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Acaba de chegar à cadeia produtiva do leite o livro Alta Cria 2022, em evento que também premiou fazendas que se destacaram na cria e recria de bezerras leiteiras. Criado em 2017 pela Alta, empresa de melhoramento genético de bovinos, o benchmarking Alta Cria 2022 traz dados das 138 fazendas participantes, localizadas em 13 Estados brasileiros.
Dentre as propriedades que participaram do benchmarking Alta Cria 2022, foram escolhidas e premiadas as cinco melhores da pecuária leiteira do Brasil. A grande campeã foi a Fazenda Santa Rita Agrindus (Descalvado, SP), produtora do leite Letti, seguida pela Agropecuária Gabriel (Bahia), e pelas fazendas mineiras Sertãozinho, Cobiça e Haras Primavera.
O objetivo do programa é levantar os principais índices zootécnicos na fase de cria e recria que possam auxiliar no gerenciamento da propriedade e mostrar o panorama nacional da criação de bezerras e novilhas leiteiras.
Com base numa enorme gama de informações colhidas junto às fazenda participantes, o benchmarking Alta Cria contribui para gerenciar os números e conhecer os principais índices zootécnicos, fundamentais para traçar metas, estratégias e alcançar os objetivos que definirão o sucesso da criação das bezerras e novilhas. Além disso, o programa auxilia na tomada de decisão de manejo dentro das propriedades. Em seis anos de programa, já foram coletados dados de 36 mil bezerras leiteiras no Brasil.
Nesses levantamentos são consideradas informações como o tipo de maternidade e de confinamento – revelando que a maioria é no sistema compost barn –, tempo de permanência na maternidade, técnicas de reprodução, cujos dados mostraram que o uso de inseminação artificial ocorre em 91% dos casos; tipo, volume e tempo de administração do colostro após o nascimento, utilização ou não de jaqueta de aquecimento nos recém-nascidos e destino dos bezerros machos, entre outras.
Um relatório completo com esses dados zootécnicos é emitido no fim do ano pelo programa após análise, classificando sigilosamente cada fazenda, que são ranqueadas pela eficiência na colostragem e no ganho de peso, destacando-se cinco grupos distintos, com os seus respectivos pontos de corte: top 5 (os 5% superiores), top 10, top 25, top 50 e top 75. Também são avaliados os índices de doenças e de mortalidade no rebanho.
Os dados constam também do livro Alta Cria 2022, que é fruto do questionário online aplicado aos clientes pertencentes ao programa (respondido pelas 138 fazendas), que assim ficam disponibilizados e servem de base para os cálculos e os resultados apresentados. Aliás, o único pré-requisito para participar do programa é levantar e compartilhar os dados.
Segundo a empresa, o programa é composto por seleto grupo de conselheiros e técnicos, os quais discutem e trabalham os resultados e as inovações relacionadas às fases de criação, contando com grande participação dos responsáveis técnicos/proprietários de fazendas comerciais distribuídas em quase todo o território nacional.
Resultados – O levantamento de 2022 revelou, entre outros fatores, que a falha na transferência de imunidade passiva é uma das principais causas relacionadas à morte de bezerras. De acordo com o estudo, a mortalidade das bezerras do programa caiu de 8% para 6% em 2022. A Fazenda Santa Rita Agrindus, a primeira colocada no ranking Alta Cria, por exemplo, chegou a 1% na taxa de mortalidade.
Segundo o gerente de Neonatos da Alta e coordenador do Programa Alta Cria, Rafael Azevedo, comparando os dados coletados a cada ano pelo programa, houve um aumento de ganho de peso do nascimento ao desaleitamento, redução de doenças como a diarreia, menor taxa de mortalidade e antecipação da primeira cria, o que reduz custos e eleva a produtividade da fazenda.
“As bezerras nascidas em 2017 e as que foram melhores colostradas, ou seja, receberam um colostro de melhor qualidade, no tempo e volume corretos, produziram 600 litros a mais na primeira lactação na comparação com aquelas que não tiveram uma colostragem eficiente”, explica Azevedo.
Segundo o zootecnista, com a melhora da colostragem e dos manejos em maternidades, berçários e bezerreiros, o foco dos produtores associados agora é o investimento no bem-estar animal, com melhor plano nutricional e instalações corretas e com biosseguridade.
A criação de bezerras e novilhas é uma das fases mais importantes para a pecuária leiteira, segundo o gerente de Neonatos da Alta, pois compreende a reposição genética que visa à incorporação de animais mais produtivos e saudáveis nos rebanhos.
“Por meio da coleta de dados, as fazendas conseguem se posicionar em um grupo diferenciado, permitindo uma comparação e uma avaliação se estão fazendo um bom trabalho na área de cria e recria”, conclui.
Colostragem – De acordo com a professora da Universidade Federal de Minas Gerais e conselheira do Alta Cria, Sandra Gesteira Coelho, desde 2017 as fazendas que aderiram ao programa modificaram substancialmente a criação de bezerras. “Reduziram as taxas de mortalidade e introduziram novas tecnologias. Para nós, na universidade, é um ganho enorme ter números que a gente pode avaliar, ver as práticas que estão sendo executadas e aprender o dia a dia de cada fazenda”, pondera.
Ainda conforme a professora, o índice trouxe diferenciais ao comparar os resultados alcançados no Brasil com os dos Estados Unidos, emitidos pelo Ministério da Agricultura americano.
“A colostragem nesse grupo que participa do Alta Cria, por exemplo, está melhor do que as do Padrão Ouro Internacional. Lá, eles colocam que 40% dos bezerros devem estar bem colostrados e, aqui, no Alta Cria, atingimos a marca de 68%, uma categoria excelente. Isso mostra um grupo diferenciado de produtores e fazendas e, com certeza, de melhores matrizes no futuro”, garante Sandra.
*Com informações da Alta/Alta Cria
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