balde branco

O projeto dairy beef adotado na pecuária bovina neozelandesa chama a atenção de pesquisadores gaúchos, que destacaram a viabilidade da ideia por aqui

Por Sandra Bitencourt

A Nova Zelândia é um dos pa­íses de maior destaque nas exportações de leite, atuando como balizadora no preço in­ternacional do produto. Parte da explicação para essa condição está no padrão peculiar de gestão de duas bovinoculturas que lá são tratadas de forma integrada: de leite e de corte.

Compreender as peculiaridades dessa experiência e refletir em que medida pode ser aplicada em nosso país, particularmente na realidade do Rio Grande do Sul, foi o objetivo do I Seminário Inovação e Integração das Bovinoculturas de Carne e Leite: Perspectivas de Desenvolvimento para a Agroindústria Gaúcha de Proteína Animal, promovido nos dias 17 e 18 de agosto pela FEE-Fundação de Econo­mia e Estatística e a Faccat-Faculdades Integradas de Taquara-RS.

Pesquisando há mais de 10 anos sobre este tema, o economista da FEE, Carlos Paiva, foi um dos organizadores do evento, que ocorreu em Taquara-RS, com a presença de pesquisadores, pro­dutores, estudantes e representantes de entidades e sindicatos vinculados ao setor da pecuária bovina. Segundo Paiva, é necessário que a sociedade se organize e reflita em busca de soluções que possam transformar positivamente nosso padrão de desenvolvimento.

“Há ainda muita resistência a novos cruzamentos. Mas a Nova Zelândia produziu novas raças e buscou desen­volver uma produção conjunta de leite e carne que levou a pecuária para uma posição de destaque na produção de proteína animal. Temos especificidades e semelhanças com a Nova Zelândia, que nos permitem uma posição muito favorável para inovar nesse sentido”, destacou Paiva.

Disse ainda que atualmente os neozelandeses têm buscado diluir custos das duas bovinoculturas através da integração crescente das mesmas. Segundo o relatório do “Dairy Beef Integration Project”, a bovinocultura de corte neozelandesa está cada vez mais associada à bovinocultura de leite e o principal beneficiado da integração é o produtor de carne, que passa a ocupar toda a área útil com a engorda e termina­ção de machos (bois), dispensando de forma crescente a presença de matrizes (vacas de corte).

“A integração também gera vanta­gem econômica para o bovinocultor de leite, na medida em que o bezerro ma­cho da vaca leiteira ganha novo preço no mercado e complementa a renda. Não obstante, a principal preocupação do produtor de leite é com a sanidade da vaca leiteira. O que o leva a privilegiar o cruzamento com raças que, mesmo gerando uma carcaça relativamente menor, são consistentes com a capaci­dade de gestação de fêmeas de estatura relativamente menor, como é o caso das raças Jersey e Kiwi-Cross”, destacou.

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Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 636, de outubro 2017

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