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MERCADO

Paulo do Carmo Martins

Chefe geral da Embrapa Gado de Leite

Milho: pressão de baixa com a colheita da segunda safra, mas atenção ao dólar

O avanço da colheita do milho de segunda safra e a queda do dólar pressionaram para baixo os preços do milho no mercado interno na primeira quinzena de junho. Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas (SP), a saca de 60 quilos chegou a ser cotada a R$ 47,50, sem o frete (12/6).
A partir da segunda metade do mês, as cotações do cereal voltaram a subir no mercado interno, com a retomada do dólar frente a moeda brasileira. Com isso, a saca fechou cotada a R$ 49,00 na região (19/6).
Para o curto prazo, caso não haja nenhuma mudança do lado da demanda interna pelo cereal e nenhuma alta mais forte do dólar, a expectativa é de preços mais frouxos no mercado brasileiro, com o avanço da colheita e maior disponibilidade interna.

Revisão para baixo na produção de milho de segunda safra

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, no dia 9 de junho, o nono levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos (2019/20).
Com relação ao milho de segunda safra, a área semeada nesta temporada foi revisada para baixo (-0,4%), assim com a produtividade média (-1,9%), frente as estimativas anteriores, de maio último.
Com isso, a produção está estimada em 74,23 milhões de toneladas de milho na segunda safra ou safra de inverno, 2,2% menor em relação à previsão anterior, mas 1,4% acima do colhido na safra passada.
A colheita do milho de segunda safra começou nas principais regiões produtoras do País. A produção total (primeira, segunda e terceira safras) está estimada em 100,99 milhões de toneladas de milho em 2019/20, 1,3% menos na comparação com a estimativa de maio, mas 0,9% acima do volume colhido na safra passada. Se confirmado, o volume será recorde.

Panorama do mercado de adubos no País

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou, em junho, o volume de fertilizantes entregue no Brasil em janeiro último. Naquela oportunidade foram entregues 3,05 milhões de toneladas no País, 10,3% mais em relação a igual período do ano passado.
O período analisado foi anterior à pandemia do novo coronavírus, portanto ainda sem os impactos causados em alguns setores, como o de cana-de-açúcar, bastante afetado pela queda da demanda e pelo recuo no preço do petróleo.
Com relação aos preços, segundo levantamento da Scot Consultoria, houve queda de 1,6%, em média, para os fertilizantes nitrogenados na primeira quinzena de junho, em relação ao fechamento de maio deste ano. Para os adubos fosfatados e potássicos, os recuos foram de 0,4% e 0,2%, respectivamente, neste mesmo período.
Apesar da maior movimentação neste momento, já com as compras para o plantio da safra 2020/2021, a queda do dólar frente ao real na primeira metade do mês pressionou para baixo as cotações em reais.
Para o curto e o médio prazos, a demanda firme, com as compras para a semeadura da próxima safra (2020/2021), e o dólar subindo são fatores de sustentação das cotações dos fertilizantes no mercado brasileiro.

Preço do farelo de soja acompanhando o câmbio

As exportações brasileiras de soja em grão totalizaram 15,51 milhões de toneladas em maio deste ano, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume médio diário embarcado foi de 775,6 mil toneladas, uma queda de 4,9% em relação à média de abril deste ano (pico de exportação), mas 70,4% acima do registrado em maio do ano passado.
No acumulado de janeiro a maio de 2020, o Brasil exportou 50,07 milhões de toneladas de soja em grão, 37,9% mais que em igual período do ano passado. O câmbio em patamar elevado este ano aumentou a competitividade da soja brasileira no mercado internacional. No mais, a boa demanda pela China e as incertezas e tensões comerciais entre o país asiático e os Estados Unidos têm favorecido os embarques brasileiros em 2020.

Média diária exportada de soja cresceu 70,4% em maio, na comparação anual

O sobre e desce da moeda norte-americana tem afetado os preços da soja em grão e do farelo de soja no mercado brasileiro. Depois da forte valorização nos meses anteriores, o preço do farelo de soja caiu na primeira quinzena de junho, acompanhando as quedas da soja em grão, que, por sua vez, recuaram com o dólar caindo frente ao real.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do alimento concentrado ficou cotada, em média, a R$ 1.758,29, sem o frete, em São Paulo, 1,1% menos na comparação mensal. Ainda assim, o farelo de soja está custando 35,3% mais em relação a junho de 2019.
Para o curto prazo, o dólar seguirá como principal fator de direcionamento dos preços da soja grão e do farelo de soja no mercado brasileiro.
Destacamos o cenário de retomada de preços mais firmes para o farelo de soja e soja grão no início da segunda metade de junho, com o dólar voltando a subir em relação à moeda brasileira.

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