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Comunicadores puderam fazer uma imersão no universo da pesquisa e do desenvolvimento de tecnologias voltadas à nutrição animal

BALDE VISITA

Núcleo de pesquisa e inovação da Agroceres Multimix

recebe mídia especializada

Profissionais de mídia, inclusive da revista Balde Branco, conheceram, sem filtros, a forma como a companhia desenvolve pesquisas para novas tecnologias nutricionais para bovinos de leite e corte e para aves e suínos

Texto: Erick Henrique/Fotos: João Carlos de Faria

A Agroceres Multimix abriu as portas do seu Núcleo de Tecnologia e Inovação para profissionais de imprensa, que tiveram a oportunidade de conhecer todo trabalho de pesquisa da companhia de nutrição animal. De 30 de maio a 1º de junho, jornalistas, redatores, fotógrafos e cinegrafistas visitaram o Centro de Pesquisas e a Granja Paraíso, localizados nos municípios mineiros de Patrocínio e Patos de Minas, respectivamente, na região do Cerrado mineiro, conhecida por ser uma das maiores produtoras de café do Brasil.

Nesse belíssimo ambiente, com o sagrado aroma de café, anualmente, a Agroceres Multimix investe mais de R$ 10 milhões para desenvolver novos produtos, validar e qualificar insumos e aditivos, aperfeiçoar matrizes nutricionais, além de estudar manejos e equipamentos.

Segundo Ricardo Ribeiral, diretor da companhia, nenhuma empresa de nutrição animal no Brasil possui uma estrutura própria comparável àquela da Agroceres Multimix. O dirigente acompanhou os profissionais de comunicação, inclusive da Balde Branco, durante os dias de visita técnica guiada ao Centro de Pesquisas (CP) e explicou com detalhes tudo o que é feito pelos profissionais da empresa.

As equipes técnicas da Agroceres Multimix participam mensalmente de fóruns internos para discutir tendências, situações vivenciadas em campo e outros assuntos pertinentes à realidade do mercado. A partir dessas discussões são criados protocolos de pesquisa, testes e validações que, posteriormente, são realizados no Núcleo de Tecnologia e Inovação.

Ricardo Ribeiral: “Cada vez buscamos soluções que agreguem melhor desempenho para nossos clientes, com produtos que façam a diferença”

O Núcleo de Tecnologia e Inovação da Agroceres Multimix conta com 63 colaboradores, além de mais de cem estagiários que já passaram pelo CP nos últimos três anos. A estrutura também atende a treinamentos e processos de apoio ao trabalho de campo, visitas de clientes e a atividades de atualização da equipe técnica.

“Buscamos soluções que agreguem produtividade e tecnologia para nossos clientes, com produtos que façam a diferença no desempenho, produtividade, promoção de bem-estar animal e praticidade do dia a dia”, explica Ribeiral. Um exemplo disso é o drench agVitta, que possibilita abolir o uso da sonda esofágica no pós-parto de vacas, sendo uma solução de autoconsumo e fonte de energia de disponibilidade imediata.

De acordo com especialistas da empresa, essa solução da Agroceres Multimix promove mais vitalidade para vaca de leite já no primeiro dia pós-parto, pois, além de hidratar, é também uma fonte de suplementação de eletrólitos, energia prontamente disponível, que visa à redução do risco de cetose e esteatose hepática, além de conter minerais balanceados.

“Assim, basta diluir o agVitta no balde, para que a vaca beba a solução com o mesmo efeito, sem a necessidade passar uma sonda esofágica, que causa desconforto ao animal e à pessoa que faz o manejo. Esta é uma das tecnologias que a gente vem desenvolvendo, já que estamos falando de pesquisa”, explica Ribeiral.

Conforme dados da companhia, entre 1990 e 2023 mais de 1,3 milhão de animais, entre aves, suínos e bovinos, participaram de experimentos dentro da estrutura de pesquisas da empresa, resultando em importantes avanços para o setor. Segundo o gerente de Pesquisa e Saúde Animal da Agroceres Multimix, Tarley Araújo Barros, para cada experimento é desenvolvido um protocolo de bem-estar animal, que é avaliado por uma Comissão Ética de Uso de Animais (CEUA).

No primeiro contato, visitantes puderam conhecer detalhes e esclarecer dúvidas sobre todo o processo e estrutura de pesquisa

A CEUA é formada por funcionários da Agroceres Multimix, professores de universidades e membros da sociedade civil organizada, com registro no Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea), órgão federal a quem a companhia presta contas de todos os experimentos que realiza.

Rigor nas pesquisas – Barros explica que todos os experimentos desenvolvidos pela Agroceres Multimix sempre são delineados respeitando os três princípios básicos e inegociáveis da experimentação animal: a repetibilidade (aumenta a precisão das médias e reduz erros), a casualidade/aleatoriedade (elimina a intenção de priorizar determinado tratamento) e o controle local (aumenta a precisão experimental).

“O controle local visa formar grupos de animais os mais homogêneos possíveis, visto que, se houver alguma variação, ela corresponderá ao tratamento e não ao indivíduo. Também permite que os diferentes tratamentos sejam aplicados, reduzindo o efeito da heterogeneidade dos animais e o efeito do risco experimental. Aqui, coloco uma observação, que é o “controle do meio”, que não está nos livros clássicos de estatísticas, mas é muito importante para o nosso CP”, diz Barros.

Segundo ele, o “controle do meio” trata do controle do ambiente no qual os animais estão e demais variáveis não experimentais, mas que podem interferir no resultado, e por vezes resultam na perda de um experimento, “por uma variável boba que a gente deixou de controlar”. Como exemplos cita situações como uma cortina de um galpão que não fechou ou a falta de água num galpão em relação a outro onde não faltou, fatos que podem comprometer tudo.

“São coisas que não fazem parte do experimento propriamente, mas acontecem e realmente podem comprometer os resultados. Por esse motivo, dentro do Núcleo de Pesquisa buscamos reduzir ao máximo esses efeitos aleatórios, não relacionados aos tratamentos, para evitar qualquer tipo de viés.”

Ciência, nutrição e animais produtivos – Durante esses dias de imersão, os jornalistas conheceram também as instalações do núcleo de pesquisas com bovinos de leite, onde estão instalados o bezerreiro, o setor de recria e o galpão free-stall, no sistema cross ventilation, que garante conforto térmico para o rebanho da raça holandesa.

Nessa unidade de pesquisa, que funciona como uma fazenda convencional de 54 hectares, ocorrem também experimentos para aves, suínos e bovinos de corte. Ali, em 12 anos, mais de 380 experimentos já foram conduzidos não só para o desenvolvimento de novas tecnologias, mas também para geração de conhecimento e atualizações sobre exigências nutricionais.

“Normalmente as demandas do free stall vem do campo, de nossos clientes, sobre coisas do dia a dia, que demandam soluções nutricionais, de manejo, conforto animal, desenvolvimento de moléculas, aditivos, ou até mesmo alimentos e combinações. Baseados nessas solicitações, como aqui é um centro experimental, mas com grande característica de fazenda, buscamos reproduzir o que acontece no cotidiano das propriedades, geralmente com os mesmos alimentos que compõem as dietas, encontrados na grande maioria das fazendas leiteiras”, diz o gestor técnico Leite, Gilson Dias.

Ele explica que nos testes feitos sobre dietas para vacas no pré-parto, sempre se respeita a necessidade do animal naquele momento. Normalmente, segundo Dias, ela apresenta uma demanda diferenciada de vitaminas, minerais, fontes especiais, com palatabilidade e digestibilidade diferenciadas e isso se perpetua no pré e pós-parto. “Sabemos que grande parte das doenças metabólicas ocorre nesse período, devido a uma grande sensibilidade desses animais, então tentamos produzir o máximo de qualidade nutricional, com os ingredientes e combinações”, pontua.

Gilson Dias: “Nossa taxa de prenhez está em 22%, número muito acima da média nacional, que registra 12%. Logo as vacas dentro do CP estão se reproduzindo bem e produzindo muito leite”

Na unidade de pesquisa de bovinos de leite, galpão free-stall e demais instalações buscam reproduzir ambiente de uma fazenda

O especialista ressalta que o foco principal do Centro de Pesquisas da Agroceres Multimix não é buscar o aumento da produção leiteira do rebanho, mas, apesar disso, destaca que as 52 vacas em lactação alojadas no galpão produzem em média 42 litros/vaca/dia, com teor de gordura em torno de 4%; proteína em 3,3% e CSS 150 mil.

“Além disso, avaliamos o nitrogênio ureico do leite (NUL), que está em torno de 12-13mg/dl – um parâmetro que serve para monitorar a constância das dietas, pois são animais que exigem um pouco mais de proteína. São esses parâmetros que avaliamos tanto na rotina das fazendas, como no monitoramento das pesquisas, uma vez que a qualidade do leite é tida no CP como parâmetro de variadas respostas. Mas é lógico que a produção de leite é o principal fator que possibilita avaliar os tratamentos testados aqui nos cochos individuais e para fazer os testes alimentares”, diz o gestor.

Outro gargalo que afeta a maioria das propriedades com vacas de alta produção é a ocorrência de acidose ruminal e, por isso, Dias explica que o CP também realiza trabalhos para entender as necessidades do animal para antecipar sua demanda nutricional.

“A gente adapta essa vaca desde o pré-parto, com alimentos que ela vai digerir, utilizando fontes de fibra de alta digestibilidade em níveis corretos para que tenha uma boa ruminação, além de trabalhar com fontes diferentes de amido, conforme as fases de lactação, evitando também carboidratos de alta fermentação no pós-parto.”

Dias aponta como ponto importante, que pode gerar confusão, o fato de que a vaca estabulada e confinada em free stall “não está no seu ambiente natural e por isso sofre”. Mas a primeira variável que expressa conforto e bom desempenho do animal, diz ele, é a vaca ter bom escore corporal, produzir muito leite e emprenhar.

“Nossa taxa de prenhez está em 22%, ou seja, é um número muito acima da média nacional que registra 12%. Logo, as vacas dentro do CP estão se reproduzindo bem e produzindo muito leite. Por isso é muito importante que vocês estejam aqui para desmistificar muito do que se fala a respeito de conforto animal em sistemas confinados”, finaliza Dias.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO REPRODUZEM
AMBIENTE DE UMA FAZENDA CONVENCIONAL

 
Com capacidade para 60 vacas em lactação e oito secas, o free- stall possui sistema de resfriamento adiabático evaporativo composto por placas de celulose, ventilação por pressão negativa e túnel de vento. Alimentadas em sistema de cochos individualizados e automáticos, as vacas apresentam uma média de 42 litros de leite/dia, com sistema de ordenha semiautomática e uma estrutura no subsolo que facilita a coleta de amostras de leite.

O núcleo de bovinos de leite é composto ainda por bezerreiro, piquetes de recria de bovinos leiteiros, conjunto de três silos para forragem e um sistema de tratamento de dejetos tipo reator UASB, que trata conjuntamente dejetos de suínos e bovinos, resultando em coproduto para fertirrigação, aplicado nas próprias lavouras do Centro de Pesquisas.

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