balde branco

Em busca dos melhores índices zootécnicos do rebanho, com o menor custo possível, criador de Jersey do Paraná é premiado com remuneração e reconhecimento

Por Romualdo Venâncio

No ano passado, a produção total de leite do Sítio do Urso, em Carambeí-PR, chegou a 2 milhões de litros, com preço médio de R$ 1,46 por litro. O ponto alto dessa remune­ração veio nos últimos três meses de 2017. “Foi quando recebemos o melhor preço da região”, diz Francisco Bastos de Miranda, dono da propriedade e cooperado da Frísia Cooperativa Agroin­dustrial. Tal resultado está diretamente relacionado à qualidade da produção das 250 vacas Jersey que ele tem em ordenha, consequência de seu cuidado com sanidade, manejo, melhoramento genético, alimentação, infraestrutura e gestão da fazenda como um todo. Isto lhe valeu também, pela segunda vez, o primeiro lugar do prêmio “Qualidade do Leite Começa Aqui!”, da Tortuga / DSM, na categoria “Quantidade + Qualidade do Leite” para a raça Jersey.

Os índices zootécnicos dão uma ideia do padrão de qualidade do leite produzido no Sítio do Urso. Segundo o criador, a composição de sólidos chega a 4,70% para gordura e 3,85% para pro­teína. Em média, a contagem de células somáticas (CCS) fi­cou em 150 mil cé­lulas/ml, enquanto a contagem bacteriana total (CBT) foi de 8 mil UFC/ml. Apenas como parâmetro de comparação, nos 212 milhões de litros co­letados pela Frísia em 2017, a média de CCS chegou a 253 mil células/ml, já a de CBT foi semelhante à registrada por Miran­da. “São indicadores que demonstram a qualidade do leite, e somos referência neste quesito tanto na região como no Brasil como um todo”, comenta Jefferson Pagno, coordenador de Pecuária de Leite da cooperativa.

Pagno acrescen­ta que essa condição vem sendo alcan­çada com o apoio de ferramentas que auxiliam os produ­tores na gestão da fazenda, tanto nas questões zootécni­cas como na parte financeira. “Temos uma parceria com a Clínica do Leite da Esalq/USP, em Pira­cicaba-SP, e, há dois anos, passamos a trabalhar com o Sis­tema MDA”, afirma o coordenador. Ele diz ainda que a partir daí conseguiram aplicar nas fazendas conceitos utilizados por grandes empresas de sucesso. “O Francisco é um exemplo. Está no proces­so desde o início e estabelecemos uma relação de “ganha-ganha”, buscando a sustentabilidade da produção. É bom para o criador e é bom para a Frísia. O planejamento estratégico contribui ainda para amenizar o impacto de períodos de crise, como ocorreu no segundo semes­tre do ano passado”, analisa.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 640, de março 2018

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