A boa relação dos donos de fazenda com empregados ganha cada vez mais peso quando se quer um ambiente de trabalho motivador. É o que ditam os conceitos de gestão voltados para uma atividade leiteira eficiente

Geraldo Francisco de Assis, 33 anos, trabalha com pecuária de leite há quase metade de sua vida; boa parte dessa trajetória, na Fazenda Queima Ferro, em Pitangui-MG. Por conta da dedicação e do entendimento das questões técnicas da atividade, chegou ao cargo de gerente. A posição de liderança lhe revelou que tão im¬portante quanto saber interpretar os indicadores de desempenho do rebanho era ser eficiente na gestão das pessoas.

“Afinal, todas as tarefas na rotina diária, como a coleta do leite, o trato com as bezerras, o cuidado com os cascos, e tantas outras, são feitas por gente”, cita, ao explicar a razão de ter feito por três vezes cursos de gestão de pessoas no Rehagro, instituição voltada para a capacitação pontual dentro da atividade leiteira. “Repetir tem suas razões: rever conceitos e ferramentas e observar que a visão do aprendizado fica mais apurada a cada nova oportunidade”, conta.

Foi com essa experiência que assumiu recentemente a gerência da Fazenda Brejo Alegre, de Itaúna-MG. Assis é responsável por um rebanho de 640 animais mestiços, evoluindo para o Holandês PC e criado quase que totalmente em sistema de compost barn. O grupo de 340 fêmeas em lactação produz em média 31,5 litros por vaca/dia. A coleta é dividida em três ordenhas e a organização do pessoal tem o reflexo do que o gerente aprendeu: boas lições sobre gestão de pessoas.

“São três as equipes dedicadas à ordenha e a tarefas que tenham relação direta com a retirada do leite ou que sejam realizadas na mesma área”, explica ele, citando como exemplo a maternidade. A divisão por áreas tem gerado resultados positivos, comprovados até na avaliação da qualidade. Em agosto, a contagem de células somáticas era de 190 mil células/mL, enquanto a contagem bacteriana bateu em 5 mil ufc/mL.

“Temos trabalhado intensamente com treinamento e capacitação, o que gerou uma grande melhoria nos índices zootécnicos de maneira geral”, comenta. Assis ressalta a persistência e a paciência para implantar as ferramentas de gestão e garantir seu correto funcionamento. “Toda mudança gera resistências. Então é preciso ir além das palavras para convencer a equipe sobre os benefícios do que está tratando”, acrescenta. O gerente costuma reforçar sua argumentação levando funcionários a outras fazendas para ver o funcionamento de algum manejo.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 637, de novembro 2017

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