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Teste a campo dos híbridos é fundamental para produtor decidir qual variedade plantar

GUIA DA FORRAGEM

Esalq Lab apresenta resultado

da avaliação de híbridos de milho para silagem

Com base no Guia, o produtor pode selecionar o híbrido conforme as suas principais necessidades, para obter maior produção, valor nutricional e maior produção de leite/há

A silagem de milho é um dos principais volumosos utilizados na pecuária leiteira no Brasil e a qualidade nutricional desse ingrediente afeta diretamente a formulação das dietas, bem como a resposta produtiva dos animais. A qualidade da silagem de milho está associada a diversos fatores, como fertilidade do solo, época do ano, local de semeadura e altura de corte. Além disso, o híbrido de milho utilizado no plantio tem grande possibilidade de afetar a produtividade e a qualidade nutricional da silagem. A escolha do híbrido ideal para cada região pode resultar em aumento da produção de leite entre 8% e 24%. Uma propriedade que hoje produz 1.000 litros de leite por dia pode ir para 1.240 litros/dia com a escolha do híbrido mais adequado.

O trabalho de avaliação em campos experimentais regionais vem sendo feito graças à parceria entre a G12 Agro (Guarapuava-PR), Apta/IAC, Esalq/USP e Esalq Lab (Piracicaba-SP). Essa parceria resultou na criação da plataforma Guia da Forragem (site e app), em maio de 2018. O guia tem como objetivo fornecer ao produtor as informações necessárias sobre os vários híbridos que auxiliam na melhor escolha para a obtenção dos melhores índices produtivos. Após dois anos de existência, a plataforma já conta com mais de 3.600 usuários.

Atualmente o Guia da Forragem faz a avaliação de híbridos em nove localidades do País. Todos os dados obtidos nos estudos são analisados e inseridos na plataforma. O Guia da Forragem possui a ferramenta de filtros que permite selecionar as informações de maior relevância para o produtor, como, por exemplo, local do ensaio, faixa de produtividade, valor nutricional, ciclo de produção, produção de grãos/hectare e avaliação de sanidade.

Os dados obtidos nos ensaios realizados na safra 2019/2020 foram compilados e os dez melhores híbridos de cada ensaio estão apresentados nas tabelas da página seguinte. É possível observar que existem diferenças nas médias de produção de leite/hectare entre as cidades dos ensaios, demonstrando que é de grande importância levar em consideração a localização para fazer a escolha do híbrido. Portanto, a escolha do híbrido pode resultar em ganhos na produção, o que aumenta a viabilidade econômica do sistema produtivo.

Seca no Sul – Igor Quirrenbach, da G12 Agro, observa que foi um ano de deficiência hídrica no Sul do Brasil, tanto na safra de verão quanto na safrinha.

Essa falta de água, por um lado, comprometeu tanto a produção de massa para silagem como de grãos. No entanto, por outro, foi bom para selecionar híbridos com maior tolerância à seca. “Por isso, sugerimos que os produtores consultem os dois últimos anos de resultados (safra 2018/2019 choveu bem e 2019/2020, que choveu mal) no local e clima mais próximo da sua propriedade. Desta forma, terão maior segurança na escolha do híbrido”, recomenda ele.

O clima seco reduziu a incidência das doenças foliares no milho. Tanto que nos ensaios plantados em agosto e setembro do ano passado a maioria dos híbridos não teve resposta ao uso de fungicidas. Por outro lado, o clima seco favoreceu o desenvolvimento de pragas, como lagartas e pulgões, que também se relacionam com o híbrido e sua biotecnologia.

Daí que é muito importante o produtor usar o Guia da Forragem para, com conhecimento e maior segurança, selecionar o híbrido conforme as suas principais necessidades, como ciclo mais curto para fazer uma safrinha depois, maior produção de massa seca, maior valor nutricional, maior produção de leite/ha, maior produção de grãos, maior sanidade, etc. “Pois não existe ‘o melhor’ milho para silagem. O que existe são híbridos mais adequados para cada região e para cada situação.”

A orientação do Guia da Forragem é que os produtores plantem dois a três híbridos diferentes para diluir o risco. O ideal é plantar parte da área com um híbrido já conhecido que tem ido bem na sua propriedade. E plantar mais um ou dois híbridos novos com base nas avaliações do Guia da Forragem. Como existem vários microclimas, tipos de solo e manejo do produtor, a validação do híbrido na propriedade é importante antes de plantar uma área grande deste híbrido.

“Não aconselhamos o produtor a plantar comercialmente híbridos que não foram testados antes, pois se o resultado for ruim pode comprometer a produção de leite de um  ano inteiro e o prejuízo pode ser grande. Orientem os representantes das empresas para que primeiro testem seus híbridos nos ensaios do Guia da Forragem. E, se os resultados forem bons, no ano seguinte vocês podem plantar parte da área da propriedade apenas para confirmação”, finaliza.

(Texto elaborado pela equipe do Guia da Forragem – Esalq Lab/USP, IAC/Apta, G12 Agro)

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