Vacas em destaque – Duas vacas da Granja Ferraboli, de Anta Gorda (RS), foram as maiores produtoras de leite desta edição da Expointer. Na categoria Jovem, Ferraboli 441 Natalia Unix (foto) se destacou, tendo produzido 78,55 quilos de leite na ordenha do dia. Já entre as adultas, a vencedora foi Festleite P Ferraboli 407 Supersire, que produziu impressionantes 82,69 quilos.

As duas são os “xodós” da família Ferraboli, que as cria com sombra no verão, aquecimento no inverno e, claro, comida de qualidade, como revelou Paulo Ferraboli, orgulhoso do desempenho dos seus animais. Segundo ele, o negócio familiar começou com uma única vaca holandesa há 23 anos – hoje a propriedade mantém 88 vacas em lactação com produção média de 100 mil litros por mês. A esposa de Paulo, Marlei Ferraboli, conta um “segredinho” extra para explicar o sucesso de suas vacas: “Elas gostam muito de carinho.”

Após dois dias de julgamento, comandado pelo juiz canadense Markus Hehli, convidado para o evento, a raça holandesa premiou os melhores exemplares da Expointer 2023. A vaca Bickel 617 Cassandra Kingboy Doc consagrou-se a Grande Campeã da categoria Vaca Jovem, (foto).

O animal da família Bickell também superou exemplares de outras raças que competiram pelo título de Vaca Suprema. Participaram da seletiva as Grandes Campeãs Gir, Girolando, Jersey e Holandesa Vermelha e Branca.

Em maio, durante a Fenasul Expoleite, ela já havia demonstrado todo o seu potencial como campeã da categoria Vaca Jovem. A criadora, Clara Bickell, de Humaitá (RS), destacou que este é o terceiro ano de Cassandra como participante da exposição. A vaca já havia participado anteriormente como bezerra e novilha prenha e neste ano superou as expectativas. “O criatório sempre apostou no potencial da vaca investindo em genética e hoje está colhendo os frutos disso”, disse a criadora.

Búfalas – A bubalinocultura de leite também se destacou na Expointer, onde a Associação Gaúcha de Criadores de Búfalos (Ascribu), pela terceira vez, promoveu um evento que já está virando tradição na feira: a Mostra Brasileira de Queijos de Búfalas.

Realizada no dia 31 de agosto, na Casa do Búfalo, a mostra reuniu 15 produtores do país – desde Marajó (PA) ao Rio Grande do Sul – numa concorrida degustação. De acordo com a presidente da Ascribu, Desirée Möller, essa ação serve para demonstrar a importância da búfala leiteira. “Além da muçarela e a burrata, produtos mais conhecidos, temos uma imensa variedade de queijos, queijos curados, queijos frescos, requeijão, manteiga, doce de leite, iogurte. São imensas as possibilidades que o leite da búfala nos dá como alternativa de renda.”

Trata-se de um mercado em expansão, pois a produção de leite de búfala no Brasil teve um crescimento de cerca de 550% nos últimos dez anos e a quase totalidade dessa matéria-prima é industrializada.

No entanto, segundo Otávio Bernardes, da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), ainda há muito espaço para crescer. “Temos pouca informação formal disso, mas acredita-se que 15% do rebanho de búfalo, que tem cerca de 2 milhões de cabeças no Brasil, já é explorado para o leite. Isso deve gerar em torno de uns 300 milhões de litros de leite de búfalo por ano. Parte não vai ao mercado, porque é utilizada para consumo próprio, principalmente no Norte e no Nordeste. Mas, em outros estados, como São Paulo, Minas Gerais e algumas capitais, a cadeia já está mais organizada. Em termos quantitativos, acreditamos que só 2,4% dos derivados de leite no Brasil já são de búfalos”, explicou.

Negócios – Para o secretário Giovani Feltes, o significado da Expointer está menos no comparativo de um ano para o outro e mais na sua efervescência, que demonstra o vigor da agropecuária do Rio Grande do Sul e a consolidação cada vez maior do setor. Uma novidade desta edição foi a inclusão da categoria de insumos na contabilidade de comercialização, com dados apurados pelo Sistema Ocergs/Sescoop junto aos cooperados, somando R$ 86,755 milhões em negócios.

Os números do Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF) da 46a Expointer também bateram todos os recordes em relação às edições anteriores. O valor comercializado pelo PAF alcançou R$ 8.673 milhões, superando a edição de 2022, considerada, até então, a maior da história. Este é o maior volume de vendas desde que o pavilhão faz parte da feira, há 25 edições.

O PAF também registrou recorde de expositores, com 372 empreendimentos, 35 a mais que a edição anterior, vindos de 174 municípios de diversas regiões do Estado, distribuídos em 338 estandes e sete cozinhas. Outro dado que chamou atenção foi o número de empreendimentos liderados por jovens e mulheres: em 2023, os jovens ficaram à frente de 87 empreendimentos e as mulheres, de 148.