balde branco

CRÔNICA

Paulo do Carmo Martins

Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite

 A Netflix está acabando com a indústria cinematográfica como a conhecemos, com os filmes feitos por Hollywood e distribuídos em todo o mundo. Agora, existem filmes feitos em todo o mundo, que são consumidos no celular ou tablet e até mesmo na televisão, se ela for inteligente, ou seja, ligada à internet”

No mundo das lives

A pandemia ainda não acabou, mas já está evidente a transformação que deixou em nossas vidas. São desde perdas de empregos, rendas e vidas de pessoas queridas, até a mudança radical de hábitos. Tivemos de incorporar rapidamente uma nova maneira de nos relacionarmos, produzirmos e consumirmos.

Para quem vive em propriedades leiteiras a palavra biosseguridade passou ser uma das mais faladas e ouvidas. Na prática, sua popularização indica que mudou a rotina da propriedade. Agora, é preciso mais do que práticas de higiene que assegurem qualidade do leite. É preciso a adoção de práticas semelhantes às adotadas pelos produtores de frangos e suínos há muito tempo.

Estamos falando de transformar as propriedades leiteiras em ambientes que lembram mais CTI de hospital do que aquela bucólica fazenda, que sempre ocupou o imaginário de todos, sejamos habitantes do campo ou das cidades de qualquer país do mundo. Desinfecção dos veículos que chegam da cidade, máscaras faciais, recipientes de álcool 70% em vários locais e que estejam disponíveis facilmente, restrição de espaço frequentado por visitantes, especialmente os vendedores, tudo isso são novos procedimentos que estão sendo adotados nas propriedades leiteiras que estão levando a sério o Covid-19.

Mas há outra mudança radical na nossa maneira de ocupar o tempo não dedicado ao trabalho. De uma hora para outra surgiu a palavra streaming, que na prática se traduz na liberdade de ver TV e ouvir rádio com o conteúdo que escolhemos, na hora que decidimos. Para muitos, estou me referindo à Netflix ou ao Spotfy, duas plataformas superconhecidas. A Netflix está acabando com a indústria cinematográfica como a conhecemos, com os filmes feitos por Hollywood e distribuídos em todo o mundo. Agora, existem filmes feitos em todo o mundo, que são consumidos no celular ou tablet e até mesmo na televisão, se ela for inteligente, ou seja, ligada à internet. O mesmo ocorre com as músicas e os noticiários, na plataforma de áudio chamada Spotify.

Mas existe uma outra plataforma de imensa importância, que é o velho e popular Youtube, criado há quinze anos, que passou a ser ainda mais útil neste novo mundo em quarentena. É que ali fica depositada boa parte das lives realizadas ao longo de cada dia. Sim, são tantas que ocorrem no mesmo dia, sobre tão variados assuntos, que ficou impossível acompanhá-las ao vivo. Há seis meses, lives eram formas de comunicação direta e ao vivo, entre um conjunto seleto de especialistas com pessoas interessadas em aprender sobre um conteúdo específico. Eram quase aulas, em geral com duração de duas horas ou até mais, assistidas ao vivo pelo Youtube.

Nos primeiros dias da pandemia, como a maioria de nós estávamos confinados em casa, surgiram as lives transmitidas todas as noites pelo Facebook e Instagram. Até os canais de TV começaram a fazer lives. O horário escolhido para a transmissão ao vivo era às 19h00 e se prolongava até as 22h. Muito longas e com muitos especialistas falando em cada uma. Mas elas cresceram na mesma velocidade da contaminação pelo Covid-19. E, como antigamente fazíamos com as novelas, passamos a ter as lives começando às 19h, às 20h, às 21h e até às 22h. Horário todo preenchido, passaram a fazer às 18h, às 17h, às 16h, às 15h, às 14h, às 13h e até às 10h. O resultado do excesso de oferta de lives é que, quando uma atinge 40 pessoas, tem realizador que abre um espumante para comemorar.

Na Embrapa temos um canal no Youtube de conteúdo técnico excepcional. As diferentes unidades de pesquisa estão gerando lives maravilhosas sobre assuntos inimagináveis. Lives têm sido feitas desde adoção de técnicas específicas de plantio, até como fazer sua horta em casa durante a pandemia. E sempre com a isenção e a credibilidade que criaram a reputação do nome Embrapa.

Na Embrapa Gado de Leite temos feito uma média de 1,2 por dia. Algumas acontecem no âmbito da Repileite – Rede de Pesquisa em Inovação em Leite. Se você ainda não se associou a esta rede gratuita e mantida por nós, não sabe o que está perdendo. Entre no nosso portal para aderir. Outras lives são promovidas pelo Laboratório de Qualidade do Leite da Embrapa. Há aquelas de iniciativas de entidades que convidam membros do nosso corpo técnico. Todas elas, após serem exibidas ao vivo, ficam disponíveis no Canal da Embrapa do Youtube.

Outra realização da Embrapa é o Ideas For Milk Lives, que têm três características importantes. Todas elas abordam temas do mundo do leite de modo muito original, são realizadas por pessoas muito conhecidas e respeitadas pela competência teórica e prática e sua exibição não ultrapassa uma hora, apenas. Como tornar vacas e pessoas felizes, nutrição de precisão: no pasto e no cocho, sanidade animal na fazenda do futuro e startups de sucesso no mundo do leite são os títulos das que realizamos. Assista ao vivo toda terça-feira às 17h ou veja depois no Canal da Embrapa no Youtube. Adquira este hábito saudável e prazeroso! .

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