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MERCADO

Rafael Ribeiro

Zootecnista, msc. Scot Consultoriaa

Mercado do milho registra forte alta nos preços em agosto

As cotações do milho subiram no mercado brasileiro em agosto. Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas (SP), a saca de 60 quilos ficou cotada a R$ 62,00, sem o frete (20/8), aumento de 20,4% no acumulado do mês. Na comparação anual, o milho está custando 64,2% mais este ano.

O câmbio tem favorecido as exportações brasileiras de milho, que vêm aumentando nos últimos meses. Em julho/20, os embarques somaram 4,15 milhões de toneladas, frente às 348,13 mil toneladas embarcadas em junho/20. Em agosto (até a segunda semana), a média diária exportada cresceu 5,3% na comparação com a média de agosto do ano passado (Secex).

No mercado interno, a demanda pelo cereal está firme, colaborando com a sustentação dos preços. Para o curto prazo, a expectativa é de mercado firme e altas nos preços não estão descartadas.

Conab revisou para cima a produção de milho na segunda safra 2019/20

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, no dia 11 de agosto, o relatório de monitoramento da safra brasileira de grãos (2019/20).

Com relação ao milho de segunda safra, em fase de colheita no País, houve revisão para cima na área plantada (+0,3%) e na produtividade média (+1,6%), em relação ao relatório anterior, divulgado em julho.

Com isso, a produção de milho na safra de inverno deverá ser 1,9% maior, frente à estimativa anterior. No total (1.ª, 2.ª e 3.ª safras), o Brasil deverá colher 102,14 milhões de toneladas de milho, 1,6% mais que o estimado anteriormente e 2,1% acima do colhido na safra passada.

O aumento da produção e a manutenção da demanda interna (68,43 milhões de toneladas) e das exportações (34,5 milhões de toneladas) elevaram as previsões de estoques finais na temporada.

Atenção ao clima e à safra de grãos nos Estados Unidos

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo a situação das lavouras norte-americanas de milho e soja 2020/21, devido às tempestades ocorridas em importantes regiões produtoras no dia 11 de agosto.

Com relação ao milho, a porcentagem de lavouras em boas ou ótimas condições passou de 71% no relatório da semana anterior (10/8) para 59% nas estimativas divulgadas no dia 17/8. De qualquer forma, a situação está melhor em relação a igual período da safra passada, quando 56% das lavouras de milho estavam em boas ou ótimas condições.

A produção de milho nos Estados Unidos está estimada em 388,08 milhões de toneladas na temporada atual (2020/21), em fase de desenvolvimento. O volume é 1,9% maior que o previsto anteriormente (381,02 milhões de toneladas) e 12,2% acima dos 345,89 milhões de toneladas colhidas em 2019/20. No entanto, é possível que haja revisões para baixo em função das tempestades e prejuízos às lavouras.

No caso da soja, o USDA estima que 72% das lavouras norte-americanas estejam em boas ou ótimas condições, frente os 74% na semana anterior. Apesar da revisão para baixo, a situação está melhor na comparação com a safra passada (2019/20), quando neste momento 53% das lavouras estavam em boas ou ótimas condições.

A produção norte-americana está estimada em 120,42 milhões de toneladas em 2020/21, frente 112,54 milhões previstas anteriormente para este ciclo. O volume é 24,2% maior que os 96,68 milhões de toneladas colhidas na safra passada (2019/20). Da mesma forma que o milho, é possível que o volume seja revisado para baixo devido ao clima mais adverso este mês nos Estados Unidos.

Alta nas cotações do leite no mercado spot e dos lácteos no atacado e varejo

Os preços do leite subiram no mercado spot (leite comercializado entre as indústrias) na primeira quinzena de agosto. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, o aumento médio foi de 3,9% em relação ao fechamento de julho deste ano. No Paraná e no Rio Grande do Sul, a alta foi de 4% no mesmo período.

As fortes valorizações nos preços do leite nos últimos meses no mercado spot refletem a maior concorrência entre as indústrias pela matéria- prima (leite cru) e melhora no escoamento, com a flexibilização da abertura do comércio.

No atacado (indústrias), os preços dos lácteos subiram, em média, 5,3% na primeira quinzena de agosto, na comparação com a quinzena anterior. O leite longa vida (UHT) subiu 1,6% e o queijo muçarela teve alta de 4,3% neste período.

No varejo, os reajustes foram menores comparativamente com o atacado, mas o movimento de alta persiste. O leite longa vida (UHT) subiu 0,7% e o queijo muçarela teve alta de 0,6% na primeira metade de agosto.

A expectativa é de mercado firme e valorizações nos preços do leite ao produtor e derivados em agosto. O viés de alta deverá diminuir a partir de setembro/outubro, com a produção aumentando no Brasil Central e no Sudeste.

Farelo de soja está custando 47,6% mais na comparação anual

Os preços do farelo de soja continuam firmes no mercado interno, acompanhando as valorizações da soja em grão (dólar e exportação) e a boa demanda pelo alimento concentrado. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, a tonelada do farelo de soja ficou cotada, em média, em R$ 1.878,59, sem o frete, em agosto, com negócios acima de R$ 2 mil por tonelada. Houve alta de 2,3% na comparação mensal e, em relação a agosto do ano passado, o insumo está custando 47,6% mais este ano.

Para o curto prazo, a expectativa é de mercado firme e altas nos preços não estão descartadas, a depender do câmbio.

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