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Detalhe de ala da pesquisa do laboratório, em Campinas, que será ampliado

ESPAÇO EMPRESARIAL

Dez anos de Zoetis

no País com mais investimentos

A primeira área em volume de recursos abrange aspectos que tragam maior proximidade com os produtores através de equipes de campo, de vendas e outros

Luiz H. Pitombo

Laboratório de origem norte-americana, a Zoetis, antiga divisão de saúde animal da Pfizer, obteve em 2022 a receita de US$ 329 milhões no Brasil, 3% acima do ano anterior, sendo praticamente metade oriunda de produtos para animais de produção e metade para pet, abarcando oito espécies animais diferentes. O País oscila entre o segundo e o terceiro maior mercado em importância mundial para a empresa, que obteve no ano passado a receita de US$ 8,1 bilhões, com crescimento de 8%.

Segundo o zootecnista Luis Xavier Rojas, presidente nacional e vice-sênior mundial, a indústria nestes dez anos de existência no Brasil reafirma seus planos de manter seu crescimento e a realizar investimentos em áreas prioritárias. A primeira em volume de recursos abrange aspectos que tragam maior proximidade com os produtores por meio de equipes de campo, de vendas e outros.

A segunda diz respeito à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos e à “tropicalização” de outros pelas particularidades de clima, manejo e tipo animal existentes no País. Em termos mundiais, incluindo o Brasil, a meta do laboratório é a de aplicar neste ano até US$ 670 milhões, 28% a mais que no ano passado.

A terceira área a ser contemplada é a planta localizada em Campinas (SP), a única da empresa na América Latina. Existem planos de aumentar sua capacidade de produção para a introdução e fabricação de novos produtos. “Precisamos também sempre investir em logística, pela dimensão do Brasil e mudanças da fronteira pecuária, trazendo vantagens competitivas”, diz.

A postura atual do laboratório tem sido a de pensar de forma contínua e conjunta a saúde animal, a começar pela predição de problemas por meio da genética, da prevenção com vacinas, diagnóstico e tratamento de enfermidades que possam ocorrer. Assim, atuam nas áreas da genômica, diagnóstico, vacinas, biodispositivos, medicamentos e pecuária de precisão.

Luis Xavier Rojas: "Ante a demanda de crescimento mundial de proteína animal, o leite no Brasil está numa situação ´superpositiva´ pelas condições aqui existentes para expandir a produção”

Futuro do leite – Luis Rojas considera firme e crescente a demanda por proteína animal pelos países emergentes, igualmente atrelada à ocidentalização de hábitos de consumo dos asiáticos. O leite nesse horizonte encontra no Brasil uma situação que considera “superpositiva” pelas condições aqui existentes de área e outras para expandir a produção.

Mas pondera que várias situações necessitam de ajustes, o que ainda leva o País a recorrer a importações por restrições na oferta, o que lamenta que ocorra. Nesse contexto, coloca aspectos de manejo e a predominância do produto fluido na embalagem longa vida por deficiências na cadeia do frio. A qualidade do leite entregue precisaria igualmente avançar mais do que já vem ocorrendo, além da coleta e análise de dados da atividade e uma boa gestão.

O presidente diz que muitos pecuaristas de leite já perceberam as boas oportunidades de avanço aí existentes e se destacam, mas que a base dos produtores ainda busca muito pouco as tecnologias existentes.
Sobre os investimentos no Brasil e no exterior, ele acrescenta que as ações do laboratório são permeadas pela preocupação com a sustentabilidade da empresa, das comunidades, da criação animal e do planeta, tendo por meta zerar suas emissões até 2030.

Débora Fujimura destaca que a empresa participa ativamente de pesquisas na área de reprodução de bovinos em parceria com diversas entidades, além de levar orientação técnica a grupos de produtores

Contribuições para o setor – “Nos últimos dez anos, nosso faturamento com pecuária praticamente dobrou no Brasil, com o segmento de corte crescendo mais aceleradamente em sua busca por tecnologias, mas com o leite também avançando bastante de maneira intensa”, avalia Débora Fujimura, líder de marketing da área de bovinos e equinos. Dentre as contribuições marcantes da empresa para o segmento do leite, destaca as ferramentas para o melhoramento dos rebanhos por meio do Clarifide e o Clarifide Plus, que, por meio da análise genômica precoce de animais permite identificar os mais produtivos e saudáveis. Nesse contexto, aponta a parceria realizada com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando para o estudo do genoma dos animais da raça num trabalho único no mundo.

Também salienta a participação do laboratório no incremento do mercado de inseminação artificial, por sua atuação na área da reprodução com ações e produtos direcionados à inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Em parceria com a universidade realiza estudos e também formou o Gerar (Grupo Especializado em Reprodução Aplicada ao Rebanho), por meio do qual os técnicos apresentam e discutem os resultados obtidos nas fazendas, o que traz capacitação e evolução.

O laboratório igualmente promove desde 2017 um trabalho junto a fazendas chamado atualmente de Saber dá Leite, quando grupos de 30 ou 40 propriedades são acompanhadas e orientadas por dois anos nas áreas de nutrição, gestão da atividade e de pessoal, adoção de protocolos sanitários e outros. O trabalho já atingiu no Estado de São Paulo as regiões do Vale do Paraíba e de Promissão, além de Mato Grosso do Sul.

Outras áreas marcantes de atuação para o setor que ela aponta estão associadas à melhoria no entendimento do impacto das enfermidades das vacas na reprodução e a oferta de um conjunto expressivo de antibióticos para a saúde do úbere.

Novos enfoques – Débora Fujimura conta que um primeiro investimento que já se encontra em andamento visa aprimorar o conhecimento e as informações dos produtores de leite relacionadas aos impactos causados pelas doenças respiratórias em bezerras e em vacas leiteiras nos sistemas confinados. Ela aponta que já foi realizado um simpósio sobre o tema e que neste ano deverão acontecer eventos técnicos que também tratarão e discutirão o assunto, com ênfase na prevenção, mas também na detecção e tratamento.

A área da genômica tem perspectiva de manter também seus investimentos, com seu uso mostrando expansão no Brasil no setor do leite, “embora não no ritmo que se gostaria”, avalia a gestora de marketing. Assim, à medida que se avançar mais na utilização desta tecnologia, novas devem ser introduzidas.

Quanto ao projeto Saber dá Leite, terá continuidade neste ano avançando para a Região Nordeste, chegando ao interior do Rio Grande do Norte, estabelecendo no local propriedades que servirão de referência para as demais.

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