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O programa desenvolve ações voltadas à educação e à orientação sobre a qualidade do leite, contando com equipe de colaboradores, representantes técnicos comerciais, clientes e parceiros em todo o Brasil

QUALIDADE

"Qualidade do leite começa aqui!"

Programa completa 10 anos, com dados significativos

Em 10 edições, a iniciativa da DSM-Tortuga já acumula a avaliação da matéria-prima de 1,2 milhão de vacas em 22 mil propriedades leiteiras, nos principais Estados produtores de leite do Brasil

Erick Henrique

De acordo com o gerente técnico nacional leite da DSM, Marcelo Machado, o programa “Qualidade do Leite Começa Aqui!” foi criado em 2012 para fomentar a agenda positiva de qualidade do leite e a segurança alimentar com os produtores e consumidores, entendendo os desafios da cadeia e se propondo a ajudar. Visa, em segundo lugar, reforçar o compromisso do campo, do produtor, com o esforço contínuo de levar alimento de qualidade à mesa da população.

“A iniciativa também consiste numa maneira sólida de demonstrar os resultados das tecnologias exclusivas da DSM em aspectos relacionados à CCS (contagem de células somáticas), gordura e proteína. Cada um desses aspectos é avaliado dentro de um escore, baseado nas tabelas de bonificação de qualidade dos principais laticínios do País e que são ranqueados posteriormente. Por fim, também é uma maneira de monitorarmos a evolução do mercado em termos de indicadores zootécnicos”, explica Machado.

Conforme dados apresentados pelo gerente da DSM, em 10 edições do concurso, os especialistas já avaliaram o leite de 1,2 milhão de vacas em 22 mil propriedades leiteiras, nos nove principais Estados leiteiros do Brasil – Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás, São Paulo, Ceará, Bahia e Rondônia. A matéria-prima é avaliada em duas categorias: “Qualidade” e “Quantidade de Qualidade”, e os animais são separados pelas raças Holandesa, Jersey e as raças tropicais (animais cruzados, como Girolando ou Guzolando).

Marcelo Machado: “Constatamos que as táticas de manejo e mitigação de estresse térmico têm trazido muitos efeitos positivos quanto à redução de CCS, além de uso racional de medicamentos”

Dessa maneira, segundo Machado, todo ano, de fevereiro a agosto, o programa desenvolve ações voltadas à educação e extensão do tema, junto à equipe de colaboradores, representantes técnicos comerciais, clientes e parceiros em todo Brasil. Análises são coletadas, validadas e imputadas. Apenas clientes são avaliados.

“Todas as coletas são avaliadas em setembro e são feitas etapas regionais em todos os Estados, com primeiros, segundos e terceiros colocados, focados nos parceiros, envolvendo cooperativas, revendas, fábricas de ração (50% dos dados vêm de cooperativas). Nelas, os produtores são premiados com produtos, brindes e fomento educacional. Em dezembro, realizamos o encontro nacional, quando são divulgados os melhores – primeiros, segundos e terceiros colocados do País”, diz o especialista.

Melhorias para cadeia do leite – Na avaliação de Machado, o programa trouxe, acima de tudo, a conscientização dos produtores e demais envolvidos. “O desafio da produção de leite é muito grande e nem sempre percebemos evolução linear dos indicadores. Mas conseguimos medir com os clientes quais são as causas e ajudar caso a caso a solucionar problemas, fazer ajustes, graças a nosso time de 600 profissionais a campo. Constatamos que as táticas de manejo e mitigação de estresse térmico têm trazido muitos efeitos positivos quanto à redução de CCS, além do uso racional de medicamentos. Também, é claro, percebemos que treinamento e manejo de mão de obra e qualidade de serviços (rotina de alimentação, frequência, homogeneidade) trazem grande impacto em sólidos.”

Ele observa que o animal com mastite clínica ou subclínica é um problema e merece uma atenção especial e imediata do produtor. Pois, além do agente causador, há que se considerarem as condições gerais de saúde do animal, pois, se estiver debilitado, o problema se agrava. Vacas que ingerem corretas quantidades de proteína, fibra, minerais e vitaminas são mais resistentes e combatem melhor as infecções. Assim, é possível comprovar o efeito em redução de mastite e CCS média do rebanho, com o fornecimento de alguns suplementos, como zinco, selênio, vitaminas E, D e betacaroteno, entre outros.

“Também é possível facilmente validar todo o conhecimento nutricional envolvendo fibra efetiva, amido, tamponamento e controladores de fermentação ruminal, que são de grande impacto e retorno sobre o investimento ao produtor na parte de sólidos. A assistência técnica aqui é primordial. Por isso, assim distribuímos 11 especialistas nas principais regiões leiteiras para poder disseminar todo o conhecimento disponível ao bovinocultor de leite. Nesses pontos também é possível destacar o uso de tamponantes validados, óleos essenciais, enzimas, hoje vastamente usados no País”, destaca Machado.

Os exemplos dentro da porteira e os vencedores em 2021 – Nas avaliações da iniciativa “Qualidade do Leite Começa Aqui!”, realizada em 2021, os participantes tiveram os dados coletados periodicamente e submeteram a produção a testes feitos em laboratórios reconhecidos ou das próprias plantas captadoras. Na última edição, 500 fazendas participaram do programa, contabilizando cerca de 49.000 vacas, distribuídas nos Estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Ceará, Rondônia e Bahia.

Na categoria “Quantidade e Qualidade”, os vencedores foram Carlos Augusto Delezuk (Holandesa), João Henrique Tetzner (Raças Tropicais) e Mário Dykstra (Jersey). Na categoria “Qualidade”, os vencedores foram Tamires Krupp Gallert (Holandesa), João Henrique Tetzner (Raças Tropicais) e Ricardo Sarda (Jersey).

O ganhador nacional de cada raça e categoria (seis) recebeu um Certificado de Qualidade Superior do Leite e uma tonelada de produto Bovigold Crina RumiStarTM DSM Tortuga, além de seis planos Smart Lab oferecidos pela OnFarm para cada primeiro lugar. Trata-se de uma tecnologia que permite aos produtores identificar o agente causador de mastite no animal em apenas 24h, favorecendo a agilidade na tomada de decisões para combater essa enfermidade que reduz os ganhos produtivos nas propriedades de leite.

“Conhecendo cada uma das realidades dos primeiros colocados, e em tantas outras vencedoras pelo País, percebemos alguns itens em comum: boa qualidade de mão de obra (escolaridade, taxa de renovação do time, relação homem/vaca), boa qualidade de instalações (conforto animal), boa nutrição (balanceada) e boa visão de futuro dos seus donos e gestores. É a visão de que o risco precisa ser tomado para que haja mudanças no sistema”, pontua Machado.

Tamires (e seu sogro Lauri Gallert): Essa premiação representa nossos acertos em ter feito todos os investimentos e empenho para melhorar a qualidade do rebanho e do leite

Uma dessas boas realidades e exemplos de como é possível produzir leite de qualidade e ser reconhecido por isso é a produtora Tamires Krupp Gallert, do município de Entre-Ijuís (RS). A pecuarista gaúcha disse que é o primeiro ano em que a Agropecuária Gallert participou do programa, por incentivo de sua técnica, Patrícia Juswiak Poletto, que inscreveu a fazenda.

A propriedade gaúcha iniciou, em 1984, a produção leiteira e, naquela época, os sogros de Tamires, Leoni e seu marido, Lauri Gallert, tinham poucas vacas no rebanho, mas sempre deram prioridade à qualidade do leite produzido na fazenda. Com o passar dos anos, eles foram aumentando o rebanho e vendo que a atividade poderia ser bem lucrativa. Em 1995, começou o acompanhamento com o médico veterinário e houve investimento também na inseminação artificial.

Dados da fazenda


• Nome da propriedade: Agropecuária Gallert, Entre-Ijuís (RS)
• Rebanho em lactação: 85 animais
• Média de produção diária de leite: 2.300 litros
• Média de produção por animal: 29 litros
• Gordura: 4,22%
• Proteína: 3,45%
• CCS: 320 mil/células somáticas/ml
• Metas para 2022: muitas, mas as principais são: baixar ainda mais a CCS e aumento de produção de leite.

“O sistema inicial era a pasto. Em 2013, casei com o Gabriel Gallert, filho mais novo do casal, e comecei a trabalhar na leiteria. No início, só na parte da ordenha, mas, com o tempo, meu sogro foi me dando mais oportunidades para participar mais do negócio. Aí vimos a necessidade de aumentar a produção, compramos mais animais, melhoramos os equipamentos. Contudo, o espaço era pequeno, daí começamos a pensar em um confinamento”, lembra Tamires Krupp.

Segundo ela, a família construiu o compost barn, o que melhorou muito a situação, porém ainda não estava como desejavam. “Em 2020, começamos a parceria com a DSM-Tortuga. No início fui resistente, achava os produtos caros, mas a técnica Patrícia Poletto me conquistou e iniciamos os trabalhos. Além disso, fizemos vários investimentos nas instalações, maquinários, alimentação, genética, informatização de todos os dados da propriedade. Essa premiação representa nossos acertos em termos feito todos esses investimentos para melhorar a qualidade do rebanho e do leite. E o resultado está aí, melhor é impossível”, comemora a produtora de Entre-Ijuís.

A pecuarista gaúcha cita alguns pontos nos quais o programa tem auxiliado a Agropecuária Gallert na melhora dos índices de produção e qualidade do leite:

– Cuidados com a saúde do rebanho – Esse é o principal fator quando o assunto é qualidade do leite. Os rebanhos devem estar livres de zoonoses, como a tuberculose e a brucelose, e com baixa CCS no leite. A vacinação em dia e contar com a orientação técnica de um profissional capacitado é fundamental;
– Nutrição das vacas leiteiras – Deve ser feita de forma adequada, a fim de garantir saúde e bem-estar dos animais, além da produção de leite com composição adequada. O manejo nutricional adequado previne doenças como a mastite, aumenta a produtividade e a qualidade do leite produzido;
– Controle higiênico – Deve ser realizado durante todo o processo de ordenha, desde a extração até a conservação do leite na propriedade. No momento da ordenha, deve-se ter cuidados na realização de pré e pós-dipping;
– Cuidados com as instalações e equipamentos – Espaço adequado que garanta o bem-estar animal e fazer a manutenção correta dos equipamentos são a base para que os processos sejam realizados de forma correta. Uma ordenhadeira sem a manutenção adequada, por exemplo, pode causar lesões que provocam o sofrimento das vacas e a consequente queda na produção;
– Resfriamento do leite – Deve ser feito para inibir o crescimento bacteriano e deve ser realizado ainda na propriedade rural, imediatamente após a ordenha.

“Os atuais sistemas de pagamento do leite sugerem que volume de leite é uma importante característica a ser trabalhada. Mas teor de sólidos passa a ter importância cada vez maior no sistema de pagamento, com diversas empresas remunerando o produtor conforme o teor de sólidos no leite produzido”, diz Tamires Krupp.

Baseada nessas colocações, conforme a produtora, é mais lógico trabalhar com a seleção visando à proteína. No entanto, rebanhos que já tenham altas produções médias/vacas podem se beneficiar trabalhando em selecionar porcentuais (% proteína ou % gordura).

“A genética cumpre um importante papel na determinação dos atuais níveis de produção e composição do leite. A seleção por meio do uso de touros e vacas superiores tem se mostrado uma ferramenta de alto valor para o melhoramento das diferentes raças leiteiras no que se refere à sua principal função, produzir leite”, finaliza.

AS CATEGORIAS DE PREMIAÇÃO DO PROGRAMA


Primeiramente são divididas em Qualidade, onde apenas CCS, gordura e proteína são avaliados, de valores negativos a positivos. A categoria Quantidade e Qualidade também leva em conta as produtividades médias (litros/vaca/dia) de cada fazenda e a produção total diária (litros/dia) e, assim, podemos ter campeões de escalas diferentes e desafios diferentes. Em seguida cada uma dessas categorias também é dividida em raças: tropicais (mestiças), Jersey/Jersolandas e Holandês, devido a características específicas dessas raças no que tange aos sólidos, principalmente.

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