Entre as principais causas de descartes involuntários de vacas leiteiras estão as complicações com a reprodução

Por Romualdo Venâncio

O descarte involuntário de vacas eleva de maneira significativa o custo de produção e compromete a lucratividade das fazendas leiteiras. Essa relação já é suficiente para que a questão esteja entre as prioridades dos produtores. A relevância do problema está em grande parte das ocorrências originadas por falhas na gestão do rebanho e da fazenda. Vêm daí inúmeros problemas reprodutivos, que estão entre os principais motivos de prejuízos na atividade, juntamente com mastite e complicações de casco.

O cuidado deve ser ainda maior em rebanhos de alta performance. É preciso haver o equilíbrio entre o que se espera do volume de leite produzido e do resultado em termos de prenhezes. A demanda nutricional do animal deve ser atendida corretamente para evitar deficiências em qualquer uma das atividades. Vale considerar que a maneira como o criador administra o manejo de seu rebanho gera consequências progressivas, sejam elas favoráveis ou não.

Exemplo de como isso ocorre vem no comentário do pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Bruno Campos de Carvalho: “Das vacas que apresentam retenção de placenta, 50% desenvolvem infecção uterina. Por melhor e mais imediato que seja o tratamento, há um efeito residual e essas matrizes vão demorar mais para se tornar gestantes”.

Ele ainda acrescenta que, além do atraso no processo reprodutivo, será preciso gastar um número maior de doses de sêmen. Outro impacto está no custo de produção. “Se for necessário inseminar mais de duas vezes, o produtor tende optar por um touro que represente menor custo, o que pode prejudicar a evolução genética do rebanho”, cita.

O professor do Departamento de Zootécnica da Universidade Federal de Lavras, José Camisão de Souza, lista vários itens, além da já citada retenção de placenta, aos quais os produtores devem estar atentos: período de transição mal conduzido – nutricional e ambientalmente; instalação deficiente para parição; hipocalcemia; balanço energético negativo; seleção genética deficiente e inadequação do grupo ao ambiente de criação. “Há que se observar que em nenhum deles a culpa é da vaca”, adverte.

Leia a íntegra desta reportagem em Balde Branco 618, de abril 2016

 

 

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