É crescente o número de consumidores que faz questão de saber a origem do que compram e sua composição, uma tendência que favorece a indústria de lácteos

Por Kennya B. Siqueira, pesquisadora da Embrapa Gado de Leite

Na era do Google, Twitter, Facebook e Instagram, conhe­cer a história por trás do alimento se tornou um apelo atrativo para os consumido­res, especialmente para a geração dos milênios. Para esses não basta apenas co­nhecer a dieta dos animais, mas também saber o seu impacto sobre o meio am­biente e os seus benefícios para a saúde humana.

Com isso, a ideia de ad­quirir alimentos produzidos de forma simples e mais próximo da fazenda tem ganhado espaço e pode representar uma grande oportunidade para a indús­tria de laticínios e para os produtores organizados, que tenham controle das suas atividades.

Hoje em dia não é su­ficiente anunciar que um alimento é livre de alguma substância indesejável. Os consumidores querem sa­ber se o ingrediente consi­derado ruim não foi subs­tituído por outro igual ou pior. Ou seja, eles querem saber como o alimento foi produzido ou processado, se houve impactos para o meio ambiente, qual o tipo de impacto etc.

Pesquisa do SPC Brasil e da Con­federação Nacional de Dirigentes Lo­jistas mostrou que 59% dos brasileiros analisam se as empresas adotam práticas prejudiciais ao meio ambiente antes de realizarem suas compras. Isso tem uma grande representatividade, principalmente se for considerada a famosa regra de marketing 80/20, que afirma que 20% dos consumidores contribuem para 80% das vendas.

Neste cenário, a responsabilida­de econômica, social e ambiental se tornou parte vital das estratégias das empresas, configurando-se em diferen­cial e fator de competitividade. Dados mundiais do Innova Market Insights mostram que alimentos que focaram na sustentabilidade ambiental tiveram uma taxa anual de crescimento com­posta das vendas de 72%, entre 2011 e 2015. Já o foco no bem-estar animal impactou em crescimento de 45%.

A sustentabilidade entrou na pauta dos consumidores, de modo que o novo bordão no mercado de alimentos é o chamado pastejo regenerativo, em que a criação de animais a pasto as­sociada a práticas de regeneração do solo desenham um sistema ambientalmente sus­tentável. Esse tipo de sistema gerou um dos termos mais usados atu­almente em campanhas de marketing e rótulos de alimentos interna­cionais: o “Grass fed” ou “Alimentado/criado a pasto”. No mercado internacional tem grass fed burgers, grass fed butter, grass fed milk, entre outros produtos.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 635, de setembro 2017

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