O avanço da colheita do milho de segunda safra e a queda do dólar pressionaram para baixo os preços do milho no mercado interno na primeira quinzena de junho. Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas (SP), a saca de 60 quilos chegou a ser cotada a R$ 47,50, sem o frete (12/6).
A partir da segunda metade do mês, as cotações do cereal voltaram a subir no mercado interno, com a retomada do dólar frente a moeda brasileira. Com isso, a saca fechou cotada a R$ 49,00 na região (19/6).
Para o curto prazo, caso não haja nenhuma mudança do lado da demanda interna pelo cereal e nenhuma alta mais forte do dólar, a expectativa é de preços mais frouxos no mercado brasileiro, com o avanço da colheita e maior disponibilidade interna.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, no dia 9 de junho, o nono levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos (2019/20).
Com relação ao milho de segunda safra, a área semeada nesta temporada foi revisada para baixo (-0,4%), assim com a produtividade média (-1,9%), frente as estimativas anteriores, de maio último.
Com isso, a produção está estimada em 74,23 milhões de toneladas de milho na segunda safra ou safra de inverno, 2,2% menor em relação à previsão anterior, mas 1,4% acima do colhido na safra passada.
A colheita do milho de segunda safra começou nas principais regiões produtoras do País. A produção total (primeira, segunda e terceira safras) está estimada em 100,99 milhões de toneladas de milho em 2019/20, 1,3% menos na comparação com a estimativa de maio, mas 0,9% acima do volume colhido na safra passada. Se confirmado, o volume será recorde.
A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou, em junho, o volume de fertilizantes entregue no Brasil em janeiro último. Naquela oportunidade foram entregues 3,05 milhões de toneladas no País, 10,3% mais em relação a igual período do ano passado.
O período analisado foi anterior à pandemia do novo coronavírus, portanto ainda sem os impactos causados em alguns setores, como o de cana-de-açúcar, bastante afetado pela queda da demanda e pelo recuo no preço do petróleo.
Com relação aos preços, segundo levantamento da Scot Consultoria, houve queda de 1,6%, em média, para os fertilizantes nitrogenados na primeira quinzena de junho, em relação ao fechamento de maio deste ano. Para os adubos fosfatados e potássicos, os recuos foram de 0,4% e 0,2%, respectivamente, neste mesmo período.
Apesar da maior movimentação neste momento, já com as compras para o plantio da safra 2020/2021, a queda do dólar frente ao real na primeira metade do mês pressionou para baixo as cotações em reais.
Para o curto e o médio prazos, a demanda firme, com as compras para a semeadura da próxima safra (2020/2021), e o dólar subindo são fatores de sustentação das cotações dos fertilizantes no mercado brasileiro.
As exportações brasileiras de soja em grão totalizaram 15,51 milhões de toneladas em maio deste ano, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume médio diário embarcado foi de 775,6 mil toneladas, uma queda de 4,9% em relação à média de abril deste ano (pico de exportação), mas 70,4% acima do registrado em maio do ano passado.
No acumulado de janeiro a maio de 2020, o Brasil exportou 50,07 milhões de toneladas de soja em grão, 37,9% mais que em igual período do ano passado. O câmbio em patamar elevado este ano aumentou a competitividade da soja brasileira no mercado internacional. No mais, a boa demanda pela China e as incertezas e tensões comerciais entre o país asiático e os Estados Unidos têm favorecido os embarques brasileiros em 2020.
O sobre e desce da moeda norte-americana tem afetado os preços da soja em grão e do farelo de soja no mercado brasileiro. Depois da forte valorização nos meses anteriores, o preço do farelo de soja caiu na primeira quinzena de junho, acompanhando as quedas da soja em grão, que, por sua vez, recuaram com o dólar caindo frente ao real.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do alimento concentrado ficou cotada, em média, a R$ 1.758,29, sem o frete, em São Paulo, 1,1% menos na comparação mensal. Ainda assim, o farelo de soja está custando 35,3% mais em relação a junho de 2019.
Para o curto prazo, o dólar seguirá como principal fator de direcionamento dos preços da soja grão e do farelo de soja no mercado brasileiro.
Destacamos o cenário de retomada de preços mais firmes para o farelo de soja e soja grão no início da segunda metade de junho, com o dólar voltando a subir em relação à moeda brasileira.
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