balde branco

TECNOLOGIA

Parque de inovação tecnológica coloca

UFLA no futuro com o AGRO 4.0

O centro de pesquisas tecnológicas vai desenvolver tecnologias de ponta para o agro, particularmente para a cadeia do leite

João Antônio dos Santos

   O Parque Científico Tecnológico de Lavras/Ufla surge, no cenário das tecnologias de ponta do País, com a proposta de ser um local de integração entre as várias ações de inovação e tecnologia na universidade, tendo por objetivo não apenas receber empresas residentes, mas também novas empresas e startups desenvolvidas dentro da Universidade Federal de Lavras (MG), pelos professores e comunidade acadêmica.

   “Essa iniciativa tem a possibilidade de atrair novas empresas para a região de Lavras e gerar empregos, assim como propiciar o desenvolvimento de mão de obra qualificada para as empresas que já estão no ecossistema da cidade”, ressalta Márcio André Stefanelli Lara, professor do Departamento de Zootecnia da Ufla, vice-diretor de Relações Internacionais e diretor científico da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc), acrescentando que o Parque Tecnológico vem complementar o uso dos espaços de inovação da Ufla, como laboratórios e centros de pesquisa.

   Com esse foco, o objetivo do parque é trabalhar o potencial que a própria universidade já tem, sendo reconhecida como referência em ciências agrárias mundialmente, e trazer com isso o que há de mais moderno em tecnologia e inovação no agronegócio.

   Inicialmente, o Parque Científico e Tecnológico vai operar a partir da universidade e de seu núcleo de inovação tecnológica (Nintec), com uma coordenadoria específica para o parque. A fundação de apoio da Ufla, a Fundecc, vai fornecer o suporte administrativo-financeiro. “Porém, o objetivo, com o tempo, é que o parque possa se tornar independente para expandir as parcerias e atuações com outras empresas e parcerias público- privadas, por exemplo”, assinala Márcio Lara.

"Nos projetos, inclusive nos relacionados ao setor leiteiro, os professores trabalham com equipes multidisciplinares em seus núcleos de estudo, característica muito forte na Ufla" Márcio Lara

   O grande foco do Parque Científico e Tecnológico será a área do agronegócio de tecnologias ambientais. Com isso, o objetivo é justamente se transformar em um polo de inovação do agronegócio nacional. “Nesse sentido, já fomos reconhecidos pelo Ministério da Agricultura como um dos polos de inovação do agronegócio e esperamos poder propiciar novas tecnologias e levá-las para o campo”, nota o professor. 

   Quanto ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite, há projetos já sendo desenvolvidos na Ufla por linhas de pesquisa de professores reconhecidos na área, como Marcos Neves, Marina Danes e Nadja Alves, além de outros que apoiam indiretamente os trabalhos sobre nutrição, reprodução e manejo dos sistemas de produção. “São muitas as pessoas atuando na cadeia, incluindo professores de outros departamentos, com ciência da computação e engenharia”, assinala Márcio Lara, que destaca ainda que numa das fazendas experimentais da Ufla já está em fase de finalização o Centro de Pesquisa em Pecuária de Leite (Cepe-Leite). 

   Esse projeto, que tem apoio Finep, conta com a instalação de um robô de ordenha, com capacidade para 60 vacas lactantes. “O projeto teve início em 2012 e vai ter um efeito muito positivo na cadeia produtiva do leite, assim como pesquisas sobre a qualidade de queijos, entre outras. Mais um ponto para a Ufla no desenvolvimento agropecuário da região e do País”, explica, informando que os projetos para a cadeia do leite se dão de várias formas, como linhas de pesquisas de professores das áreas de saúde animal, reprodução, nutrição, bem-estar e produção, além dos estudos com sensores, automação, IA e aprendizado de máquina, entre outros.

PARA A CADEIA PRODUTIVA DO LEITE,

são diversos os projetos, tanto para a pecuária quanto para a indústria de laticínios

   Parcerias com a iniciativa privada Outro ponto que Lara destaca é que esses professores trabalham com equipes multidisciplinares em seus núcleos de estudo (característica muito forte na Ufla). Um importante diferencial é que, por meio de projetos em parceria com a iniciativa privada, são oferecidas disciplinas que incentivam o empreendedorismo, como é o caso do “Alavanca do Sucesso”. “Essa é uma disciplina do Departamento de Zootecnia que tem mudado a mente dos estudantes, dando-lhes ferramentas para se destacarem no mercado como profissionais de vanguarda.” 

   Por meio das Agências de Inovação da Ufla, como a Zetta, há projetos em sistemas inteligentes e geoprocessamento para Agricultura 4.0, o InovaHub, que  oferece cursos e programas de pré-aceleração, Startup Weekend, Desafio de Startups, entre outros. Quanto aos projetos fechados com a Fundação de Apoio à Pesquisa da Ufla (Fundecc), Lara cita o escritório de negócios Galax, que faz mapeamento das dores de mercado e promove a conexão de empresas e expertises da Ufla para o desenvolvimento de soluções.

   Por fim, participando dos eventos de inovação na cadeia do leite por meio do Vacathon e Desafio de Startups, promovidos pela Embrapa Gado de Leite, onde a Ufla sempre tem se destacado com ideias inovadoras, por exemplo, em 2018, com o desenvolvimento de sensores para controle do volume de alimento no cocho e consumo dos animais, que lhe angariou o prêmio de 3º lugar no Vacathon. “O potencial para desenvolvimento agropecuário e especificamente do setor leiteiro é enorme na Ufla e, com todo esse ecossistema que está sendo criado, acreditamos que serão muitos os casos de sucesso, que contribuirão para o desenvolvimento e o aprimoramento da cadeia produtiva do leite”, assinala Márcio Lara.

AS INSTALAÇÕES DO PARQUE TECNOLÓGICO

   Segundo informa Paulo Henrique Montagnana Vicente Leme, professor do Departamento de Administração e Economia da Ufla e coordenador da incubadora e do Parque Tecnológico, o projeto arquitetônico contempla dois prédios, com 72 e 45 salas, área de convivência, praça de alimentação com restaurantes e refeitórios, comércio e anfiteatro com capacidade para 240 lugares. A área total é de 78.805 m², sendo 17.640,22 m² de área construída. A área urbanizável é de 67.529,71 m², com 10.470,29 m² de área de preservação ambiental. 

   O projeto teve início em 2011, com a disponibilização de um espaço da Ufla de aproximadamente 80 mil metros quadrados para a construção do Parque Tecnológico. 

Fachada das salas de trabalho

   “Os principais parceiros ao longo de todo esse tempo foram os deputados da bancada federal de Minas Gerais, que disponibilizaram emendas não impositivas para o parque. Com apoio do Ministério da Educação à época, o atual reitor, prof. José Roberto Soares Scolforo, conseguiu convencer o MEC da importância do parque para o desenvolvimento da Ufla e da região”, relata Paulo Henrique Leme. Também ajudaram ao longo desse tempo o governo do Estado de Minas Gerais e o Sebrae. Estão sendo investidos mais de R$ 37 milhões na construção.

   O grande diferencial do parque é o seu foco. As linhas principais de atuação estão ligadas ao agronegócio e à gestão ambiental, com as áreas de tecnologia da informação, meio ambiente, biotecnologias e engenharias. 

   Leme observa que, com esse foco, o objetivo do parque é trabalhar o potencial que a própria universidade já tem, sendo reconhecida como referência em Ciências Agrárias mundialmente, e trazer com isso o que há de mais moderno em tecnologia e inovação no agronegócio. “Assim, esse hub de inovação ajudará ainda mais o agronegócio brasileiro a se desenvolver, como é tradição da universidade. O grande desafio é tornar o parque único, como referência e legado para a sociedade, com propostas ousadas e inovadoras, colocando-o em destaque no cenário de inovação e empreendedorismo nacional”, ressalta Leme.

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Leme: O Parque Tecnológico vai incrementar o potencial da Ufla, que já é reconhecida como referência mundial em Ciências Agrárias, e trazer o que há de mais moderno em inovação no agro.

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