balde branco

O programa de melhoramento da raça conta agora com a avaliação genômica, ferramenta que garante mais qualidade e menos espera no processo de aprimoramento dos rebanhos

Por Romualdo Venâncio

Este é um momento muito importante, um marco para a raça Gi¬rolando e para a pecuária de leite nacional.” É assim que Marcos Vinícius Gualberto Barbosa da Silva, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, descreve o lançamento do sumário Avaliação Genômica de Fêmeas Jovens – Junho de 2017, apresentado pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando no dia 29 de junho, durante a Megaleite, em Belo Horizonte-MG.

Na verdade, nem pode¬ria ser diferente, pois Silva é um dos responsáveis por tornar possível tal avanço no melhoramento da raça, motivo de sua satisfação pessoal e profissional. “Tem sido uma experiência fantástica e gratificante, sobretudo, pelo fato de ao final de um processo complexo cumprirmos tudo aquilo que foi prometido”, afirma ele, acrescentando que se cumpriu uma etapa importante do desenvolvimento da pecuária de leite no País.

Após três anos trabalhando nos Estados Unidos para se especializar nessa tecnologia, Silva retornou ao Brasil com o objetivo de implantá-la por aqui, o que se tornou uma tarefa desafiadora. “Foi preciso convencer as entidades sobre a importância desse processo e de toda a parte técnica e de campo.

Os resultados alcançados em outros países ajudaram nessa fase de convencimento. Em 2009, a ferramenta foi introduzida na raça Holandesa nos Estados Unidos e rapidamente surgiram resultados positivos. Para se ter ideia de como está o processo por lá, as avaliações são feitas a cada quatro meses e permitem que se coloque novos touros no mercado com uma frequência ainda maior”, diz.

O projeto da seleção genômica do Girolando começou de fato em 2012, a partir de um edital para a formação de uma parceria público-privada (PPP). Além da entidade nacional dos criadores da raça e da Embrapa, entraram no processo a central de inseminação artificial CRV Lagoa e a empresa de saúde animal Zoetis. “Esse modelo foi o que permitiu ter um projeto amplo. Se fôssemos trabalhar apenas com recursos públicos, haveria limitações e os resultados não seriam tão expressivos”, observa o pesquisador.

Os envolvidos entendem se tratar da coroação de um trabalho que já vem sendo realizado há 20 anos, a partir da implantação do teste de progênie. Em 2007, teve início o PMGG-Programa de Melhoramento Genético do Girolando, que além do teste de progênie envolve o serviço de registro genealógico, o controle leiteiro e o sistema de avaliação linear. Utilizando corretamente esse conjunto de avaliações, os criadores conseguem não só identificar os indivíduos superiores dentro de seus rebanhos como também multiplicar de forma bem orientada essa genética apurada. Não por acaso essa raça sintética é uma das que mais tem se desenvolvido no Brasil.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 634, de agosto 2017

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