balde branco

MERCADO

Rafael Ribeiro

Zootecnista, msc. Scot Consultoriaa

Conab: revisões para baixo na produção brasileira de milho e trigo na safra que está acabando (2020/21)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, no dia 9 de setembro, o décimo segundo levantamento da safra brasileira de grãos 2020/2021, que está em fase de colheita das culturas de segunda safra ou safra de inverno.

No caso do milho, houve mais uma revisão para baixo (-1,8%) na produtividade média das lavouras de segunda safra, frente a estimativa anterior. Já na comparação com a safra passada (2019/20), o rendimento médio deverá ser 27,0% menor este ano.

A produção na segunda safra está estimada em 59,47 milhões de toneladas de milho em 2020/21, 1,4% menos que o estimado no relatório passado, divulgado em agosto último, e 20,8% abaixo ou 15,58 milhões de toneladas a menos que o colhido na safra anterior.

No total (1ª, 2ª e 3ª safras), estão previstas 85,75 milhões de toneladas de milho no País na temporada que está se encerrando (2020/21), 1,0% menos que o previsto anteriormente para o ciclo atual e 16,4% menor, o equivalente a 16,84 milhões de toneladas a menos, em relação à produção na safra passada.

Com relação ao trigo, houve revisão de 4,9% na produtividade média das lavouras 2020/21, frente à estimativa anterior para esta safra, mas, ainda assim, o rendimento médio deverá ser 13,8% maior em relação à safra passada (2019/20).

A produção brasileira está estimada em 8,16 milhões de toneladas de trigo em 2020/21. Este volume é 5,1% menor que o previsto em agosto para o ciclo atual, mas 30,8% acima, o equivalente a 1,92 milhão de toneladas a mais que o colhido na safra passada. A colheita do trigo 2020/21 está em andamento no País.

Colheita na reta final e queda no preço do milho

Na região de Campinas (SP), segundo levantamento da Scot Consultoria, a referência ficou em R$ 95,00 por saca de 60 quilos, queda de 4,0% no acumulado do mês. Apesar dos recentes recuos, o milho está custando 49,6% mais na comparação com igual período do ano passado.

A pressão de baixa é devida ao avanço da colheita do milho de segunda safra (2020/21), na reta final no País, e à maior intenção do vendedor em negociar.

As importações brasileiras de milho em alta também colaboram com a pressão de baixa sobre as cotações no mercado interno. Para o curto e médio prazos (outubro), com a maior disponibilidade interna, devido à conclusão da colheita, o viés é de baixa para as cotações do cereal no mercado brasileiro, mesmo com as fortes revisões para baixo nas produtividades médias das lavouras neste ciclo.

No entanto, atenção à demanda interna e ao câmbio, que pontualmente podem dar sustentação aos preços do cereal no País.

Demanda firme dando sustentação às cotações do farelo de trigo

O preço do farelo de trigo subiu em setembro, em função da boa demanda, somada à menor oferta do insumo. A colheita do trigo está em andamento. Segundo o levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o farelo de trigo ficou cotado, em média, em R$ 1.606,67 por tonelada, sem o frete, em setembro.

A alta foi de 8,9% na comparação mensal e, na comparação anual, o insumo está custando 44,6% a mais este ano.

Para o curto prazo, o avanço da colheita do trigo e a maior oferta do produto no mercado poderão diminuir a pressão sobre os preços do insumo. A queda no preço do milho colabora com este cenário. Por outro lado, a demanda firme poderá limitar os recuos em um primeiro momento.

Preço da ureia agrícola subiu 79,4% no acumulado de 2021

Os preços dos adubos subiram fortemente em 2021, com o aumento da demanda interna, menor disponibilidade de alguns produtos e o câmbio em patamares elevados. Em setembro, segundo o levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a ureia agrícola ficou cotada, em média, em R$ 3.554,00 por tonelada, sem o frete. Os maiores preços ultrapassaram os R$ 4 mil por tonelada no Estado. A alta foi de 8,0% na comparação mensal e, no acumulado desde o início do ano, as cotações subiram 79,4%.

Para o curto prazo, a expectativa ainda é de boa movimentação no mercado brasileiro de fertilizantes e a oferta mais enxuta de alguns insumos tende a manter os preços firmes no mercado brasileiro. No entanto, atenção ao dólar, que pode afetar em ambos os sentidos as cotações dos fertilizantes.

Abrir bate-papo
1
Escanear o código
Olá 👋
Podemos ajudá-lo?