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MERCADO

Sophia Honigmann

Médica veterinária, Scot Consultoria

O mercado de milho em curto, médio e longo prazos

Desde agosto, as cotações do milho estão mais frouxas no mercado brasileiro. Segundo levantamento da Scot Consultoria, na região de Campinas (SP), a referência está em R$ 93,50 por saca de 60 quilos (15/10), um recuo de 2,1% em 30 dias.

Apesar das quedas, em relação a outubro do ano passado a cotação do cereal está 28,1% maior este ano. Os principais fatores de baixa no mercado brasileiro são: a conclusão da colheita do milho de segunda safra (safra 2020/21) e, consequentemente, o aumento da disponibilidade interna e maior intenção do vendedor em negociar; o início da colheita do milho nos Estados Unidos (safra 2021/22) e pressão de baixa sobre as cotações no mercado internacional; a suspensão da cobrança de PIS e Cofins na importação de milho até 31 de dezembro/21, segundo a Medida Provisória 1.071, publicada em 23 de setembro.

Para o curto prazo (outubro), o viés é de baixa para os preços no mercado interno, com os fatores citados pressionando as cotações. No entanto, o câmbio merece atenção, pois, se o dólar firmar frente ao real, a tendência é de preços sustentados para as commodities agrícolas de maneira geral.

Para o médio prazo, a baixa disponibilidade no primeiro trimestre no Brasil é um fator de alta sobre os preços nos primeiros meses de 2022.

Para o longo prazo, se confirmadas as estimativas iniciais de aumento na área semeada na segunda safra no Brasil em 2021/22 e o clima colaborar para uma boa produtividade, a tendência é de preços mais pressionados no segundo trimestre e começo do terceiro trimestre de 2022.

Expectativas para milho e soja no Brasil em 2021/22

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, no dia 7 de outubro, o primeiro levantamento da safra brasileira de grãos 2021/22, em fase de semeadura, no caso da primeira safra ou safra de verão.

Com relação ao milho de verão ou primeira safra, as expectativas são de aumento de 1,6% na área plantada e incremento de 12,7% na produtividade média das lavouras na temporada atual, frente à passada. Com isso, a produção nacional está estimada em 28,33 milhões de toneladas de milho, 14,5% mais que o colhido no ciclo anterior.

Com relação à segunda safra de milho, a previsão é de aumento de 5,8% na área plantada no País em 2021/2022 e o rendimento médio deverá ser 34,4%, em relação ao último ciclo. A produção está estimada em 86,32 milhões de toneladas do cereal, 42,2% ou 25,6 milhões de toneladas a mais que o colhido em 2020/21.

No total (primeira, segunda e terceira safras), a expectativa é de que sejam produzidos 116,31 milhões de toneladas de milho no Brasil em 2021/22, 33,7% a mais que o colhido na safra passada (2020/21).

Lembrando que a produção brasileira de milho de segunda safra na temporada que se encerrou (2020/21) foi bastante prejudicada pelos atrasos na semeadura e o clima adverso.

Para a soja, a estimativa é de incremento de 2,5% na área semeada em 2021/22 e, por ora, a produtividade média foi mantida próxima da registrada em 2020/21.

Dessa forma, é esperada a colheita de 140,75 milhões de toneladas do grão no Brasil, um volume 2,5% maior que o colhido anteriormente. O plantio da soja e do milho de verão (primeira safra) está em andamento nas principais regiões produtoras do País. Seguimos atentos ao clima e ao avanço dos trabalhos no campo.

Volume entregue de fertilizantes aumentou 16,8% até julho no País

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) divulgou recentemente os dados de entregas de fertilizantes no Brasil em julho deste ano.

Naquela oportunidade, foram entregues 5,06 milhões de toneladas de adubos, o maior volume mensal já registrado. Na comparação com julho do ano passado, houve crescimento de 21,4%.

Com isso, no acumulado de janeiro a julho deste ano, as entregas totalizaram 23,89 milhões de toneladas de fertilizantes, 16,8% a mais que em igual período de 2020. No ano vigente, segundo os últimos dados disponíveis, somente em abril o volume entregue foi menor, na comparação anual.

Para 2021, a expectativa da Scot Consultoria é de que sejam entregues entre 44,5 milhões e 45,5 milhões de toneladas de fertilizantes, frente ao recorde até então, em 2020, de 40,56 milhões de toneladas de adubos vendidos no Brasil.

O incremento na demanda interna por fertilizantes é devido ao aumento na área prevista para as principais culturas na temporada 2021/22, em fase de semeadura no Brasil, além do maior uso de tecnologia, com o agricultor capitalizado, em função dos bons resultados econômicos no ciclo que está se encerrando no País (2019/20).

Situação da colheita do milho e da soja nos Estados Unidos (safra 2021/22)

A colheita do milho e da soja (safra 2021/22) teve início nos Estados Unidos. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 26/9, 18% da área plantada com milho foi colhida. Os trabalhos estão à frente da última temporada (2020/21), quando, neste momento, 14% da área de milho havia sido colhida. A média das últimas cinco temporadas é de 15% da área de milho colhida até então.

A estimativa é de que os norte-americanos colherão 380,93 milhões de toneladas do cereal no ciclo atual, frente aos 360,25 milhões de toneladas colhidas na temporada passada (2020/21).

Com relação à soja, a colheita norte-americana atingiu 16% da área plantada no ciclo atual. O ritmo dos trabalhos está abaixo dos 18% colhidos até esse mesmo período da safra passada (2020/21), mas à frente dos 13% colhidos na média das últimas cinco temporadas até então. A expectativa é de que os Estados Unidos colham 119,04 milhões de toneladas de soja no ciclo atual (2021/22), frente aos 112,55 milhões de toneladas na temporada passada (2020/21).

O aumento gradual na oferta norte-americana tende a pressionar as cotações de milho e soja no mercado internacional em curto e médio prazos, a depender da demanda.

No Brasil, que está iniciando o plantio da safra de grãos, no caso a safra de verão 2021/22, além do desenrolar da safra norte-americana, o câmbio e o clima (retomada das chuvas) seguem como principais fatores de atenção.

DDG:: expectativas de preços mais frouxos

O DDG é uma alternativa energética/proteica para a alimentação dos bovinos. A boa demanda pelo coproduto tem dado sustentação às cotações no mercado interno.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, em Mato Grosso, o DDG está cotado, em média, em R$ 1.833,51 por tonelada, sem o frete.

No comparativo mensal, a alta no preço foi de 7,9% no Estado. Em relação a outubro de 2020, o insumo está custando 65,1% a mais este ano.

Para o curto prazo, as expectativas são de preços mais frouxos para o DDG, em função das quedas nas cotações do milho e mercado de farelo de soja menos pressionado no País.

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