O Parque Científico Tecnológico de Lavras/Ufla surge, no cenário das tecnologias de ponta do País, com a proposta de ser um local de integração entre as várias ações de inovação e tecnologia na universidade, tendo por objetivo não apenas receber empresas residentes, mas também novas empresas e startups desenvolvidas dentro da Universidade Federal de Lavras (MG), pelos professores e comunidade acadêmica.
“Essa iniciativa tem a possibilidade de atrair novas empresas para a região de Lavras e gerar empregos, assim como propiciar o desenvolvimento de mão de obra qualificada para as empresas que já estão no ecossistema da cidade”, ressalta Márcio André Stefanelli Lara, professor do Departamento de Zootecnia da Ufla, vice-diretor de Relações Internacionais e diretor científico da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc), acrescentando que o Parque Tecnológico vem complementar o uso dos espaços de inovação da Ufla, como laboratórios e centros de pesquisa.
Com esse foco, o objetivo do parque é trabalhar o potencial que a própria universidade já tem, sendo reconhecida como referência em ciências agrárias mundialmente, e trazer com isso o que há de mais moderno em tecnologia e inovação no agronegócio.
Inicialmente, o Parque Científico e Tecnológico vai operar a partir da universidade e de seu núcleo de inovação tecnológica (Nintec), com uma coordenadoria específica para o parque. A fundação de apoio da Ufla, a Fundecc, vai fornecer o suporte administrativo-financeiro. “Porém, o objetivo, com o tempo, é que o parque possa se tornar independente para expandir as parcerias e atuações com outras empresas e parcerias público- privadas, por exemplo”, assinala Márcio Lara.
O grande foco do Parque Científico e Tecnológico será a área do agronegócio de tecnologias ambientais. Com isso, o objetivo é justamente se transformar em um polo de inovação do agronegócio nacional. “Nesse sentido, já fomos reconhecidos pelo Ministério da Agricultura como um dos polos de inovação do agronegócio e esperamos poder propiciar novas tecnologias e levá-las para o campo”, nota o professor.
Quanto ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite, há projetos já sendo desenvolvidos na Ufla por linhas de pesquisa de professores reconhecidos na área, como Marcos Neves, Marina Danes e Nadja Alves, além de outros que apoiam indiretamente os trabalhos sobre nutrição, reprodução e manejo dos sistemas de produção. “São muitas as pessoas atuando na cadeia, incluindo professores de outros departamentos, com ciência da computação e engenharia”, assinala Márcio Lara, que destaca ainda que numa das fazendas experimentais da Ufla já está em fase de finalização o Centro de Pesquisa em Pecuária de Leite (Cepe-Leite).
Esse projeto, que tem apoio Finep, conta com a instalação de um robô de ordenha, com capacidade para 60 vacas lactantes. “O projeto teve início em 2012 e vai ter um efeito muito positivo na cadeia produtiva do leite, assim como pesquisas sobre a qualidade de queijos, entre outras. Mais um ponto para a Ufla no desenvolvimento agropecuário da região e do País”, explica, informando que os projetos para a cadeia do leite se dão de várias formas, como linhas de pesquisas de professores das áreas de saúde animal, reprodução, nutrição, bem-estar e produção, além dos estudos com sensores, automação, IA e aprendizado de máquina, entre outros.
Parcerias com a iniciativa privada – Outro ponto que Lara destaca é que esses professores trabalham com equipes multidisciplinares em seus núcleos de estudo (característica muito forte na Ufla). Um importante diferencial é que, por meio de projetos em parceria com a iniciativa privada, são oferecidas disciplinas que incentivam o empreendedorismo, como é o caso do “Alavanca do Sucesso”. “Essa é uma disciplina do Departamento de Zootecnia que tem mudado a mente dos estudantes, dando-lhes ferramentas para se destacarem no mercado como profissionais de vanguarda.”
Por meio das Agências de Inovação da Ufla, como a Zetta, há projetos em sistemas inteligentes e geoprocessamento para Agricultura 4.0, o InovaHub, que oferece cursos e programas de pré-aceleração, Startup Weekend, Desafio de Startups, entre outros. Quanto aos projetos fechados com a Fundação de Apoio à Pesquisa da Ufla (Fundecc), Lara cita o escritório de negócios Galax, que faz mapeamento das dores de mercado e promove a conexão de empresas e expertises da Ufla para o desenvolvimento de soluções.
Por fim, participando dos eventos de inovação na cadeia do leite por meio do Vacathon e Desafio de Startups, promovidos pela Embrapa Gado de Leite, onde a Ufla sempre tem se destacado com ideias inovadoras, por exemplo, em 2018, com o desenvolvimento de sensores para controle do volume de alimento no cocho e consumo dos animais, que lhe angariou o prêmio de 3º lugar no Vacathon. “O potencial para desenvolvimento agropecuário e especificamente do setor leiteiro é enorme na Ufla e, com todo esse ecossistema que está sendo criado, acreditamos que serão muitos os casos de sucesso, que contribuirão para o desenvolvimento e o aprimoramento da cadeia produtiva do leite”, assinala Márcio Lara.
Segundo informa Paulo Henrique Montagnana Vicente Leme, professor do Departamento de Administração e Economia da Ufla e coordenador da incubadora e do Parque Tecnológico, o projeto arquitetônico contempla dois prédios, com 72 e 45 salas, área de convivência, praça de alimentação com restaurantes e refeitórios, comércio e anfiteatro com capacidade para 240 lugares. A área total é de 78.805 m², sendo 17.640,22 m² de área construída. A área urbanizável é de 67.529,71 m², com 10.470,29 m² de área de preservação ambiental.
O projeto teve início em 2011, com a disponibilização de um espaço da Ufla de aproximadamente 80 mil metros quadrados para a construção do Parque Tecnológico.
“Os principais parceiros ao longo de todo esse tempo foram os deputados da bancada federal de Minas Gerais, que disponibilizaram emendas não impositivas para o parque. Com apoio do Ministério da Educação à época, o atual reitor, prof. José Roberto Soares Scolforo, conseguiu convencer o MEC da importância do parque para o desenvolvimento da Ufla e da região”, relata Paulo Henrique Leme. Também ajudaram ao longo desse tempo o governo do Estado de Minas Gerais e o Sebrae. Estão sendo investidos mais de R$ 37 milhões na construção.
O grande diferencial do parque é o seu foco. As linhas principais de atuação estão ligadas ao agronegócio e à gestão ambiental, com as áreas de tecnologia da informação, meio ambiente, biotecnologias e engenharias.
Leme observa que, com esse foco, o objetivo do parque é trabalhar o potencial que a própria universidade já tem, sendo reconhecida como referência em Ciências Agrárias mundialmente, e trazer com isso o que há de mais moderno em tecnologia e inovação no agronegócio. “Assim, esse hub de inovação ajudará ainda mais o agronegócio brasileiro a se desenvolver, como é tradição da universidade. O grande desafio é tornar o parque único, como referência e legado para a sociedade, com propostas ousadas e inovadoras, colocando-o em destaque no cenário de inovação e empreendedorismo nacional”, ressalta Leme.
Leme: O Parque Tecnológico vai incrementar o potencial da Ufla, que já é reconhecida como referência mundial em Ciências Agrárias, e trazer o que há de mais moderno em inovação no agro.
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