balde branco

Recurso lançado no mercado há dois anos mostra resultados positivos no interior paulista, em duas áreas formadas com tifton: uma para pastejo, outra para feno

Por Mário Sérgio Wanderley

Pastagem irrigada faz parte do planejamento da maioria das propriedades leiteiras. Os benefícios que ela oferece na alimentação do rebanho sem dúvida turbinam o desempenho produtivo e, por consequência, alavan­cam o resultado financeiro da atividade. Poder controlar a oferta hídrica de acor­do com a necessidade do solo é uma realidade acessível em quase todo o País, tendo em vista que rara é a região que não sofre com o desequilíbrio de oferta de pastos de boa qualidade ao passar pelas quatro estações.

E a irrigação tem como principal objetivo manter a produção forrageira no seu mais alto patamar, mesmo em períodos de pouca ou nenhuma chuva. Aliada à adubação adequada, a prática de irrigar pastos significa levar a ativi­dade leiteira a um desempenho mais seguro e, se bem administrada, mais lucrativo. Por esse motivo, todos os sis­temas conhecidos dispõem da variante de fertirrigação ou nutrirrigação, na qual o adubo é misturado à água antes que esta seja distribuída às plantas.

Nesse sentido, desde 2015, o Brasil passou a contar com uma nova e revo­lucionária tecnologia de irrigação, cuja origem remonta a projetos realizados há menos de uma década no deserto israelense, na Austrália e nos Estados Unidos. É o sistema de gotejamento subterrâneo. Na verdade, o método apresenta um avanço significativo sobre o gotejamento de superfície, existente desde o final da década de 1960. De acordo com a ANA-Agência Nacional de Águas, este último está presente em cerca de 27% das áreas irrigadas no Brasil, perden­do apenas para o sistema de pivô, com 30% do total. Apesar de bem mais recente, tam­bém o gotejamento subterrâneo vem ganhando adep­tos no cultivo de café, frutas, grãos e cana-de-açúcar, além da pecuária.

Conseguir le­var os gotejadores para baixo do solo foi uma descober­ta que precisou contar com a mo­derna ciência da microtecnologia. Sem ela, não seria possível distribuir água com uniformi­dade de volume e pressão por toda a extensão do terre­no, evitando-se os entupimentos dos microfuros de saí­da do líquido. Além disso, era preci­so que os custos da fabricação dos componentes do sistema não inviabilizassem seu uso comercial e ainda garantissem uma longevidade de no mínimo 12 anos.

A par dessa tecnologia, as em­presas instaladoras desse sistema exigem que, antes de chegar aos tubos gotejadores, instalados no campo, a água passe por filtros que impe­çam o transporte de impurezas ou resíduos de adu­bo, que poderiam prejudicar o fun­cionamento do sistema.

Dados apre­sentados pelo en­genheiro agrôno­mo José Calsoni Neto, gerente regional da Rivulis Irrigação, mos­tram que a efici­ência do gotejamento subterrâneo fica entre 90% e 100%, entrando no cálculo a economia de água, de energia e de insumos. O pivô ficaria com eficiência de 70% a 85%, e os aspersores, com 60 a 75%. Ele explica que, além da uniformida­de na distribuição de água, pelo fato de o sistema ficar enterra­do, não há desperdício com evaporação e os ventos não interferem durante a operação. Outro ganho é o maior controle do volume de água consumido, através da central de gerenciamento dotada de moderno painel eletrônico e informatizado.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 636, de outubro 2017

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