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MERCADO

Rafael Ribeiro

Zootecnista, msc. Scot Consultoriaa

Mais uma revisão para baixo na produção brasileira de milho de segunda safra

No relatório divulgado em 8 de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a área semeada (-0,2%) e a produtividade média (-4,1%) do milho de segunda safra 2020/21 no Brasil, frente às estimativas de junho para o ciclo atual. Na comparação com a safra passada (2019/20), o rendimento médio das lavouras deverá ser 17,5% menor neste ano.

Com isso, a expectativa é de que sejam colhidos 66,97 milhões de toneladas na segunda safra ou safra de inverno, 4,3%, ou 2,98 milhões de toneladas a menos do que o previsto. Na comparação com a temporada passada, a queda na produção está estimada em 10,8%, o equivalente a 8,02 milhões de toneladas, considerando somente a segunda safra.

No total (1ª, 2ª e 3ª safras), a expectativa é de que sejam produzidos 93,38 milhões de toneladas de milho no Brasil em 2020/21, uma queda de 9%, ou 9,2 milhões de toneladas, em relação ao colhido em 2019/20.

Lembrando que a produção nacional chegou a ser estimada em 108,96 milhões de toneladas no ciclo atual no relatório divulgado em abril deste ano pela Conab.

Milho: demanda interna, exportações e estoques finais no Brasil

A demanda interna na temporada 2020/21 foi revisada ligeiramente para baixo, passando de 72,14 milhões de toneladas de milho previstas em junho, para 71,31 milhões de toneladas nas estimativas de julho, segundo a Conab. As exportações brasileiras de milho foram mantidas em 29,5 milhões de toneladas no ciclo atual.

Com a queda mais forte na produção, em relação à revisão para baixo no consumo doméstico, e manutenção das exportações, os estoques finais estão estimados em 5,47 milhões de toneladas em 2020/21, frente aos 7,64 milhões de toneladas estimadas no relatório anterior (junho). Na comparação com a safra passada, quando os estoques finais foram de 10,6 milhões de toneladas, a queda é de 48,4%. É o menor estoque final desde 2015/16.

Cotações do milho voltaram a subir no país

Os preços do milho subiram em julho, depois das quedas no mês anterior. A sustentação é reflexo do clima adverso (frio e geadas) e, consequentemente, revisões para baixo na produção esperada na segunda safra, em fase de colheita no País.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, a referência ficou em R$ 102,50 por saca de 60 quilos em Campinas (SP), alta de 11,4% no acumulado de julho (19/7/21).

Com a queda nas temperaturas e a possibilidade de ocorrência de geadas no País, não está descartada a possibilidade de novas revisões para baixo no volume de milho previsto nesta segunda safra.

Desta forma, para o curto prazo, a expectativa é de preços firmes, mesmo com a colheita em andamento. Além do clima, atenção ao dólar, que voltou a se valorizar frente ao real em julho.

Alta no preço do caroço de algodão

O preço do caroço de algodão subiu em julho, devido ao baixo nível dos estoques internos. Destacando que a colheita do algodão de segunda safra começou em julho nas principais regiões produtoras do País. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo o caroço de algodão ficou cotado, em média, a R$ 2.205,00 por tonelada em julho.

Houve aumento de 1,4% na comparação mensal e, em relação a julho do ano passado, o insumo está custando 166,9% mais este ano. Para o curto e o médio prazos, a expectativa é de preços mais frouxos para o caroço de algodão, conforme avança a colheita do algodão e aumenta a disponibilidade interna do alimento concentrado.

Aumento nas entregas de fertilizantes no Brasil em 2021

Em fevereiro deste ano, segundo os dados mais recentes divulgados pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), foram entregues 3,04 milhões de toneladas de fertilizantes no Brasil. O volume aumentou 18,3% em relação a fevereiro do ano passado. No acumulado do primeiro bimestre, o volume entregue ao consumidor final totalizou 6,44 milhões de toneladas de adubos, 14,6% mais na comparação com igual período de 2020.

Para 2021, a expectativa da Scot Consultoria é de que sejam entregues entre 41 milhões e 42 milhões de toneladas de fertilizantes, frente ao recorde até então, em 2020, de 40,56 milhões de toneladas de adubos vendidos no Brasil. A alta de preços das principais commodities agrícolas deverá incentivar o uso de tecnologia e puxar a demanda interna por fertilizantes na próxima temporada (2021/22).

Com relação aos preços, além das recentes altas do dólar frente ao real, a demanda interna aquecida e preços firmes no mercado internacional têm dado sustentação às cotações no mercado brasileiro. Segundo levantamento da Scot Consultoria, os preços dos fertilizantes nitrogenados subiram, em média, 3,9% em julho/21, na comparação mensal. Para os adubos potássicos e fosfatados, os aumentos médios foram de 2% e 8,1%, respectivamente. Para o curto prazo, a expectativa é de preços firmes, diante da boa demanda interna com as compras para a próxima temporada.

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