No dia 10 de agosto, a Companhia Nacional de Abastecimento divulgou o 11º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos (2020/21). Com relação ao milho de segunda safra, em fase de colheita no Brasil, houve revisão para baixo, de 6,3%, na produtividade média em relação ao estimado no relatório anterior para este ciclo. Na comparação com a safra passada (2019/20), a queda no rendimento das lavouras é de 25,7%.
Com isso, a expectativa é de que sejam colhidos 60,32 milhões de toneladas de milho na segunda safra 2020/21, 9,9% menos que o previsto anteriormente e 19,6% abaixo do colhido na segunda safra passada (2019/20). No total (primeira, segunda a e terceira safras), a produção brasileira está estimada em 86,65 milhões de toneladas de milho em 2020/21, 15,5% ou 15,94 milhões de toneladas menos que o colhido no ciclo passado.
Com relação aos estoques finais no País, estão previstos 5,14 milhões de toneladas de milho em 2020/21, frente aos 5,47 milhões de toneladas estimadas anteriormente para a safra atual e aos 10,6 milhões de toneladas em estoques finais na temporada passada (2019/20). É o menor estoque desde 2015/16.
Os preços do milho andaram de lado nas primeiras semanas de agosto, com quedas pontuais em algumas praças, em função do avanço da colheita da segunda safra no País e do aumento da oferta interna. O comprador mais afastado das negociações colaborou com o viés de baixa. Na região de Campinas (SP), a referência está em R$ 103,50 por saca de 60 quilos, recuo de 2,8% no acumulado de agosto (13/8).
Apesar dos preços mais frouxos, o cenário é de cautela, diante das revisões para baixo na produção esperada na segunda safra, em fase de colheita no País. Para o curto e médio prazos, não estão descartadas quedas nos preços do milho no mercado brasileiro, com a colheita em andamento e maior disponibilidade interna.
As importações em alta também colaboram para este viés baixista (ou limitando as altas) nos preços no mercado interno. No entanto, destacamos que a previsão de estoques finais mais enxutos neste ciclo e boa demanda interna são fatores limitantes para quedas mais fortes nas cotações nesta temporada.
O preço do farelo de soja caiu em agosto no mercado brasileiro, acompanhando os recuos do insumo no mercado internacional, além da pressão de baixa sobre as cotações da soja em grão. Segundo o levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o alimento concentrado ficou cotado, em média, a R$ 2.330,00 por tonelada, sem o frete.
Na comparação mensal, o preço caiu 1,7%, mas, em relação a igual período do ano passado, o insumo está custando 24% mais este ano. Para o curto prazo, a expectativa é de preços andando de lado para o farelo de soja, com a indefinição da porcentagem de biodiesel no diesel norte-americano, além do dólar em patamares mais altos e a demanda interna firme.
A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou recentemente os dados de entrega de fertilizantes no Brasil em março deste ano. Naquela oportunidade, foram entregues 2,57 milhões de toneladas de fertilizantes, 37,1% mais na comparação com março do ano passado.
No primeiro trimestre deste ano, o volume de adubos entregue ao consumidor final totalizou 9,01 milhões de toneladas, 20,3% mais em relação a igual período de 2020. A expectativa da Scot Consultoria é de que sejam entregues entre 41,5 milhões e 43 milhões de toneladas de fertilizantes no País, no acumulado de 2021, frente ao recorde até então, em 2020, de 40,56 milhões de toneladas de adubos vendidos no Brasil.
A alta de preços das principais commodities agrícolas tem incentivado o uso de tecnologia e puxado a demanda interna por fertilizantes e outros insumos agrícolas para a próxima temporada (2021/22).
Com relação aos preços dos fertilizantes, estes seguem em alta no mercado brasileiro, em função da boa demanda interna, dólar em patamares mais altos e aumento nos preços dos adubos no mercado internacional. Segundo levantamento da Scot Consultoria, os preços dos adubos nitrogenados subiram, em média, 2,7% na primeira quinzena de agosto, em relação ao fechamento de julho deste ano. Para os adubos potássicos e fosfatados, os aumentos foram, em média, de 2,2% e 3,2%, respectivamente, no mesmo período.
A expectativa é de boa movimentação no mercado de fertilizantes no País em curto e médio prazos, o que, somado ao câmbio mais firme, mantém o viés de alta sobre os preços dos adubos no mercado brasileiro.
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