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PERGUNTAS E RESPOSTAS

BEZERRAS

Sanidade – Doenças respiratórias

Sob patrocínio do programa Alta Cria, a Balde Branco publica nesta seção – Perguntas e Respostas – uma série de matérias com informações sobre as boas práticas na criação de bezerras, sob a coordenação de Rafael Azevedo, gerente de produto da Alta Genetics e coordenador e conselheiro do programa Alta Cria

Animais sem tosse e/ou febre podem estar com doença respiratória?
Sim. Animais com doença respiratória, usualmente, apresentam febre e podem apresentar tosse.

Existe alguma vacina para as bezerras para ajudar na prevenção de doenças respiratórias?
Sim, existem várias vacinas comerciais que podem auxiliar na prevenção de doença respiratória bovina em bezerras, tanto intranasais quanto injetáveis.

Qual a eficiência das vacinas existentes no Brasil para prevenir doenças respiratórias e qual o período ideal para vacinar as bezerras?
A eficiência dessas vacinas, quando bem utilizadas, é boa. Trabalhos recentes mostram redução de aparecimento de lesões pulmonares quando avaliadas através de ultrassonografia e demonstram melhor desempenho dos animais. Porém, essas vacinas devem ser apenas ferramentas para auxiliar na prevenção, já que fatores de ambiente e manejo são muito importantes. O melhor período de utilização deve ser definido na própria fazenda. A maior frequência de DRB é na fase de 40 dias de idade e no período após desaleitamento. Vacinar os animais com vacinas intranasais, pelo menos 15 dias antes do período considerado como crítico, é fundamental para ter sucesso, portanto uma medida interessante para a utilização pode ser ao nascimento e aos 40 dias após a primeira vacinação.

No Brasil, existem vacinas internacionais para IBR/BVD para vacas no pré-parto, as quais podem ter algumas cepas diferentes das IBR/BVD convencionais nacionais. Para prevenção de doenças respiratórias, mesmo assim seria indicado usar estas vacinas no pré-parto? E qual seria o melhor manejo vacinal dessas vacas?
Dependendo do país, há disponibilidade de vacinas com vírus mortos, vivos atenuados ou “vivos termossensível”. Nos Estados Unidos, o mais utilizado são as vacinas contendo vírus vivos atenuados da rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e diarreia viral bovina (BVD). Vacinas com vírus vivo atenuado resultam em melhor imunidade, maior duração de imunidade e, muitas vezes, o custo por dose é menor. A crítica a essas vacinas é que o vírus se replica, temporariamente, no animal vacinado, o que resulta em eliminação de pequenas quantidades de vírus nas secreções corpóreas. Em alguns países, onde as prevalências de BVD e IBR são baixas e há programa de erradicação dessas doenças, o uso de vacinas vivas atenuadas não é permitido. Como cada vacina tem suas próprias características de eficácia, que devem ter sido validadas com ensaios experimentais, é importante se informar e pedir resultados desses estudos para o laboratório responsável. Por exemplo, para a BVD, a duração de imunidade das vacinas disponíveis nos Estados Unidos varia de 5 a 13 meses. É importante salientar que a maioria das vacinas disponíveis não previne de maneira efetiva a infecção pelo agente, ou seja, boa parte delas reduz a sintomatologia da doença, mas não necessariamente evita a infecção do animal vacinado pelo agente. Quando se utilizam vacinas com vírus morto, quase sempre é necessário que todo animal primovacinado receba reforço da mesma vacina entre 3 e 6 semanas depois. Animais adultos previamente vacinados devem ser revacinados de acordo com a duração de imunidade da vacina utilizada. Em aplicação de vacinas com vírus vivo atenuado em animais gestantes, é importante que esses tenham sido vacinados previamente com a mesma vacina, pois, em casos da IBR, por exemplo, o vírus pode causar processo inflamatório no ovário e regressão do corpo lúteo, causando aborto. Normalmente, vacas gestantes são vacinadas com vacinas contendo vírus da IBR e BVD na semana da secagem, quando estão com 220 a 230 dias de gestação. Uma única dose é administrada com o objetivo de oferecer proteção fetal e enriquecer o colostro com imunoglobulinas específicas contra esses agentes.

Quais estratégias estão disponíveis para prevenção de problemas respiratórios em períodos de alta amplitude térmica entre dia e noite?
Proporcionar ambiente que amenize essa variação, como a presença de cercas vivas ou cortinas em galpões para minimizar o vento no bezerreiro, cobertura vegetal ou cama que permita que a bezerra tenha os membros cobertos, quando deitada, e sombra.

Quais os pontos em relação à ambiência que podemos melhorar para diminuir o risco de doenças respiratórias no bezerreiro?
A ventilação é o principal fator determinante para a redução do risco de doenças respiratórias, pois permite a redução de umidade do ambiente e remoção de gases que irritam o trato respiratório. Alta densidade animal aumenta a umidade e reduz a qualidade do ar, o que exige ainda mais uma boa ventilação. No entanto, vento direto sobre os animais não é desejável.

Acompanhe mais algumas das principais dúvidas dos produtores sobre o problema das doenças respiratórias, com prevenção e tratamento, visando garantir a saúde e o bom desenvolvimento das bezerras
Perguntas respondidas por: • José Azael Zambrano – Rehagro • José Eduardo Portela Santos - UF • Rodrigo Melo Meneses – EV/UFMG
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