A cadeia da caprinocultura e ovinocultura de leite vive um bom momento e ao mesmo tempo um grande desafio, principalmente porque precisamos dar visibilidade ao setor e incentivar o consumo dos lácteos e seus derivados.
Para isso estamos buscando junto ao MAPA, a revisão e atualização da Instrução Normativa 37, que trata especificamente sobre o leite ovino e caprino, fato que avançou muito recentemente, inclusive já foi criado pelo MAPA um grupo de trabalho para esta consolidação.
A partir daí vamos poder incentivar e fazer com que os derivados lácteos cheguem ao maior número de consumidores no país. Culturalmente ainda é também um grande desafio a ser superado.
Nosso entendimento é de que estamos no caminho certo, graças ao apoio que temos tido do governo federal através do Ministério da Agricultura, por entender que precisamos cuidar da base e a partir da revisão da IN 37, incentivar a produção de leite e seus derivados.
Portanto, criar mecanismos que permitam fazer uma grande campanha publicitária para efetivar o consumo desses produtos. Na Câmara Setorial, graças à presença das associações das duas espécies, ABCOL e ABCC, temos conseguido grandes e significativos avanços.
Temos no Brasil uma maior produção e consumo do leite de cabra e atualmente, como nos mostra as últimas estatísticas, produzimos cerca de 26 milhões de litros, concentrando 70%, no Nordeste, particularmente na Paraíba e Pernambuco, sendo a Paraíba inclusive considerada o Estado maior produtor do Brasil de leite de cabra e que já foi considerado em outro momento o maior produtor do continente americano.
Essa política de incentivo ao consumo passa inicialmente pelos programas governamentais. No Nordeste existe um programa voltado para a compra e distribuição simultânea do leite de cabra e está sendo tratado na Paraíba, por exemplo, sua inclusão na merenda escolar da rede estadual, pois isso já ocorre nos municípios onde existem as maiores concentrações de rebanho.
Essa mesma prática, através da Câmara Setorial, estamos buscando contribuir para que aconteça em outros os estados que tenham a produção de leite de forma mais expressiva principalmente Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará.
Já o leite de ovelha concentra-se basicamente na região sul e onde também está sendo feito um trabalho muito forte pela Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos Leiteiros (ABCOL) buscando essa visibilidade ao setor. O rebanho leiteiro é de aproximadamente seis mil matrizes e uma produção anual em torno de 1 milhão de litros, que tem grande parte processada na própria fazenda e a outra é levada a laticínios mais próximos.
No total, temos um rebanho de aproximadamente 20 milhões de cabeças de ovinos e 14 milhões de cabeça de caprinos, estando no Nordeste 93% do rebanho nacional de caprinos e 65% do rebanho ovinos, sendo o Estado da Bahia o detentor dos maiores quantitativos.
Mas especificamente na caprinocultura leiteira o principal rebanho concentra-se na Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará e os ovinos, embora a Bahia também seja quantitativamente a maior, em se tratando de ovinos leiteiros, o maior rebanho está entre o Paraná e o Rio Grande do Sul.
Nossa pretensão enquanto setor é dar visibilidade, incentivar o consumo e principalmente organizar a base da cadeia, pois entendemos que nosso maior gargalo está na organização dessa base.
Cremos que com a lei 13.854/19, do deputado gaúcho Afonso Hamm poderemos dar passos largos nesse sentido e por isso estamos buscando o apoio de parlamentares do Brasil todo, visando sua regulamentação e com isso consolidar essa base da cadeia como um todo.
Entre os instrumentos previstos pela lei para desenvolver o setor estão o associativismo, cooperativismo, arranjos produtivos locais e contratos de parceria de produção integrada; as certificações de origem, sociais e de qualidade dos produtos; o crédito para a produção, a industrialização e a comercialização e o seguro rural.
Estamos vivendo um bom momento e toda essa movimentação, graças às articulações e à forma receptiva por parte dos parlamentares e do governo federal através do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, nos mostra que precisamos fortalecer a base para que, uma vez sanadas as dificuldades possamos ocupar espaço na produção, comercialização e consumo de lácteos, pensando também a partir da grande qualidade genética do nosso rebanho e quando tratamos de leite vislumbrar novos horizontes, inclusive o mercado internacional.
Em tempo: Iniciamos essa parceria com a Balde Branco, com a plena certeza de que o caminho da visibilidade estará melhor pavimentado, dada a credibilidade e a força e tradição da revista junto à toda a cadeia de lácteos no Brasil.
Todos os Direitos Reservados - Balde Branco © 2023
Personalidade Virtual