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Assistência técnica especializada é o caminho mais seguro para produtor alcançar o melhor desempenho em sua atividade

CONSULADO DO LEITE

Pequenos produtores podem ter o

desempenho das grandes fazendas

Com um trabalho de assistência técnica especializada, empresa oferece uma ‘consultoria 2.0’ adaptada à realidade atual da atividade e focada no perfil de cada fazenda

João Antônio dos Santos

Com a visão de que pequenas e médias fazendas produtoras de leite são a maioria no País e, ao mesmo tempo, as mais carentes de assistência técnica, o zootecnista formado pela Unesp Ricardo Fasanaro iniciou seu projeto de consultoria, criando o Consulado do Leite. Especialista em nutrição de ruminantes e qualidade de alimentos pela North Carolina State University, ele faz questão de frisar: “A pecuária leiteira não pode ser resumida apenas nas grandes propriedades. As médias e pequenas, que ditam o rumo da atividade, são as que mais precisam de ajuda. Eu vinha da área comercial de aditivos e identificava lacunas nos serviços de assistência técnica e sabia que aquelas fazendas podiam ir muito além da produtividade que tinham. O Consulado do Leite surgiu de uma ideia de ajudar pequenos produtores a terem o desempenho das grandes fazendas”.

E assim, desde 2016, o Consulado, graças a seu trabalho especializado, vem confirmando que é absolutamente viável incrementar a produção leiteira, apenas proporcionando orientação correta e ajustada à realidade das fazendas em questão. “Em 2018, fizemos um levantamento das consultorias em fazendas de São Paulo e identificamos a necessidade de evoluir nesse trabalho. Hoje, oferecemos uma ‘consultoria 2.0’, adaptada à realidade da atividade e focada no perfil de cada fazenda.”

Ricardo Fasanaro: "Trabalhamos visando à maior produtividade com menor custo, seja alimentar, seja de ambiência ou manejo. O foco é manter o financeiro da fazenda positivo. Sem produtividade isso fica inviável"

Segundo Fasanaro, o Consulado do Leite, com sede em Botucatu (SP), é uma empresa familiar que se iniciou com ele e sua mulher, Fabiana Luiggi, médica veterinária e zootecnista com doutorado em nutrição animal pela Unesp. Como trabalhou na área de desenvolvimento de produtos em uma multinacional de nutrição animal, ela trouxe essa experiência do laboratório para o desenvolvimento da consultoria.

“Sou o diretor técnico e atuo como supervisor-geral dos técnicos e das fazendas. A Fabiana é responsável pela área técnica interna e pelo suporte a pesquisas. Um consultor financeiro auxilia na gestão das fazendas com problemas financeiros. Um especialista em nutrição e três estagiários de campo atendem de forma geral às fazendas, além de veterinários terceirizados”, conta. O consultor acrescenta que umas das principais motivações que o levaram à criação do Consultado do Leite foi a falta de assistência técnica “consciente” das dores do produtor, e de, junto com ele, procurar as melhores soluções para seu problema. “Muitas vezes, o produtor depende de uma assistência da área comercial de fornecedores que nem sempre podem estar presentes nos momentos mais críticos ou são obrigados a se limitar aos seus produtos.”

Fabiana Luiggi, que é médica veterinária e zootecnista, com doutorado em nutrição animal pela Unesp, é a responsável pela área técnica interna e pelo suporte a pesquisas

Um fato que exemplifica uma faceta dos problemas enfrentados em diversas propriedades leiteiras é, por exemplo, a falta do ajuste adequado da dieta devido à chegada de novos ingredientes. Isso acaba comprometendo a produtividade. E isso ocorre em muitas propriedades, deixando o produtor desorientado, ao mesmo tempo que deixa de ganhar ou até mesmo perde dinheiro. “O fato de não termos vínculos comerciais nos dá a liberdade de buscar o produto de melhor custo-benefício para aquela fazenda, seja aditivo, nutrição ou ingrediente. O nome Consulado do Leite busca exercer um lugar seguro aos produtores que precisam de ajuda de confiança e resultado a sua produção.”

Plano de trabalho – Fasanaro observa que, depois de feito um diagnóstico detalhado da situação da fazenda e dos objetivos do produtor, a consultoria inicia o trabalho visando à maior produtividade com menor custo, seja ele alimentar, seja de ambiência ou manejo. “A realidade atual da atividade dificulta muito a vida do produtor para se manter no financeiro positivo. Sem produtividade, fica inviável. Temos a liberdade de trabalhar com a empresa fornecedora que o produtor quiser e trabalhamos em cima disso para otimizar a produção”, diz, ressaltando a credibilidade do Consulado do Leite, já que não há influências de empresas comerciais, pois o foco é o produtor ter saúde financeira acima de tudo. Ele observa ainda que seus clientes chegam a lhe solicitar que participe de reuniões comerciais para identificar se aquele determinado produto é realmente necessário, se é adequado ao manejo da fazenda ou se existem alternativas de soluções de menor custo para aqueles determinados problemas.

Diferencial – Um ponto que o consultor faz questão de salientar é a capacidade de adaptação. “Esse é um diferencial de nossa atuação. Cada fazenda tem uma realidade, um perfil, e não adianta trazer o que deu certo em um lugar e adotar em outro. Estudamos individualmente cada leiteria, cada situação, e desenhamos a solução personalizada, baseada na realidade do momento da fazenda. Seja financeiro, seja no manejo, seja na nutrição e em breve na reprodução também.”

A busca pela melhoria da produtividade deve ser constante, levando sempre em consideração a situação e os recursos disponíveis. Ou seja, a realidade de cada produtor

Sobre a importância de o produtor de leite, seja de que porte for, buscar a assistência técnica especializada, Fasanaro exemplifica com a situação por que passa, nos últimos tempos, a produção leiteira, que deixa muitos produtores desorientados e até mesmo insatisfeitos com a atividade e sem perspectivas de futuro. Trata- se do absurdo custo dos insumos, que exige todo um rearranjo no quesito da formulação da dieta dos animais, sem perder a qualidade do alimento.

“Certamente, o principal problema atual da atividade é a alta dos insumos e a dificuldade em balancear a melhor dieta, de menor custo, com os subprodutos ou produtos alternativos. Vivemos um momento diferente na pecuária, com o milho batendo R$ 100 a saca, soja nas alturas, sem contar a dificuldade de encontrar produtos de qualidade”, nota ele, ressaltando que, na utilização de subprodutos, é fundamental conhecer a composição completa desses alimentos e seu comportamento no organismo do animal. “Nem sempre o produtor está ciente disso”, continua. “É só comparar os preços dos insumos e do leite em 2019 e 2021. O único preço que se mantém estável é o do leite, mas o custo de produção aumentou vertiginosamente. O produtor precisa de orientação e dos melhores caminhos para se manter na produção, ou está fadado a encerrar a atividade, como muitos têm feito.”

Além de orientar no conforto em qualquer sistema de produção, a consultoria enfatiza a importância das anotações de todos os índices do rebanho e da propriedade

Bons resultados chegam em pouco tempo – Dentre os muitos casos de sucesso, depois que a fazenda começou a ser orientada por técnico especializado, Fasanaro cita a evolução de alguns clientes. Ele relata que recentemente começou a atender um produtor que não conseguia sustentar o planejamento da lavoura para a alimentação do rebanho durante o ano, caso da Fazenda Alvorada, em Avaré (SP), de propriedade de Henrich Zutter. Ao avaliar a média de produção, de 19 litros de leite/vaca/dia, constatou-se que em três meses não haveria mais silagem para o gado.

“Rapidamente buscamos fornecedores de volumoso de custo-benefício justo, ajustamos o manejo, entramos com produtos alternativos e, mesmo com o ‘improviso’, subimos a produção das 200 vacas de 19 litros para 29 litros/dia de média, saindo da produção diária de cerca de 3.800 litros para 5.800 litros, em cinco meses de trabalho.”

Outro caso parecido está em andamento em Pardinho (SP), na Fazenda Brangus, de Élcio Penha, que está mantendo a produtividade, mesmo com os atrasos dos fornecedores de ingredientes. Já em Itaí (SP), na chácara da Lagoa, o Consulado do Leite atende a produtora Laura Tarifa, que estava com problemas reprodutivos em seu rebanho. “Fomos procurados para identificar a origem deles e da queda repentina da produtividade. Avaliamos a situação, analisamos todos os ingredientes e detectamos uma alta contaminação por micotoxinas”, relata, informando que rapidamente foi elaborado um protocolo para controle e prevenção. “Além de recuperarmos a produtividade, ganhamos alguns litros na produção”, arremata ele.

Em Porto Feliz (SP), em um laticínio, os técnicos do Consulado corrigiram os problemas reprodutivos de vacas de alta produção, reduzindo em 27% o descarte precoce de animais. “Vale assinalar que cuidamos de duas fazendas leiteiras que estão entre as cinco maiores do Brasil, segundo o TOP 100, porém não temos autorização para o uso das informações.”

O bem-estar animal e a sanidade do rebanho são pilares fundamentais para o bom desempenho da atividade leiteira

Atuação em SP e outras regiões – O diretor técnico do Consulado do Leite explica que, por enquanto, o atendimento ocorre, em sua maioria, no Estado de São Paulo. Em sua carteira de clientes, constam mais de 100 fazendas atendidas, duas cooperativas, sendo 11 fazendas de gestão fixas, e mais 27 fazendas com atendimentos mensais pontuais. São feitos também atendimentos de forma remota, como a formulação de dietas de oito fazendas fora do Estado. Ao todo, o trabalho do Consulado alcança cerca de 9 mil vacas em lactação, com uma média diária de 200 mil litros de leite.

“Trabalhamos ainda com análises de contaminação de alimentos, atendendo a fazendas de todo o Brasil. Analisamos as amostras de ingredientes e emitimos os respectivos laudos técnicos, juntamente com a orientação sobre como corrigir o problema de forma segura”, informa Fasanaro.

Ele faz questão de assinalar que a empresa oferece um programa de atendimento gratuito a fazendas de produção familiar até 1.000 litros/dia, em que dá todo o suporte necessário aos produtores sem cobrar nada. “Acreditamos que assim podemos honrar o nome Consulado do Leite, que busca fazer a função de trazer segurança e desempenho a quem mais precisa.”

Em sua visão acerca da importância da assistência técnica, ele destaca que somente com orientação técnica especializada o produtor poderá avançar em sua atividade em termos profissionais, ganhando melhor desempenho nos aspectos de gestão, produtividade, eficiência, qualidade do leite e margem de rentabilidade.

“Todos os produtores devem ter a oportunidade de uma consultoria isenta e objetiva. Precisam de alguém que não somente mostre o que pode melhorar, mas também indique o caminho correto para isso. Pequenas propriedades podem, sim, ter o desempenho das grandes fazendas do Brasil, e as grandes ainda têm muito a crescer. Nós queremos facilitar esse caminho, com respaldo científico e dentro da realidade financeira de cada um”, finaliza Fasanaro.

O cuidado com a qualidade do alimento das vacas é fundamental e merece toda a atenção. A qualquer suspeita quanto à sua qualidade, colhem-se amostras para análise de contaminação

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