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Cerca de 11 bilhões de litros de leite/ano são transformados em queijos no País, sem considerar a produção informal. Mesmo assim, são importados mais de 21 mil t, sendo metade da Argentina

A produção de leite no Brasil, em 2015, ficou em aproximadamente 34 bilhões de litros. Desse volume, 24 bilhões de litros foram captados por indústrias. Do leite inspecionado e processado, 54% foram embalados como leite fluido, leite em pó, iogurtes e sobremesas, enquanto 46% (11 bilhões de litros) foram transformados em queijos, segundo a Abiq-Associação Brasileira das Indústrias de Queijo. E desse total, 68% foram queijos considerados como grandes commodities, que são a mussarela, o queijo prato e o requeijão culinário, como se observa na tabela 1.

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As indústrias de laticínios estão presentes em todo o território nacional e somam 1.679 estabelecimentos, conforme destacado na figura 1. A concentração se dá, em sua maior parte, nas regiões de maior produção de leite, principalmente na região centro-sul de Minas Gerais, que abriga 36% de todas as indústrias de laticínios fiscalizadas, somando 609 unidades.

Completando: na região Sudeste são 868 empresas, sendo 180 em São Paulo, 50 no Rio de Janeiro e 29 no Espírito Santo; na região Sul, existem 149 unidades no Paraná, 105 no Rio Grande do Sul e 90 em Santa Catarina; no Centro-Oeste, são 252 unidades e 159 estão em Goiás; nas regiões Norte e Nordeste, mais 100 estabelecimentos em cada uma delas.

A Junta Comercial do Estado de Minas Gerais registra 1.995 unidades de processamento de leite, considerando também a inspeção estadual e municipal. A maioria delas é de médio e pequeno porte. Em território mineiro estima-se que 6,1 bilhões de litros de leite sejam transformados em queijos por ano. A produção total do Estado é de 9,5 bilhões de litros de leite.

A produção de queijo, que acontece em todas as regiões do País, é o destino de cerca de 60% do leite informal, estimado em 10 bilhões de litros, ou seja, 6 bilhões de litros de leite/ano são transformados em diferentes tipos de queijos.

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Brasil importador de queijos
Em 2015, foram captados por indústrias de laticínios com inspeção aproximadamente 70% da produção nacional. O leite informal é vendido diretamente ao consumidor e processado na própria fazenda. A maior parte desta produção se transforma em queijo minas frescal, minas padrão e mussarela. O comércio desses produtos é frequente nas pequenas cidades do interior do País e na periferia das grandes cidades.

A tabela 1 traz o mercado internacional de queijos. Em 2015 importamos 21.550 t de diferentes tipos de queijo e exportamos 2.522 t, o que nos coloca como importadores de lácteos. A origem das importações foi a Argentina (50%) e o Uruguai (36%). Também compramos queijos da Holanda, França, Itália e Alemanha, além de outros sete países. Os principais produtos importados foram a mussarela, o queijo fundido e a pasta semidura. Em 2015, as compras totalizaram US$ 95,6 milhões.

As exportações brasileiras ainda são bastante pequenas e totalizaram US$ 10,8 milhões. Os queijos brasileiros foram consumidos em 13 países, mas nosso maior comprador, no ano passado, foi o Chile (39%); em menor proporção, o Paraguai (13%) e Taiwan (12%).

Nos primeiros seis meses de 2016, importamos 17.417 t, com valor aproximado de US$ 57,1 milhões. As importações foram principalmente de mussarela (36%) e queijos de pasta semidura (25%). Esses produtos vieram do Uruguai (46%) e da Argentina (25%). As exportações, até junho deste ano, renderam US$ 5,7 milhões (1.394 t exportadas) e foram para 12 países, sendo a Rússia e o Chile os maiores compradores.

Com a expectativa de melhora da economia brasileira neste segundo semestre, espera-se um aumento do consumo de leite e derivados, principalmente do queijo. Com o preço do leite pago ao produtor em ascensão e a falta do produto no mercado interno, revela-se uma boa oportunidade para os produtores brasileiros.

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