Fazenda mineira muda o sistema de produção de leite, trocando o semiconfinamento pelo compost barn. Com isso, melhora produção, reprodução e receita
Por João Antônio dos Santos
Há anos tentando incrementar a produção leiteira, os donos da Fazenda JB se frustravam ao se darem conta de que o que ganhavam na seca perdiam nas águas. A principal causa estava na condição de conforto, ou melhor, na falta dele, já que o excesso de barro, decorrente das chuvas, promovia problemas no manejo do rebanho, na reprodução e na própria produção, comprometendo a qualidade do leite ordenhado.
Essa era a sina da propriedade localizada na cidade de São Gonçalo do Sapucaí-MG que, apesar do aparente potencial em termos de área e rebanho, não apresentava o resultado positivo esperado. Diante disso, não restava outra saída além de mudar a ordem que ditava a exploração da atividade. Foi o que ocorreu nove meses atrás, segundo Michel Carin Penido Oliveira, administrador da fazenda.
“Com um novo plano de ações, visando metas de crescimento e fortalecimento do negócio, os ventos mudaram por aqui”, cita ele. Conta que seu avô e seu pai sempre atuaram de acordo com a cartilha tradicional das fazendas mineiras, ou seja, produzindo leite e café, este em média de 3 mil sacas por safra. Também, em menor escala, cultivavam feijão, batata e milho, que ainda hoje compõem o negócio.
A partir de 2006, acreditando no negócio leite, tiveram como meta aumentar a produção e produtividade, já que contavam com vacas da raça Holandesa. “Além de um plantel de boa genética, o trato era bom, mas percebíamos que tínhamos um entrave muito sério no manejo: faltava bem-estar para os animais, sobretudo, no período das chuvas”, relata, explicando que esse problema se agravava à medida que aumentava o rebanho. “Disponibilizar sombreamento natural com árvores e manutenção de corredores não resolvia”, completa.
Nesse cenário, a produção de leite sofria uma quebra de 40% ou mais no verão. “Chegamos a ter metade das vacas em lactação acometidas com mastite e problemas de casco, elevando os custos por causa dos tratamentos e medicamentos”, lembra Oliveira. A Fazenda JB continuou nessa situação por alguns anos, pois a ordem era não investir num sistema de confinamento, dadas as incertezas comuns do mercado de leite. E assim, mantinham as perdas e adiavam o sonho de crescer.
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 622, de agosto 2016