A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, no dia 10 de junho, o nono levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos (2020/21). Com relação ao milho, o destaque foi a forte revisão para baixo na produtividade média esperada para a segunda safra na temporada atual, em início de colheita no País.
O rendimento médio foi revisado em 12% para baixo em relação às estimativas de maio. Na comparação com a safra passada (2019/20), a expectativa é de queda de 14% na produtividade média nacional.
Analisando a situação por Estado, a queda na produtividade média foi de 9,4% em Mato Grosso, 10,2% no Paraná, 19,1% em Mato Grosso do Sul e 29,6% em Goiás, na comparação com a safra passada. As chuvas abaixo da média, o plantio fora da janela ideal e as condições adversas das lavouras levaram à redução nas expectativas.
Com relação à produção, a estimativa é de que sejam colhidos 69,96 milhões de toneladas de milho na segunda safra (2020/21), 12,3% ou 9,84 milhões de toneladas a menos que a previsão anterior. Na comparação com a safra passada, a produção deverá ser 6,8% menor no ciclo atual, o equivalente a 5,09 milhões de toneladas a menos.
No total (1ª, 2ª e 3ª safras), a produção brasileira está estimada em 96,39 milhões de toneladas em 2020/21, frente aos 106,41 milhões de toneladas estimadas anteriormente e aos 102,59 milhões de toneladas colhidas na safra passada.
Apesar das revisões para baixo na produção brasileira de milho na segunda safra (2020/21), os preços do cereal caíram no mercado interno em junho. Os fatores de baixa foram o início da colheita da safra de inverno no País, os fortes recuos do dólar frente ao real e as quedas nas cotações do milho nos Estados Unidos, com as previsões de clima melhor e expectativas por ora positivas com relação à safra norte-americana (2021/22), em fase de desenvolvimento das lavouras.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas (SP), o preço médio ficou em R$ 98,58 por saca de 60 quilos (18/6), com negócios em até R$ 90 por saca em meados do mês. Houve queda de 10,9% no acumulado de junho, mas, em relação a igual período do ano passado, o milho está custando 89,5% mais este ano.
Para o curto e o médio prazos, considerando o câmbio em um patamar mais baixo e o aumento gradual da oferta de milho no mercado brasileiro, conforme avança a colheita da segunda safra, a expectativa é de preços mais frouxos para o cereal no País.
De qualquer forma, as condições das lavouras e a produtividade média apurada no Brasil e o desenrolar da safra nos Estados Unidos merecem atenção.
A produção brasileira de caroço de algodão está estimada em 3,41 milhões de toneladas no ciclo atual (2020/21), segundo dados do relatório de junho, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume foi revisado em 4% para baixo em relação à expectativa anterior para a temporada atual e, na comparação com a safra passada (2019/20), a projeção é de queda de 21,9% no volume produzido neste ano, o equivalente a 957,5 mil toneladas a menos de caroço.
A menor produção é devida à redução na área plantada com algodão, que perdeu espaço para o milho na segunda safra, além dos recuos na produtividade média no ciclo atual, em função do clima mais adverso.
A área semeada com a cultura diminuiu 17,9% em 2020/21, em relação a 2019/20, e o rendimento médio deverá ser 4,8% menor na temporada atual. A colheita do algodão está na fase inicial no Brasil e deverá ganhar força mais para o fim de junho, começo de julho. Os preços do caroço de algodão estão em alta no mercado brasileiro, diante da baixa disponibilidade neste momento e da boa procura.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o preço médio, em junho, ficou em R$ 2.175,00 por tonelada, sem o frete. Na comparação com maio último, o aumento foi de 16% e, em relação a junho de 2020, os preços subiram 171,9% neste ano. Com o avanço da colheita do algodão de segunda safra no Brasil em julho e agosto, a maior oferta de caroço de algodão tende a diminuir o viés de alta sobre os preços daqui para a frente.
Os preços da polpa cítrica subiram no mercado brasileiro em junho, em função da baixa oferta do insumo neste início de safra de citros e da boa demanda pelo insumo, com o intuito de substituir o milho na dieta de ruminantes. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, o preço médio da polpa cítrica peletizada ficou em R$ 1.561,00 por tonelada, sem o frete. Houve alta de 3% na comparação mensal e, em relação a junho de 2020, o insumo está custando 100,9% mais neste ano.
Para o curto prazo, com as quedas nos preços do milho no mercado interno e o aumento gradual da oferta de polpa cítrica no País, com a safra de citros ganhando força, a expectativa é de que o movimento de alta perca força e quedas nos preços da polpa cítrica não estão descartadas.
A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou recentemente os dados de entregas de fertilizantes no Brasil referentes a janeiro de 2021. Naquela oportunidade, foram entregues 3,4 milhões de toneladas de adubos. O volume aumentou 11,5% em relação a janeiro de 2020 e foi o maior para o mês de janeiro, desde o início da série histórica. Os preços das commodities agrícolas em alta, o uso de tecnologias e a expansão da agricultura têm puxado a demanda interna por fertilizantes nos últimos anos. Lembrando que, em 2020, o volume entregue ao consumidor final no Brasil foi de 40,56 milhões de toneladas, um recorde. Para 2021, a Scot Consultoria estima um volume entregue entre 41 milhões e 41,5 milhões de toneladas de adubos no País.
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