balde branco

No período que vai de outubro a abril, as vacas ficam mais suscetíveis à mastite clínica, causada principalmente por patógenos ambientais. Mas há como se prevenir dos prejuízos

Por Patrícia Vieira Maia

A umidade e o calor, característi­cos do período das águas, e a presença de barro no ambiente de permanência das vacas favo­recem a proliferação de bacté­rias. Além disso, o clima quente pode causar estresse térmico e queda na imunidade dos animais, deixando-os mais expostos aos problemas de mastite e outras doenças.

No caso específico da mastite, pode­mos classificar a doença neste período de duas formas. A primeira, a mastite clínica, quando as mudanças são visíveis, com a presença de grumos no leite, podendo ficar mais aquoso ou com sangue. O úbere também pode apresentar sinais da doen­ça, como inchaço e vermelhidão. A mastite clínica de grau 3, a mais severa, afeta a vaca de forma generalizada, provocando perda de apetite, febre e toda uma afecção sistêmica.

A segunda forma é a mastite subclíni­ca, com o leite não apresentando altera­ções visíveis a olho nu. Para identificar a doença, analisa-se o leite de forma mais específica, fazendo análises de contagem das células somáticas, que são compostas principalmente pelas células de defesa do animal. Caso o resultado esteja acima do normal, o animal está com mastite, pois as células de defesa aumentam para controlar a infecção.

Os microrganismos causadores da do­ença também se mostram diferenciados. Os microrganismos ambientais, como o próprio nome indica, estão no ambiente de permanência da vaca, entram no úbere do animal e provocam infecção. Geralmente, esses patógenos estão relacionados à ocorrência de mastite clínica. O microrga­nismo não é adaptado ao úbere e causa um grande estrago quando consegue penetrar.

Já os microrganismos contagiosos são mais adaptados ao úbere do animal. Visivelmente causam um quadro menos severo de mastite, mas que gera impacto na produtividade, pois há destruição das células que produzem leite.

Os sinais da mastite clínica são iden­tificados no momento da ordenha com o teste da caneca. São retirados os três primeiros jatos de cada teto, sendo um dos objetivos dessa prática avaliar se há alterações no leite. Nesse momento, se consegue perceber se existem grumos ou outra anormalidade no leite. Além disso, o inchaço no úbere observado no momento da ordenha pode ser indício de mastite. Dependendo do tamanho deste inchaço, identifica-se, já no pasto, as vacas infectadas.

Assim que o diagnóstico da infecção é feito, é necessário tratar o animal o mais rápido possível. Alguns desses microrganismos são pouco responsivos a antibióticos, mas é preciso tratar o animal, principalmente com antibióticos de amplo espectro, para não aumentar a severidade do quadro, sendo importante a utilização de antibiótico intramamário com anti-inflamatório, principalmente em casos mais graves, em que a vaca esteja com o úbere inchado. Identificado o problema, quanto mais rápido for o tratamento do animal, menor é o prejuízo e melhor a sua recuperação.

—————————
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 636, de outubro 2017

Abrir bate-papo
1
Escanear o código
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?