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Processo de transferência de conhecimento do Educampo está apoiado em ferramentas gerenciais exclusivas e por um banco de dados robusto e consistente há mais de 20 anos

CONSULTORIA

Educampo faz a diferança

na vida dos produtores de leite mineiros

Por meio da consultoria do Educampo/Sebrae-MG, grupos de produtores mineiros aumentaram, em média, em 37% o volume de leite produzido nos últimos seis anos

Erick Henrique

Com vasta capilaridade na profissionalização do produtor, nas mais variadas atividades econômicas do agronegócio brasileiro, em mais de 20 anos de atuação, o Educampo é uma das iniciativas do Sebrae-MG que transformaram o conceito de assistência técnica e gerencial no Estado. Além disso, contribui efetivamente para o desenvolvimento dos pequenos negócios rurais e de toda cadeia produtiva. Nesse período, mais de 7 mil produtores foram beneficiados em Minas Gerais. Entre os principais resultados estão a disseminação de tecnologias, a integração da cadeia produtiva e o aumento da rentabilidade das propriedades participantes.

“O nosso objetivo é mudar a realidade dos produtores, tornando-os menos intuitivos, mais especializados e cada vez mais profissionais no que fazem. Esse é o desafio que o Sebrae-MG tem superado com o Educampo, por meio de uma plataforma que gera a inteligência essencial para construir capacidades e criar oportunidades para o agronegócio do leite”, destaca Priscilla Magalhães Gomes Lins, gerente de Agronegócios do Sebrae-MG, acrescentando que as consultorias com especialistas em gestão são a base do processo de transferência de conhecimento. Elas são apoiadas por ferramentas gerenciais exclusivas e por um banco de dados robusto e consistente, com um histórico de mais de 20 anos de informações reais. Segundo ela, já passaram pelo Educampo mais de 6 mil fazendas. Atualmente, participam da plataforma cerca de 800 fazendas leiteiras, distribuídas em mais de 200 municípios de Minas Gerais. Essas propriedades estão organizadas em 59 grupos, em parceria com 17 agroindústrias, contemplando as principais cooperativas e laticínios atuantes no Estado. O volume médio das fazendas participantes é de 1.600 litros de leite por dia e um rebanho médio de 80 vacas em lactação por propriedade atendida.

Priscilla M. G. Lins: “O Educampo é uma solução viável para produtor de qualquer porte, pois foi criado e desenvolvido para produtores que querem atuar de forma empreendedora no negócio leite e ganhar dinheiro com a atividade”

“As propriedades que participam do Educampo há mais de seis anos aumentaram, em média, 37% o volume de leite produzido nesse período. As regiões que mais se destacaram no aumento de volume de leite produzido foram Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que cresceram 50%, e o sul de Minas, que cresceu 45%”, informa Priscilla.

De acordo com ela, a produção por vaca em lactação das propriedades que compõem o Educampo cresceu, em média, 19,5% no Estado, com destaque novamente para as regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que obtiveram um crescimento médio de 23%. “Também observamos um aumento da produtividade por área para a pecuária em 47% no mesmo período, saindo de 5.616 litros/ha/ano para 8.258 litros. A região sul elevou sua produção por hectare em 47% e o Triângulo e Alto Paranaíba, em 70%.”

Ela salienta ainda que o Educampo é uma solução viável para produtor de qualquer porte, pois foi criado e desenvolvido para produtores que querem atuar de forma empreendedora no negócio leite e ganhar dinheiro com a atividade. “A metodologia de gestão do Educampo é abrangente e totalmente inclusiva. Prova disso é que 45% das propriedades atendidas produzem menos de 1.000 litros/leite/dia e que existem diversas propriedades atendidas com produção média diária de 100 litros/leite/dia”, destaca.

Além disso, ela explica que o mais importante é o perfil do produtor, uma pessoa antenada, inovadora e que queira desenvolver seu negócio. Ou seja, o pecuarista do Educampo é aquele conectado com a necessidade da utilização de inteligência de dados e do compartilhamento de experiências para o aprimoramento contínuo.

Equipe da Fazenda Retiro comemorando a marca de 12 mil litros de leite por dia, hoje já superada

Crescendo com eficiência – A Fazenda Retiro, localizada em Pompéu, região centro-oeste mineira, é um bom exemplo da importância da orientação técnica para a profissionalização na atividade leiteira, melhorando seus resultados com sustentabilidade. O produtor Fernando Afonso Machado lembra de sua chegada à fazenda, em 1996, onde existia um rebanho mestiço, com produção de leite atingindo uma média de 700 litros por dia. À época eram cerca de 70 animais em lactação, produzindo cerca de 10 litros/vaca/dia. O modelo de produção era totalmente a pasto, com suplementação no período seco, ora com silagem, ora com cana-de-açúcar.

“Com nossa vinda naquele ano, já partimos para tecnificar a questão da ordenha. Deixamos o sistema manual e passamos para a ordenha mecanizada. Aliada a essa tecnologia, partimos para a inseminação artificial, com a intenção de melhorar geneticamente o rebanho. Feitas essas melhorias na parte do melhoramento genético, comecei a perceber a necessidade de fornecer alimentos de melhor qualidade, e foi daí que investimos na tecnologia de irrigação. Isso foi necessário porque estamos numa região com déficit hídrico muito grande, tendo em vista que as chuvas não são bem divididas”, diz Machado.

Fernando Afonso Machado: “Essa orientação e a adoção de novas tecnologias trouxeram ânimo para todos da equipe, assim como um retorno econômico bem expressivo para a propriedade”

Para fornecer uma forragem de qualidade e abundante para o rebanho, ele instalou um sistema de irrigação com pivô central, dadas as características da propriedade. “Em 2010, iniciamos a irrigação logo e, em 2013, já pusemos o segundo equipamento para funcionar, o que viabilizou a produção de uma silagem de boa qualidade para alimentar um plantel que estava evoluindo geneticamente”, conta Machado.

Hoje, a propriedade de Pompéu está trabalhando com 500 vacas em lactação, sendo que 300 delas ficam no compost barn, as no pico de lactação e no pré-parto. Em torno de 200 delas ficam no pasto e recebem suplementação no cocho. Contudo, segundo o produtor, à medida em que o DEL desses animais aumenta, elas começam a entrar em um sistema misto de adaptação a pasto, onde são tratados no cocho, e no final da lactação, estão totalmente integrados ao sistema a pasto.

“Também quando chega o período seco, o volumoso que fornecemos é a silagem de milho e de capim-elefante. As novilhas e vacas secas recebem essa silagem no período seco. Graças aos investimentos em tecnologias que, associadas, proporcionaram conforto animal, consequentemente uma média de 35 kg/leite/dia/vaca estabulada”, relata o produtor, acrescentando que as tecnologias trouxeram ânimo para todos da equipe, assim como um retorno econômico bem expressivo para a propriedade. “Fatores que nos deixam motivados para continuar na atividade leiteira”, arremata.

Fazenda Retiro: com tecnologia da irrigação, mais produtividade da lavoura para produzir alimento de qualidade para o rebanho

Fazenda Retiro

Localizada no município de Pompéu, região centro-oeste de MG


• Animais em lactação: em torno 500
• Produção de leite dia: média de 13.800 litros
• Produção por animal: 28 litros
• CCS: 220 mil/células somáticas/ml
• Proteína: 3,3%
• Gordura: 3,9%
• Parceria com a Cooperativa Central dos
Produtores Rurais (CCPR)

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DOS ÍNDICES PARA AVANÇAR NA MELHORIA DA PRODUTIVIDADE E DA QUALIDADE DO LEITE

De acordo com Machado, com a evolução da Fazenda Retiro, ele se deparou com a necessidade de planejar melhor para ter os índices econômicos bem feitos, o que auxilia na tomada de decisão. “Desse modo, surgiu a oportunidade da contar, desde 1996, com a consultoria do Educampo, que tem uma parceria com a Cooperativa Central dos Produtores Rurais (CCPR), da qual somos fornecedores de leite e parceiros. A CCPR investe muito nessa questão de assistência técnica via Sebrae/Educampo Leite.”

Ele recorda que a propriedade praticamente trabalhava no “escuro”, visto que não dispunha dos números econômicos bem organizados. “A partir do momento em que a consultoria do Sebrae começou a nos orientar nesse quesito, ficamos dependentes desses dados econômicos. Atualmente, todo o planejamento é feito com base nos números. Aliás, a rentabilidade sobre o capital investido é feita mensalmente, quando verificamos custo do leite, custo operacional, custo total, pois não é possível trabalhar em qualquer atividade sem ter esses dados em mãos. O Educampo viabiliza isso porque conta com uma plataforma de gestão fenomenal, algo que é imprescindível para a bovinocultura leiteira”, ressalta Machado.

Vendo pelo lado da produtividade e dos bons resultados na atividade leiteira, o médico veterinário Luís Guimarães Diogo, consultor do Educampo, que atende a Fazenda Retiro, avalia que só vão restar aqueles produtores que tratam a pecuária de leite como uma empresa rural. “A fazenda moderna busca, assim como uma grande empresa, comprar bem insumos, estrategicamente, ter escala de produção e, quando falamos em escala, necessariamente não precisamos de volume de leite muito grande, mas sim ter aumento na produtividade das vacas em lactação e mão de obra engajada, pois as pessoas são primordiais para superarem, junto com o pecuarista, os desafios impostos à atividade no ano de 2021 em diante.”

Para ele, quando a mão de obra está desmotivada, automaticamente o produtor também estará. “Além do mais, hoje, uma fazenda tem de ter processos bem definidos para produzir leite de qualidade, que atendam às exigências dos consumidores que buscam qualidade, sustentabilidade e bem-estar animal. Com a nossa consultoria, tudo isso vem sendo posto em prática na fazenda do produtor Fernando Machado. É esse também objetivo que busco alcançar junto ao grupo de 19 produtores para quem presto assistência técnica. Logicamente, nem todos conseguem, contudo buscamos sempre isso”, avalia Diogo.

André Luís G. Diogo: “Hoje, uma fazenda tem de ter processos bem definidos para produzir leite de qualidade, que atenda aos consumidores que exigem qualidade, sustentabilidade e bem-estar animal”

Para Priscilla Lins, o sucesso econômico de uma fazenda leiteira passa pela eficiência produtiva e pela qualidade do leite. Também é preciso encarar a atividade leiteira como qualquer outro negócio que necessita ser rentável para ter atratividade e perenidade. “Muitas propriedades têm resultados técnicos excelentes, entretanto, apresentam um custo de produção desequilibrado e um alto nível de endividamento. Já demonstramos em vários trabalhos que a pecuária leiteira pode ser muito atrativa e competitiva, se for bem administrada. Quando conectamos as práticas gerenciais com o conhecimento técnico, alcançamos uma abordagem mais ampla da atividade e conseguimos tomar decisões que, de fato, trarão a evolução contínua dos resultados”, conclui a gerente do Sebrae/Educampo.

Para fazer parte do Educampo e ter acesso ao pacote de soluções de inteligência, informações e análises para evoluir continuamente o seu negócio, entre em contato com o Sebrae Minas pelo site www.educampo.com.br.

Perfil e dados Educampo/Sebrae


• Presente em mais de 200 municípios de Minas Gerais;
• Propriedades participantes, com diferentes sistemas de produção totalizam mais de 1,5 milhão de litros de leite por dia;
• Plataforma de gestão – A plataforma promove acesso a informações gerenciais estratégicas, que orientam o planejamento da produção de leite. As análises integradas e personalizadas permitem a comparação entre as propriedades e a identificação de referências para a realidade de cada fazenda;
• Equipe de consultores – São profissionais especialistas em gestão, entre agrônomos, zootecnistas ou veterinários, que têm como desafio melhorar a performance econômica e financeira dos produtores rurais;
• Parcerias com cooperativas, associações ou agroindústrias que se preocupam com o desenvolvimento de seus fornecedores.

(Fonte: Educampo Leite/Sebrae)

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