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TENDÊNCIAS

Pedro Braga Arcuri

Pesquisador da Embrapa Gado de Leite

Leite para o desenvolvimento sustentável

Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias. Este são os cinco “Ps” que definem os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), parte da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, subdivididos em 169 metas. Um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. Ou uma mudança de atitude para acelerar a criação e fortalecer uma cultura de sustentabilidade e responsabilidade na humanidade, nos governos e nas empresas, garantindo a estas últimas lucro e crescimento econômico, sem destruição do planeta, nem exploração das pessoas.

Os ODS foram estabelecidos em 2015 por todos os países membros da ONU, Brasil incluso, e reiterados em reunião dos países latino-americanos em março passado, com o propósito de nortear as ações na “Década da ação”, de 2020 até aquele ano, que está logo ali. Desde 2018 o site SDG-Tracker permite acompanhar todos os indicadores.

Qual a importância disso para a cadeia do leite, para os produtores? Produzimos um dos alimentos mais nobres e nutricionalmente mais ricos! A população aumenta, as mudanças do clima estão cada vez mais intensas, a natureza sofre com o desperdício e o consumo exagerado dos recursos naturais. Neste cenário triste, mas verdadeiro, os ODS representam para propriedades e organizações uma espécie de mapa, para que sejam realizados negócios mais responsáveis, eficientes, competitivos e transparentes; práticas industriais menos agressivas ao meio ambiente e aos recursos naturais; contribuição para o bem-estar geral, saúde e qualidade de vida no planeta. Além disso, promovem saúde e segurança no trabalho.

Para os produtores, este tipo de posicionamento é tendência de importância crescente, sempre reforçada nesta coluna, pois cada vez mais os consumidores demandam que seus alimentos sejam produzidos com qualidade, associada a pouco impacto no ambiente, respeitando o bem-estar animal e a qualidade de vida dos que produzem e beneficiam o alimento. E isso vale bônus no pagamento pelo leite, realidade para os associados de cooperativas e indústrias compromissadas com o futuro!

Sim, porque tudo o que foi dito até agora vale para o setor industrial do leite, e que, de um modo geral no Brasil, tem muito a melhorar quanto a tecnologias e práticas de fabricação que, por exemplo, diminuam o consumo excessivo de água e de produtos de limpeza, diminuindo ou eliminando, pelo reúso, o volume de despejos para cada litro de leite processado. Atitudes como essas não são mais um custo, mas um excelente investimento que, como demonstrado pelas empresas que já adotam essa estratégia de mercado, se usado na comunicação com os consumidores ocasionará mais lucro por tornar a empresa socialmente responsável e mais atrativa para seus clientes.

Concluindo, fica evidente que não é possível alcançar a maioria das metas para o desenvolvimento sustentável sem um forte envolvimento do setor agroalimentar, pelo seu papel fundamental como gerador de riquezas e na adaptação às mudanças climáticas. Por isso, e em parceria com muitas empresas e cooperativas, a Embrapa está compromissada “até o pescoço”, tanto que declara, em seu sétimo Plano Diretor publicado no fim de 2020, ser um dos seus valores “alavancar o bem-estar socioeconômico em harmonia com o meio ambiente por meio de conhecimentos e soluções inovadoras que contribuam para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

Mas, afinal, quais são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? Saiba mais e comemore o Dia Mundial da Terra, e do Descobrimento do Brasil em 22 deste mês, se juntando a esse esforço pelo site oficial da ONU no Brasil https://brasil.un.org/index.php/pt-br/sdgs , procure pelo símbolo de 17 cores que está nesta página, nos sites e redes sociais e, muito importante, proponha à sua cooperativa ou empresa se juntar a essa iniciativa.

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