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Com o lema “SOS Leite-Balde Cheio, Bolso Vazio”, mais de 600 participantes reuniram-se no Triângulo Mineiro exigindo ações do governo

Lideranças da pecuária de leite reuniram-se nesta segunda-feira, 16, com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para discutir as dificuldades enfrentadas pelo setor. Mais de 600 participantes, entre produtores e dirigentes do setor lotaram o auditório do Parque de Exposições de Prata-MG, no Triângulo Mineiro.

Com o lema “SOS Leite-Balde Cheio, Bolso Vazio”, o evento alertou para a possibilidade da crise se aprofundar ainda mais. Nos últimos meses, muitos produtores têm abandonado a atividade por inviabilidade econômica. Ao final do evento os produtores entregaram uma carta com reivindicações ao ministro. Uma delas sugere restrições às importações de leite do Uruguai.

Blairo Maggi reiterou sua intenção de suspender a importação de leite do Uruguai e de aumentar a fiscalização sobre o produto que chega ao país. Ele disse que a suspensão será por tempo indeterminado, até que as relações comerciais com o país vizinho sejam regulamentadas. No ano passado, o Brasil importou US$ 418 milhões de produtos agropecuários uruguaios, sendo 36% lácteos. Nesse período, o Brasil foi o destino de 86% do leite em pó desnatado e 72% do leite em pó integral exportado pelo Uruguai.

Representando o Sistema FAEMG, o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da entidade, Eduardo Pena, e reafirmou o compromisso da entidade com a causa dos produtores de leite. “Empenhamos nosso apoio ao Ministério da Agricultura e às medidas adotadas para minimizar os impactos da crise na pecuária leiteira”.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Luiz Carlos Rodrigues, as importações estão refletindo negativamente no preço do leite. “Com a suspensão anunciada pelo ministro, acreditamos que o preço interno do leite volte a reagir em breve. Mas esta medida precisa ser mantida por um longo período para que essa reação positiva aconteça. Também precisamos de políticas públicas de estímulo ao consumo interno do leite no Brasil. O produtor de leite precisa se unir. Só assim seremos mais fortes e conseguiremos melhores condições para o desenvolvimento da pecuária leiteira do Brasil”, disse.

Entre as políticas para o setor leiteiro cobradas no evento constavam:

– Produtores de leite e cooperativas dizerem não às importações desleais e predatórias (formalização de acordo com o Uruguai), não às fraudes, não à reidratação do leite em pó para a fabricação de leite para o consumo direto;

– Utilização de produtos lácteos nacionais nas compras governamentais;

– Desoneração tributária da cadeia;

– Investigar práticas de formação de cartel, por parte da indústria de laticínios, na formação de preços pagos aos produtores;

– Exigir que as indústrias de laticínios informem com antecedência o preço a ser pago pelo leite (até o penúltimo dia de cada mês, as indústrias deverão informar o preço a ser pago pelo leite entregue no mês subsequente).

Liberação do crédito PIS/COFINS e/ou sua utilização como garantia para linhas de crédito às cooperativas;

– Disponibilização de linhas de crédito emergencial e de longo prazo às cooperativas de leite.

Logo após o evento, os produtores de leite e representantes de entidades ligadas ao setor fizeram um protesto pacífico, interditando a BR 153 por uma hora e distribuindo leite para os motoristas. O protesto foi acompanhado pela Polícia Rodoviária Federal e pela Polícia Militar.

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