda e atrasos nos trabalhos no campo. De olho no câmbio e clima!
Segundo dados apresentados no Agricultural Outlook Forum, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, no fim de fevereiro, os norte-americanos deverão semear 37,23 milhões de hectares com milho no ciclo atual (2021/22), frente aos 33,37 milhões de hectares na safra passada (2020/21).
A produção está estimada em 384,43 milhões de toneladas, frente aos 360,25 milhões de toneladas colhidas em 2020/21. Além do aumento na área, a produtividade média deverá ser maior que na safra passada.
Para a soja, a expectativa é que sejam plantados 36,42 milhões de hectares no ciclo atual, frente aos 33,31 milhões de hectares na safra passada (2020/21). A produção norte-americana foi estimada em 123,15 milhões de toneladas em 2021/22, frente aos 112,54 milhões de toneladas colhidas no ciclo passado. Os rendimentos médios também deverão ser maiores na temporada que está iniciando nos Estados Unidos.
Apesar do aumento previsto em área e produtividade de milho e soja, o clima frio e as geadas recentes nos Estados Unidos geraram especulações nesses meses que antecedem o plantio. Dessa forma, o clima nos Estados Unidos será um fator importante na precificação do milho e soja no mercado internacional em curto e médio prazos.
Os preços dos fertilizantes dispararam no mercado brasileiro em 2021, com a alta do dólar, somada à boa movimentação interna, oferta restrita de alguns produtos e às altas nas cotações no mercado internacional. Desde o início do ano, o mercado está firme e as cotações em alta no País.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a ureia ficou cotada, em média, em R$ 2.988,24 por tonelada, sem o frete, em março. Houve aumento de 13,8% na comparação mensal e, em relação a março de 2020, o adubo está custando 80,6% mais este ano.
Considerando os fertilizantes nitrogenados pesquisados, os preços subiram, em média, 7,1% em março, na comparação mensal. Para os potássicos e fosfatados, os aumentos foram, em média, de 9,3% e 13%, respectivamente.
Para o curto prazo, a expectativa é de preços firmes para os fertilizantes no mercado brasileiro, com o câmbio em patamares elevados e a demanda interna aquecida.
Com relação às vendas de fertilizantes no Brasil, a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou recentemente os dados de outubro de 2020. Naquela oportunidade foram entregues 4,13 milhões de toneladas de fertilizantes, 0,4% mais que em igual mês de 2019.
Com isso, no acumulado de janeiro a outubro de 2020, dados mais recentes disponíveis, as entregas totalizaram 33,5 milhões de toneladas de adubos no Brasil, 10,0% mais que em igual período do ano anterior.
A expectativa da Scot Consultoria é de que as entregas totais tenham ficado entre 39,5 milhões e 40,5 milhões de toneladas de fertilizantes em 2020, que, se confirmadas, serão recorde. O recorde até então foi em 2019, quando foram entregues 36,24 milhões de toneladas de adubos no Brasil.
As altas nos preços das principais commodities agrícolas no ano passado puxaram a demanda por adubos no País para a temporada 2020/21 e também as antecipações na troca para a temporada 2021/22. Para 2021, as projeções apontam para uma demanda de pelo menos 40 milhões de toneladas de adubos no Brasil.
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