No acumulado de novembro, as precipitações foram menores em grande parte do País, quando comparadas com o mês anterior. Destaque apenas para o norte de Mato Grosso, onde as chuvas chegaram a 600 mm. No Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe, os registros não ultrapassaram os 50 mm.
Apesar dos menores volumes, a água acumulada no solo até o momento é favorável para dar continuidade ao plantio da safra de verão e ao desenvolvimento vegetativo das culturas já semeadas. Para o curto prazo (18 a 26 de novembro), os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe e leste da Bahia continuam sem previsão de chuvas. Os volumes maiores estão previstos para Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, variando entre 100 e 250 milímetros.
O mercado nacional abastecido, o avançado plantio da safra de verão brasileira e a colheita norte-americana em fase final têm influenciado as cotações de soja e de seus coprodutos no mercado interno. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a referência para o farelo de soja está em R$ 2.299,41 por tonelada, sem o frete. Houve queda de 2,8% na cotação do insumo na comparação com a média de outubro e, no comparativo ano a ano, o farelo de soja está custando 16% a menos.
Para o curto prazo, o cenário deve ser de mercado mais frouxo para o farelo de soja, com o término da colheita e o aumento do processamento norte-americano, somados à boa expectativa para a primeira safra de soja, que está sendo semeada.
As atuais estimativas da Conab para produção brasileira são de aumento de 3,5% na área com soja para a atual temporada frente à temporada 2020/21, com expectativa de produção de 142 milhões de toneladas de soja, aumento de 3,4% em relação ao colhido na safra passada.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 14/11, 92% da área norte-americana já havia sido colhida, avanço de 5 pontos porcentuais na comparação semanal.
São esperados 120,43 milhões de toneladas de soja no país para a temporada 2021/22, frente aos 114,75 milhões de toneladas em 2020/21. No Brasil, a semeadura da safra 2021/22 está em andamento, e 79,2% da área prevista já havia sido semeada até 13/11, avanço de 11,9 pontos porcentuais em relação à semana anterior (Conab).
Se comparada a igual época de 2020, a semeadura da atual safra está em bom ritmo, já que haviam sido semeados 69% da área esperada para a safra (Conab).
Em Mato Grosso, o plantio está no estágio final, com 99,5% da área esperada já semeada até 12/11, avanço de 5,5% quando comparada a igual período da safra 2020/21 (Imea). Já em Mato Grosso do Sul, até 12/11, 97,5% da área já havia sido plantada (Famasul).
No Paraná, até 16/11, foram semeados 95% da área esperada no Estado, avanço de 7 pontos porcentuais em relação à semana anterior (Deral).
Para o curto prazo, persistindo o clima favorável para as lavouras no Brasil, a semeadura dos principais Estados produtores deve ser concluída. A colheita norte-americana está em bom ritmo e a expectativa é de conclusão dos trabalhos nas próximas semanas, abastecendo o mercado internacional no primeiro semestre de 2022.
A alta de preços das commodities agrícolas, entre elas milho e soja, e os resultados econômicos positivos na temporada 2020/21, contribuíram para o aumento da área semeada. Esse crescimento de produção e de produtividade está relacionado ao uso de tecnologia, tais como o uso de fertilizantes.
Os fertilizantes estavam com preços menos voláteis em 2019 e 2020. Contudo, em 2021, as cotações subiram fortemente. Um fator que impulsionou os preços foi a desvalorização do real frente ao dólar, pois o Brasil é grande importador de adubo. Em 2021, foram entregues 23,89 milhões de toneladas de fertilizantes, sendo mais de 20 milhões de toneladas importadas (Anda).
Em 2021, as cotações da ureia, supersimples, MAP, cloreto de potássio e 20-00-20 subiram, respectivamente, 91,2%, 93,5%, 119,7%, 160,4% e 89%. Os países produtores de fertilizantes (China, Rússia, Canadá e Marrocos) reduziram a fabricação e, consequentemente, a oferta de adubos.
A produção brasileira também caiu. A produção de 3,74 milhões de toneladas até junho equivale a uma queda de 5% com relação a igual período de 2020 (Anda).
Com o crescimento da área semeada nos principais países produtores de grãos, a demanda internacional aumentou. Com o cenário de desabastecimento mundial, associado à maior demanda nacional e internacional por fertilizantes, a expectativa é de preços firmes. Assim, a negociação antecipada, por meio de contratos e travamento dos preços para os grãos e fertilizantes, é uma estratégia para o cenário de alta de preços de insumos.
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