balde branco

Testes de progênie dos programas de melhoramento de gado Gir Leiteiro e Girolando passarão a usar o valor genômico de touros e vacas. É mais precisão, economia e rapidez na seleção

Dobrar a velocidade do melhoramento genético dos rebanhos leiteiros com custos menores. Isso será possível quando as informações geradas a partir do DNA dos animais forem incorporadas aos tradicionais programas de melhoramento. Futuro? – Não! Esta já é uma realidade presente por meio da chamada seleção genômica. A tecnologia foi desenvolvida e será incorporada, em breve, pelos programas das raças Gir Leiteiro e Girolando.

Mas para entendermos o presente, voltemos um pouco no passado: em 2009, a revista Science noticiou o sequenciamento do genoma bovino, ação que envolveu cerca de 300 pesquisadores do mundo inteiro (inclusive da Embrapa). Aquele havia sido um dos maiores feitos da pesquisa em genética molecular no mundo, mas que trouxe uma série de outros desafios. Para o Brasil, o principal deles foi adaptar os conhecimentos gerados pelo sequenciamento às características da pecuária nacional.

O animal objeto do estudo divulgado foi uma vaca da raça Hereford, que pertence à subespécie Bos taurus taurus, de origem europeia, assim como as raças Holandesa, Jersey e Pardo-Suíço. Esse sequenciamento representou um importante passo para o entendimento da genética bovina, mas não era uma obra acabada, considerando as grandes diferenças existentes entre as raças. Nas regiões tropicais, por exemplo, o gado de melhor adaptabilidade é o zebuíno, da subespécie Bos taurus indicus.

De origem indiana, o Zebu inclui as raças Gir, Guzerá, Nelore, Indubrasil, Tabapuã e Sindi, além da raça sintética Girolando, com características genéticas das raças Holandesa e o Gir. “O Bos taurus indicus é de grande importância para o Brasil pela sua rusticidade e boa adaptação às temperaturas mais elevadas, além de maior resistência a ectoparasitas, como os carrapatos”, explica o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marco Antônio Machado, que esteve envolvido no projeto do genoma bovino, divulgado pela Science.

A maior parte do rebanho bovino no Brasil é formada pelo Zebu e seus mestiços com raças europeias. “Descobrir as diferenças genéticas entre as raças europeias e indianas é fundamental para os estudos de melhoramento genético dos rebanhos zebuínos”, afirma Marcos Vinícius Barbosa da Silva, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, que também participou do projeto internacional de sequenciamento do genoma bovino.

Leia a íntegra desta matéria na edição Balde Branco 627, de janeiro 2017

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