Caro produtor, vamos considerar uma consumidora, ou consumidor, que chega à seção de laticínios do supermercado: pensa em adquirir produtos de custo relativamente baixo, boa qualidade, que sejam nutritivos, e ao mesmo tempo que sejam saborosos, agradáveis ao paladar. Pensando, também, em provar alguma novidade, algo que viu num canal do YouTube ou no Instagram, ou alguém comendo.
Quais são suas escolhas? Várias marcas de leite UHT, iogurtes líquidos ou do tipo grego, bebidas lácteas fermentadas, diferentes tipos de queijos e de manteiga… E o que mais?
Vários produtos feitos à base de vegetais! Nas embalagens, imagens que remetem ao leite: líquidos branquinhos, com textura semelhante à do leite integral, isto é, bebidas espessas, docinhas, enriquecidas de vitaminas; algumas bebidas contêm fibras, para ajudar o trânsito intestinal, e assim por diante. São produtos ultra processados, isto é, foram construídos por engenheiros de alimentos, à base de soja, amêndoas, coco, arroz, aveia, avelãs, quinoa e outros, removendo substâncias e misturando outras, até se obterem cor e textura similares aos do leite. Esta é uma tendência relativamente nova, mas é crescente e irreversível, porque muitos estão dispostos a comprar tais bebidas.
Pesquisas mostram que os consumidores querem qualidade, novidades e, mais, que muitos consumidores urbanos pensam que manter vacas numa propriedade para produzirem leite pode ser uma atividade estressante e, mesmo, cruel. Por causa desse pensamento, se existem produtos no mercado que podem substituir o leite em termos das qualidades citadas e, além disso, que não causem sofrimento a nenhum animal, a preferência no momento da compra pode ir para uma bebida vegetal.
Como os produtores e outros setores da cadeia produtiva do leite podem garantir seu mercado? Qualquer produto lácteo, do leite UHT aos queijos mais sofisticados, deve ser feito a partir de leite cru genuíno, apresentando baixas contagens de células somáticas e de bactérias totais. Leite obtido de vacas sadias e bem alimentadas, mantidas com bem-estar em ambientes confortáveis, vacas felizes!
Assim, o leite, matéria-prima de qualidade, vai garantir o sabor e o cheiro agradáveis, a textura ao comer e memórias do tipo “eu me lembro da casa dos meus pais, durante o café da manhã”. Ao juntar todas essas sensações e emoções agradáveis, o consumidor vai querer comprar o produto lácteo novamente. Qualidade da matéria-prima depende do produtor e da indústria, da cooperativa ou do laticínio. Conforto e ambiente salubre para o rebanho são prioridades para o produtor profissional, preocupado com o seu mercado e com quem compra “seus” produtos.
Disputar o mercado também é promover as características dos produtos lácteos. A bebida vegetal possui vitaminas adicionadas. Leite e derivados são alimentos naturais, contêm proteínas, gorduras, vitaminas e vários outros nutrientes de excelente qualidade nutricional, incluindo a mais importante fonte de cálcio e também magnésio e iodo, todos com altas taxas de absorção pelo corpo humano. Dezenas de estudos, de vários países, demonstram que os lácteos, além de saborosos, são insubstituíveis nas qualidades nutritivas, funcionais, nutracêuticas… Os termos variam e vão se sofisticando quanto mais propriedades benéficas são descobertas. Associado a hábitos como atividade física regular, os lácteos definitivamente contribuem para a saúde humana.
A concorrência crescente de bebidas e produtos à base de vegetais ultra processados é uma tendência que veio para ficar. O objetivo de toda a cadeia do leite deve ser atender aos desejos de quem compra, com leite e lácteos de qualidade, produzidos por vacas e pessoas felizes. Estes são novos fatores, doravante fundamentais, que vão garantir o mercado de leite e de lácteos.
Feliz Páscoa! Com chocolates… ao leite!
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