Proponho que o fim do ano seja mais uma vez o momento de avaliação, de reflexão, de resoluções talvez, mas também um agregado de novas experiências.
Avalio que a cadeia do leite continua a aumentar a produção e a melhorar a qualidade do leite, apesar de, ao longo deste ano, ter sofrido com margens reduzidas, e continuado a perder produtores. Percebo o esforço da cadeia produtiva em adotar práticas mais eficientes de produção e de gestão, garantindo a entrega de alimentos nutritivos que promovam saúde e despertem sensações de prazer, de memórias afetivas.
Os produtores profissionais estão caminhando de modo cada vez mais responsável, lentamente é verdade, em direção à valoração dos serviços ambientais que existem em cada propriedade, recuperação de nascentes e de áreas de preservação, em especial. Sem deixar de fora as boas práticas de gestão, chegamos ao conceito de sustentabilidade, tendência sem retorno para conquistar mais rentabilidade e mais mercado, que está crescendo.
A Organização das Nações Unidas marcou o dia 15 de novembro passado como a data que a população mundial chegou a 8 bilhões de pessoas. Foram somente 12 anos entre os 7 bilhões até esta nova marca histórica, devido à maior expectativa de vida e também à desigual melhoria nas condições de vida e ao aumento da renda de muitas pessoas. Quem melhora de vida e vive mais quer comer melhor. E parte significativa vem de proteínas de qualidade, como as de origem animal.
Para pessoas em todo o mundo, o leite é um dos melhores alimentos, em proteínas, cálcio e gorduras saudáveis, tudo demonstrado cientificamente. Por outro lado, alimentos ultraprocessados, como as bebidas vegetais de cor branca, são “empurrados” para os consumidores como um produto igual ao leite, que em valor nutricional definitivamente não é. Um argumento ainda não comprovado sugere que seriam a solução mais viável para reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa.
Mas com produtos concorrentes como esses, basta um pouco de reflexão para concluir que, doravante, temos o desafio de aumentar a rentabilidade, reduzir a pegada de carbono da atividade leiteira, aumentar o bem-estar animal e a qualidade da vida dos produtores, sempre entregando leite e lácteos com qualidade.
Desejo que o novo ano traga muitos debates e renove discussões entre os diferentes grupos e opiniões no agro, todos comprometidos com seus interesses, fundamentados técnica e economicamente, buscando aumentar seus lucros, fortalecer seus clientes e sua permanência na atividade. Desejo também que as entidades representativas dos produtores mantenham sua postura vigilante, para criticarem construtivamente todas as propostas que interfiram nas atividades produtivas. Somente assim há inovação e desenvolvimento. Mas vou além.
Proponho fazer experiências sensoriais durante as comemorações do fim de ano: especialmente você, produtor, escolha um produto lácteo que você e sua família jamais tenham provado. Esteja certo, existem muitos produtos desconhecidos para a maioria. Compartilhe essa “novidade” com sua família em suas refeições de fim de ano. As deliciosas iguarias poderão despertar ideias e novas oportunidades para o seu negócio atender ao mercado de 9 bilhões de pessoas em 2037, uma boa parte composta por consumidores urbanos ávidos por descobertas envolvendo o alimento universal.
Os que produzem serão reconhecidos, pois, para fazer lácteos originais e deliciosos, tem que ter leite de qualidade. Os que consomem experimentarão novos sabores, odores e cores, frutos muitas vezes da íntima associação do leite com a história da Humanidade.
Muita Saúde e Paz a todos em 2023.
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