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Retomada com sucesso em 2022, depois de suspensa pela pandemia, a maior feira da cadeia de leite na América Latina traz novidades para este ano e espera produtores de todo o País, além das caravanas internacionais

EVENTO

Megaleite 2023

espera crescimento de 10% nos negócios e no número de animais

Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCG), Domício Arruda Silva, destaca o retorno da raça Holandesa e dos bubalinos à exposição, além do anúncio do Sumário de Touros, com 11 novas características da raça e a forte presença de criadores de outros países

João Carlos de Faria

Em junho, em Belo Horizonte (MG), será realizada a Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite (Megaleite), maior evento da cadeia do leite na América Latina, com grande expectativa para o setor.

A estimativa da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando (ABCG), organizadora da feira, é de um crescimento mínimo de 10%, tanto no número de animais expostos, quanto nos negócios, em relação a 2022. A 18.ª edição do evento, com o tema “Tecnologia e Sustentabilidade”, ocorrerá entre os dias 7 e 10 de junho, no Parque da Gameleira, na capital mineira.

Segundo o presidente da ABCG, Domício Arruda Silva, a feira traz boas novidades neste ano, confirmando sua condição de alta relevância para a pecuária de leite nacional e internacional, após ser retomada em 2022, depois de ter sido suspensa por causa da pandemia.

Duas novidades anunciadas para a Megaleite deste ano são a volta da raça Holandesa e dos bubalinos – cujos criadores promoverão seu encontro anual durante a exposição – e a divulgação do novo Sumário de Touros, que ocorrerá logo na abertura da feira.

Julgamento das raças é um dos momentos mais esperados pelos criadores e visitantes da Megaleite

“Já definimos essa agenda juntamente com as centrais de inseminação, a Embrapa e a ABCG porque a ideia é exatamente trabalhar melhor esse sumário durante todo o evento”, afirma Silva, que assumiu a presidência da Girolando em janeiro último.

Ele ressalta que a divulgação e a programação dos eventos técnicos durante a Megaleite têm uma grande importância, pois valorizam o trabalho de melhoramento genético que a associação e seus associados fazem e vão apresentar resultados sobre características e índices de qualidade de leite, estresse térmico, sustentabilidade e reprodução, entre outros.

“É uma oportunidade para a divulgação de tecnologias para criadores do Brasil e de outros países. Na Megaleite podemos mostrar o potencial da raça, em que patamar estamos e o que projetamos para o Girolando do futuro”, afirma.

Ele lembra que o Brasil é uma referência mundial na seleção de bovinos leiteiros porque desenvolve um excelente trabalho de melhoramento genético, o que coloca a Megaleite no calendário dos mais importantes eventos internacionais.

“A exposição é uma grande vitrine para a pecuária nacional, reunindo milhares de visitantes de diversos países e culminando com a realização de inúmeros negócios por parte dos pecuaristas e das empresas participantes”, assegura.

As principais raças leiteiras do Brasil serão mais uma vez apresentadas na Megaleite, a começar pela Girolando – promotora do evento –, além do Gir Leiteiro, Holandês, Jersey, Jersolando, Guzerá, Guzolando, Sindi, Simental, Simbrasil e búfalos. Do total previsto de 1,5 mil animais, pelo menos a metade deve ser da raça Girolando, uma evidência de que ela continua em plena expansão no País, avalia o presidente da ABCG.

“Temos sentido esse crescimento em regiões com grande potencial, como o Nordeste, o Norte e o Centro-Oeste, além, é claro, do Sudeste, onde a raça está consolidada e temos o maior número de associados. A feira é uma oportunidade para que esses criadores de outras regiões possam trocar informações e conhecer novas tecnologias e, talvez por isso, temos observado um movimento crescente de caravanas dessas regiões e de vários Etados do Brasil.”

Domício Arruda Silva: “É uma oportunidade para a divulgação de tecnologias para criadores de todo o Brasil e de outros países"

Qualidade genética dos animais se destaca durante a Megaleite, uma vitrine nacional e internacional para a raça Girolando

Além das exposições e julgamentos em pista, também vão ser realizados os tradicionais leilões (presenciais e virtuais), shoppings de animais, eventos técnicos e encontros, reunindo projetos de apoio a pequenos criadores e outros com apoio de Sebrae, da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg) e do governo do Estado.

Comercialmente, a expectativa é ter a presença de cerca de 100 empresas expositoras. “A gente vive numa constante turbulência, pois, quando não tem uma pandemia, há questões econômicas e incertezas de mercado, mas a adesão de empresas de todos os elos da cadeia produtiva vem sendo muito grande”, relata Silva.

Também vai ocorrer mais uma edição do concurso de queijos artesanais. Além disso, a vila gastronômica vai oferecer aos visitantes o melhor da comida mineira. No concurso, o público da feira poderá degustar e votar no seu queijo preferido. No ano passado foi o “Barões da Mantiqueira”, produzido em Itanhandu (MG), na Serra da Mantiqueira.

Queijos artesanais de várias procedências são apresentados no concurso da Megaleite e passam pelo julgamento do público

“Vamos ter encontros de vários segmentos das cadeias produtivas do leite; reunião dos Conseleites, com a presença de conselheiros de todo o País e também da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), além de ter uma expectativa muito boa com relação à presença do público e de muitas caravanas internacionais”, diz o presidente da Girolando.

Entre 80 e 120 criadores de países da América Latina, América Central e até da África deverão confirmar presença na feira, com chegada prevista para dois a três dias de antecedência para visitar projetos e fazendas parceiras, a fim de conhecer as diversas formas de produção e sistemas produtivos nacionais. “Eles querem conhecer essa versatilidade e adaptabilidade da raça e aproveitam sua vinda para a Megaleite para isso, o que é muito importante porque estabelece uma troca de conhecimento”, diz.

Expectativa dos organizadores da Megaleite é superar o público visitante em relação ao ano passado

Silva destaca também as caravanas de escolas, trabalho realizado conjuntamente com alguns parceiros visando à educação das crianças, que poderão conhecer a “mini-fazendinha” e outros setores da feira e, com isso, aprender como funciona a pecuária de leite. “Nesse período, Belo Horizonte consegue trazer, no maior Estado produtor de leite do País, todo o potencial da raça, mas sobretudo é uma oportunidade para mostrar, num grande centro consumidor, todo o trabalho que faz o produtor de leite.”

GADO HOLANDÊS E BÚFALOS RETORNAM COM EXPOSIÇÕES E JULGAMENTO DE ANIMAIS

 
Segundo Francisco Otaviano Fonseca Oliveira, diretor executivo da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais, “estaremos presentes na Megaleite sempre que possível, temos conhecimento da importância do evento para nossa atividade, assim ajudamos o fortalecimento dela e damos oportunidade aos nossos criadores a divulgarem seus rebanhos”, diz ele, acrescentando que estarão no evento cerca de 80 animais, inclusive alguns oriundos de São Paulo. A Associação Brasileira dos Criadores de Búfalo (ABCB) volta a participar da Megaleite em 2023, após decisão anunciada durante reunião ocorrida na capital mineira, em novembro passado, entre a entidade e a ABCG.

A expectativa é ter a participação de cerca de 50 animais, concorrendo em torneio leiteiro e julgamento, do Encontro Anual, que a ABCB pretende realizar durante feira. “É muito importante estar presente em um evento de grande qualidade, como a Megaleite, que reúne as principais raças e toda a cadeia leiteira nacional. Vamos ter a oportunidade também de mostrar o nosso trabalho de seleção”, destacou o presidente da ABCB, Caio Vinícius Di Helena Rossato, logo após a reunião.

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