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Com planejamento e manejo correto, a propriedade pode ter sempre pastagens de qualidade

PASTAGEM

Período das águas favorece reforma de

pastagens degradadas

É a oportunidade para o produtor dispor de volumoso de alto valor nutritivo, que possibilitará maior lotação de animais por hectare, o que significa maior produtividade

Marisa Rodrigues*

No Brasil, atualmente existem mais de 31 milhões de hectares de pastagens em diferentes níveis de degradação. Ora, se precisamos produzir mais e desmatar menos, que é o grande desafio do produtor, a solução é plantar pasto, ou seja, fazer a reforma ou recuperação de pastagem. Trata-se de uma oportunidade para contribuir com a agricultura de baixo carbono, além de não precisar abrir mais áreas para a atividade.

Um dos modelos de produção agropecuária que podem contribuir com o meio ambiente e, de quebra, gerar uma boa rentabilidade ao produtor rural, é o modelo de integração lavoura-pecuária- floresta (ILPF). Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), existem cerca de 15 milhões de hectares com o sistema hoje no País e a oportunidade de crescimento é muito vasta.

“Nós temos uma grande oportunidade de expansão, sobretudo quando olhamos para as áreas de pastagem. Se começarmos a incorporá-las no processo de recuperação com sistemas de integração lavoura-pecuária, vamos atingir facilmente esses 30 milhões previstos pela Rede ILPF para 2030”, afirmou o pesquisador Lourival Vilela, da Embrapa Cerrados (DF), durante mesa redonda realizada pela instituição.

Mateus Daré: “O primeiro passo para a recuperação ou reforma bem sucedida é o planejamento”

Para o engenheiro agrônomo Mateus Daré, do Grupo Matsuda, no Brasil há inúmeras condições de solo, considerando-se desde o relevo até a fertilidade, e, portanto, definir a melhor pastagem para cada condição específica é uma das dificuldades e desafios que todos os produtores enfrentam, mesmo que inconscientemente. Segundo ele, uma pastagem bem manejada, corrigida, com adubação adequada e dividida em piquetes ordenados pode comportar mais do que o dobro da capacidade de lotação animal quando comparada a uma pastagem de manejo extensivo, produzindo, assim, mais leite por hectare.

“O produtor precisa aproveitar o período das chuvas tanto para recuperar quanto para reformar suas pastagens, pois esse período possibilita condições de umidade no solo para descompactação e, principalmente, para adubação e plantio. É possível realizar alguns tratos culturais no período de estiagem/seca do ano, porém somente no período das chuvas será possível consumar com êxito esses procedimentos”, enfatiza Daré.

Ele explica que o primeiro passo de uma reforma ou recuperação bem sucedida é o planejamento, pois, sem essa ferramenta, os investimentos serão onerosos e corre-se o risco de não serem feitos apropriadamente. Depois desse passo, os procedimentos podem variar de acordo com o terreno, mas na maioria dos casos envolve uma dessecação da área para eliminação das plantas daninhas, depois aplicação e incorporação de corretivos como calcário e gesso. Também é necessária a descompactação do solo por meio de subsolador ou apenas com grade, porém será preciso mais de uma operação e com intervalos entre uma operação e outra, para melhor revolvimento do solo e eliminação do banco de sementes que estão infiltradas nele.

“Antes do plantio, é fundamental que se nivele o solo com grade niveladora, possibilitando melhores condições para o plantio e estabelecimento da pastagem, assim como a aplicação de adubo de base e, posteriormente, de cobertura, para corrigir as deficiências minerais da maioria dos solos. Outro ponto importante é a utilização de sementes de qualidade – fundamental para o estabelecimento do pasto. Por último, a divisão dos pastos em piquetes menores auxilia na maior capacidade de lotação, pois facilita o manejo e proporciona melhores condições para manutenção da vida útil do pasto”, destacou.

Área que está sendo preparada para recuperação

Linha de crédito para reforma e recuperação de pastagem – Existem programas que podem ser utilizados como meios para auxiliar nos custos com a reforma ou recuperação de pastagens. Um exemplo é o Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), que permite ao produtor financiar investimentos destinados a práticas conservacionistas do solo e, também, de redução dos danos causados por atividades agropecuárias no meio ambiente, visando a uma produção mais sustentável e com maior rendimento em menor área.

Área recuperada, em que tudo foi bem feito, mostra o vigor e a qualidade da forrageira

O produtor que tiver interesse em obter as condições disponíveis no Plano ABC deve buscar sua agência bancária para ser orientado. Atualmente, com o avanço das tecnologias, o surgimento e o fortalecimento das cooperativas bancárias, há outras linhas de crédito que os produtores também podem buscar para viabilizar o aumento de sua produtividade dentro da propriedade rural”, informa Daré.

A recuperação e a reforma de pastagem, assim como o sequestro de carbono, entram na questão da produção agrícola sustentável, que é uma tendência mundial, inclusive de consumo. Daré observa que é fundamental o produtor adquirir sementes, por exemplo, de empresa que se destaque pela inovação e qualidade do produto. Assim, tem a garantia da diminuição de perdas no estabelecimento e diminuição da quantidade de sementes utilizadas na semeadura, fornecendo maior economia por ter o melhor custo/benefício.

*Jornalista da Taxi Blue Comunicação Estratégica

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