Em menos de cinco anos, pai e filho revertem resultados na atividade leiteira, dotando de eficiência cada etapa da exploração a partir de assistência técnica continuada
Por João Antônio dos Santos
O Sítio Santo Antônio, em Paraguaçu-MG, esteve em festa no último dia 25 de agosto ao sediar um dia de campo, com a presença de mais de 130 produtores e técnicos de diversas regiões do Estado. Pertencente a Leonardo da Silva e seu filho André, a propriedade se tornou uma das principais vitrines do Programa Balde Cheio de Minas Gerais graças aos expressivos avanços alcançados em cinco anos, tempo durante o qual vem recebendo orientação técnica especializada. Os produtores também comemoram a conquista do prêmio Destaque Balde Cheio 10 anos, outorgado pela Faemg-Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais.
“Por muitos anos não tínhamos o que comemorar com o leite. Era muito trabalho, e como resultado a gente colhia só insatisfação e desânimo, apesar das muitas tentativas para melhorar”, recordam-se pai e filho. O sítio tem 15 ha, sendo 6 ha destinados à produção de leite e 7 ha para o cultivo de café, duas atividades tradicionais na região. Leonardo conta que há 45 anos tem a propriedade e que o leite sempre fez parte do negócio, mas com pouca produção. “Sempre tentei melhorar, mas não passava dos 40-50 litros por dia. Faltava alguma coisa pra acertar”, relata.
Os animais mestiços só tinham à disposição pastagem extensiva de braquiária de baixa qualidade, já que a área nunca recebera manejo nem correção e adubação. Nessa época, com o pasto seco no inverno, recorria à capineira para suplementar no cocho capim picado mais cana-de-açúcar. “Quando chegava a seca, tudo piorava e a produção despencava. Tínhamos de vender algumas vacas e, depois, com o dinheiro que sobrava da venda do café, comprávamos outras. Era como uma roda que não saía do lugar”, conta ele.
Segundo André, eles já estavam convencidos de que só seria possível fazer do leite um bom negócio para quem tinha muita terra e podia fazer grandes investimentos. “Com a nossa área e com o dinheiro sempre curto, não teríamos chances de dar certo”. Aguentaram essa situação até 2011, quando, de tanto desânimo, a ideia de desistir ganhou força, pois o que apuravam mal dava para ajudar nas despesas da casa.
Foi então, diante do dilema de continuar ou não na atividade, que pai e filho ficaram sabendo do programa Balde Cheio, uma novidade oferecida a produtores através da parceira entre a Sicoob-Credivar, de Varginha-MG, a Coomap-Cooperativa Mista Agropecuária, de Paraguaçu, e o Sindicato dos Produtores Rurais de Paraguaçu. Logo nos primeiros contatos, André diz que identificaram que algo diferente poderia ali ser aproveitado. “Era o caminho do conhecimento técnico que nos faltava para fazer do leite um bom negócio”, destaca, dizendo que ao visitar produtores ligados ao programa reforçou a decisão de seguir tais orientações.
Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 624, de outubro 2016