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PERGUNTAS E RESPOSTAS

BEZERRAS

Sanidade – Doenças respiratórias (parte 17)

Sob patrocínio do programa Alta Cria, a Balde Branco publica nesta seção – Perguntas e Respostas – uma série de matérias com orientações sobre as boas práticas na criação de bezerras, sob a coordenação de Rafael Azevedo, gerente de produto da Alta Genetics e coordenador e conselheiro do programa Alta Cria

Qual o melhor protocolo de tratamento de doenças respiratórias em bezerras? Quais os melhores antibióticos para tratamento? Deve-se utilizar antibióticos de longa ação?
As fazendas devem adotar pelo menos três protocolos para tratamentos, sendo que várias bases mostram boa eficiência no tratamento das doenças respiratórias. Recomenda-se o uso de antibióticos com cobertura mínima de uma semana, além de anti-inflamatórios não esteroidais (Aines), como flunixin meglumine e meloxicam, por três dias, para garantir uma recuperação mais satisfatória. Opções de bases de antibióticos são o florfenicol, tulatromicina, tilmicosina e ceftiofur. Podem ser utilizadas, sim, as drogas de longa ação. Alguns estudos mostram eficiência dos mesmos, o que facilita o manejo.

 

Posso utilizar antibiótico em quadros de alterações na frequência respiratória sem presença de hipertermia?
Deve ser realizado adequado diagnóstico com uso de ferramentas complementares (estetoscópio ou ultrassom), já que existem outras doenças que podem ocasionar esse tipo de alteração, como a diarreia e a tristeza parasitária bovina. Outro ponto importante é o fato de que pneumonias crônicas, na maioria das vezes, não estão associadas à hipertermia; com isso, a eficiência da antibioticoterapia é reduzida. Mesmo assim, os animais devem ser tratados por mais tempo. Se esses casos acontecerem com muita frequência (pneumonias crônicas), devemos reavaliar os protocolos de tratamento, diagnóstico e monitoramento da doença no rebanho e a possibilidade de doenças crônicas estarem presentes na propriedade (tuberculose), principalmente em animais na recria.

 

A utilização de mucolíticos injetáveis, à base de cloridrato de bromexina, no tratamento de quadros respiratórios com acúmulo de secreções, pode causar distúrbios intestinais?
A literatura não é consistente no estudo de mucolíticos em bovinos. Mesmo assim, a bula da maioria deles (bromexina) alerta que distúrbios intestinais podem acontecer, mesmo não sendo prática observada a campo.

 

Quais mucolíticos estão disponíveis no mercado para tratamento de doenças respiratórias?
Existem vários. O mais utilizado é a bromexina, apesar de não ter estudos consistentes, avaliando o uso desses no tratamento de pneumonia em bezerras. Existem alguns experimentos realizados em humanos, avaliando o efeito do “ambroxol” e seu precursor, a “bromexina”, tanto em quadros de doença respiratória aguda como na crônica. Em ambos os casos, quando utilizados esses produtos, as concentrações de antibióticos no pulmão são maiores, recomendando-se, assim, esses produtos para o tratamento de pneumonias e, indiretamente, para evitar resistência das bactérias ao antibiótico.

 

Qual índice é considerado aceitável para doenças respiratórias em bezerras no período de aleitamento?
De acordo com o padrão-ouro da criação de bezerras, menos que 10% dos animais devem apresentar pneumonia nessa fase.

 

Já estão sendo realizados diagnósticos de doenças respiratórias, com o uso de ultrassom, a campo? Qual a eficiência desse diagnóstico??
No Brasil, a ultrassonografia tem sido estudada como método diagnóstico e monitoramento do sucesso do tratamento de doença respiratória; porém, ainda não é rotina dos médicos veterinários de campo.

 

 

Com este artigo, encerramos esta série Perguntas e Respostas – “Bezerras”. Acompanhe mais algumas das principais dúvidas dos produtores sobre o problema das doenças respiratórias, com prevenção e tratamento, visando garantir a saúde e o bom desenvolvimento das bezerras
Perguntas respondidas por: • José Azael Zambrano – Rehagro • José Eduardo Portela Santos - UF • Rodrigo Melo Meneses – EV/UFMG
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