Quais os principais agentes de diarreias em bezerras?
Cryptosporidium spp., rotavírus, Salmonella spp., Eimeria spp., E. coli, coronavírus e Giardia spp.
Qual a idade mais comum de ação dos principais agentes de diarreia em bezerras?
Independente do agente que causou a diarreia, a duração da doença será em torno de três dias?
Usualmente, três dias é o período mínimo de diarreia neonatal quando um animal é acometido por algum agente infeccioso. No entanto, observa-se com frequência que os animais acometidos principalmente por Cryptosporidium parvum apresentam duração de cinco a sete dias de diarreia. É importante salientar que fatores relacionados à vacinação de vacas no pré-parto, boa colostragem e ambiente com baixo desafio são importantes para a redução da intensidade e duração da diarreia neonatal.
Quais alterações fisiológicas acontecem em bezerras com diarreia?
A primeira alteração evidente é a desidratação, que é seguida de acidose metabólica. Além disso, pode ocorrer hipo ou hiperpotassemia, hiponatremia (redução de sódio sanguíneo) e hipocloremia.
Por que algumas bezerras morrem por diarreia?
A causa da morte de bezerras com diarreia é a desidratação. No entanto, alguns casos de morte podem ser consequência de sepse (infecção generalizada) devido à disseminação de bactéria do intestino para todo o corpo do animal.
Como posso rastrear as causas de diarreia no bezerreiro?
Para rastrear as causas da diarreia é necessário bom levantamento dos dados: é preciso levantar o número de animais no bezerreiro, número de animais doentes, idade de ocorrência, calcular as taxas de morbidade e mortalidade, investigação do local de nascimento, alojamento, alimentação, quadro clínico e aspecto das fezes (presença de muco, sangue, etc.).
É preciso entender também que a maioria dos problemas de diarreia de bezerras é causada por combinação de fatores, e que nem todos são infecciosos.
Segundo McGuirk (2008), os patógenos entéricos de maior importância para as bezerras têm períodos de incubação que variam de 12 horas a cinco dias. Dessa forma, quando a diarreia afeta as bezerras nos primeiros cinco dias de vida, a fonte de infecção ocorreu geralmente antes de a bezerra chegar ao seu local de alojamento no bezerreiro, ou seja, a contaminação ocorreu na maternidade. Nas diarreias que começam após sete dias de idade, a fonte de contaminação geralmente ocorreu no bezerreiro.
A partir do conhecimento do local de contaminação, é preciso agora avaliar a condição de higiene: da maternidade, escore de limpeza da vaca, limpeza do colostro (CBT), dos vasilhames utilizados para alimentação (sondas, mamadeiras, baldes utilizados para aleitamento, concentrado e água), avaliar a qualidade sanitária e nutricional do leite ou sucedâneo, concentrado fornecido às bezerras e a limpeza da casinha ou gaiola. Além disso, deve-se avaliar as características das fezes: frequência, aspecto (presença de sangue, muco) e sintomas sistêmicos associados, histórico alimentar, contato com outros animais doentes, presença de comorbidades e uso de medicamentos, incluindo antimicrobianos, além de verificar também como foi a colostragem do animal, utilizando-se o dado obtido no refratômetro. Para pesquisa dos patógenos que estão causando a diarreia, devem ser obtidas amostras de, pelo menos, seis bezerras. Quando dois em seis animais são positivos, considera-se que a contaminação está alta.
O que fazer em casos de surto de diarreia no bezerreiro?
O primeiro passo é manter a calma, medir a temperatura dos animais e iniciar imediatamente o tratamento dos animais doentes (fluidoterapia e, se necessário, usar anti-inflamatório e/ou antibiótico). Além da medicação, é preciso também implementar as medidas de enfermagem, mantendo os animais aquecidos (prepare uma boa cama) e abrigados de sol, chuva e ventos. Sempre alimente primeiro os animais saudáveis e depois os doentes, assim reduzimos o risco de o tratador contaminar as bezerras e áreas do bezerreiro que ainda não estão contaminadas. Respeite a vontade de ingestão de alimentos do animal (não force a alimentação). Se possível, ofereça a dieta líquida em menores porções e mais vezes ao longo do dia. Reforce as medidas de higiene (limpeza de vasilhames, casinhas, utilização de cal, pedilúvio, limpeza de mão e utilização de luvas). Faça a necropsia dos animais para auxiliar o diagnóstico do agente etiológico. Investigue a possível causa do surto de diarreia. Após finalizado o surto, treine toda a equipe sobre medidas de colostragem, higiene de instalações e alimentação dos animais.
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