Esta é a meta do novo presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Luiz Carlos Rodrigues
Por Nelson Rentero
Em entrevista exclusiva à Balde Branco, ele disse que quer aprimorar os serviços prestados pela entidade e ampliar o mercado internacional. Desse pacote fazem parte ações voltadas para melhoria genética e valorização do criador e produtor de leite da região do Triângulo Mineiro. Confira abaixo algumas das questões respondidas por ele.
Balde Branco – O sr. assume um mandato de três anos à frente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Resumidamente, quais são suas prioridades de gestão?
Luiz Carlos Rodrigues – Vamos trabalhar para fortalecer os criadores de Girolando e, consequentemente a raça nos quatro cantos do país, aprimorando os serviços prestados pela entidade e ampliando o mercado internacional. Precisamos também expandir o número de participantes do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando. Hoje, apenas 10% dos associados participam do controle leiteiro oficial, um índice que considero muito baixo. Em relação ao teste de progênie, a proposta é melhorar os resultados dos rebanhos colaboradores que utilizam a genética dos touros em avaliação. Na área de comercialização dos produtos, vamos trabalhar junto aos órgãos de extensão, sindicatos e governos estaduais para consolidar o programa Pró-Fêmeas, que permite a venda de animais registrados em feiras. Daremos ainda total apoio aos núcleos regionais e microrregionais de criadores de Girolando para que desenvolvam ações de fomento em suas regiões. Na parte de serviços e tecnologia da informação, estamos construindo uma plataforma que fará a comunicação dos sistemas da Girolando com os softwares de terceiros, além de capacitar nossa equipe de colaboradores, buscando a excelência no atendimento aos nossos associados. Além disso, na próxima eleição pretendemos implantar o sistema de votação pela internet.
BB – Sua eleição foi marcada por absoluta harmonia, com chapa única, maioria absoluta, bem ao contrário de seu antecessor. O que mudou de 2013 para cá?
LCR – Tivemos uma diretoria coesa e com muita harmonia, sempre colocando o associado em primeiro lugar, o que mostra que os associados confiaram na gestão 2014-2016, presidida com excelência por Jônadan Ma, da qual eu fui o diretor financeiro. Sempre busquei exercer minha função com máximo de eficiência e liderança e acredito que ganhei a confiança do associado, principalmente quando lançamos a chapa, cujo nome era “Inovação”. Houve uma renovação na última diretoria que, estatutariamente teria de ser renovada em um terço. No entanto, optamos por ter mais de dois terços de novos membros. Isso mostrou que não haveria continuísmo de gestão, mas, sim, uma consolidação do que estava em andamento e uma inovação a partir da contribuição de novas pessoas.
BB – O sr. vai presidir uma entidade que tem cerca de 3.500 associados, o que pode ser visto como muito pouco perante o número estimado de criadores da raça. Por que isso ocorre? E o que fazer para melhorar essa representatividade?
LCR – Nos últimos três anos foram tomadas várias medidas, como descontos no valor da anuidade, para permitir que novos criadores entrassem para o quadro de associados e outros retornassem. Conseguimos a adesão de vários criadores e pretendemos continuar com essa política. Mas, acredito que é preciso fortalecer os associados em todo o país e ao mesmo tempo criar mecanismos de fomento para novos associados, seja via cooperativas, sindicatos, núcleos… Usaremos todas as ferramentas possíveis para buscar novos associados.
BB – O sr. tem dito que manterá a continuidade das ações voltadas para o mercado internacional envolvendo a raça Girolando. Como o sr. avalia tal estratégia e o que pensa fazer daqui para frente?
LCR – Existe uma demanda muito forte pela raça Girolando em diversos países, especialmente da América do Sul e Central, que deve ser ainda maior nos próximos anos em decorrência da introdução da seleção genômica no programa de melhoramento genético da raça. O mercado internacional está bastante aquecido e enxergamos muito espaço para o crescimento e desenvolvimento do Girolando, como principal produtor de leite dos países tropicais. Já firmamos termos de cooperação técnica com vários países latino-americanos e agora queremos expandir esses acordos. Vamos visitar os que estão interessados em nossa raça, preparar um plano piloto consolidado e sustentável para que esses acordos possam realmente abrir novos mercados para o criador brasileiro. Além dos termos de cooperação técnica assinado com alguns países e já em execução, estamos estruturando o Brazilian Girolando, projeto que será uma grande oportunidade de mostrar nosso trabalho de formação e consolidação como raça leiteira, aliados a importantes parceiros, nos principais eventos da América Central e do Sul.
BB – Nominalmente, qual é a trilha a ser seguida?
LCR – Não é de hoje que a raça Girolando vem despertando grande interesse de países latino-americanos, asiáticos e africanos. Atualmente, a entidade tem convênio técnico firmado na área de registro genealógico e melhoramento com cinco países: Equador, Bolívia, Guatemala, Costa Rica e Honduras. Outros países que também assinarão o convênio com a Girolando em breve são Colômbia, Venezuela, Paraguai, El Salvador, República Dominicana, Panamá e México. No continente africano, a associação estuda a possibilidade de assinar convênio com Angola, Moçambique, África do Sul e Zâmbia. Na Ásia, serão negociados acordos com Tailândia, Vietnã, China, Indonésia, Índia, além da Turquia, na Euro-Ásia.
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 629, de março 2017